Review LEGO Star Wars: The Skywalker Saga Galactic Edition (PS4) – Uma galáxia lotada de gente bacana

No começo do ano, nós fomos agraciados com um dos maiores jogos de LEGO já feitos, entretanto, parece que ainda faltava algo. Apenas seis meses depois, chega The Skywalker Saga Galactic Edition, que simplesmente reúne o jogo e todo conteúdo lançado, até o momento, em um pacote só. 

Desenvolvimento: Traveller’s Tales, TT Games

Distribuição: WB Games

Jogadores: 1-2 (local)

Gênero: Aventura

Classificação: 10 anos

Português: Dublagem, interface e legendas

Plataforma: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series X/S

Duração: 19 horas (campanha)/80 horas (100%)

Maratonando em blocos

Os jedi podem controlar mentalmente alguns personagens no cenário com o uso da Força

Como nós já tivemos uma análise da primeira versão aqui no JC, só que com a versão de Switch, não irei me alongar muito, mas vale citar o quão abrangente este jogo é. Não é exagero repetir sempre que este é o maior título de LEGO já feito, por motivos óbvios.

Vale traçar um paralelo, pois joguei LEGO Star Wars em sua primeira versão lá no PS2, e ver como tudo evoluiu causa uma gostosa satisfação, mas acompanhada de uma certa perda de foco. O primeiro de todos foi lançado em 2005, e cobria a segunda trilogia de filmes, com os episódios I, II e III.

Não vou entrar no mérito das quase duas décadas de evolução gráfica e tecnológica que separam o lançamento de cada título, mas antes cada filme era resumido em cinco ou seis fases, as quais tínhamos que concluir duas vezes. Na primeira era o normal da história, e a segunda era livre, com personagens diferenciados por causa das habilidades, já que o objetivo era coletar os 10 minikits e o bloco vermelho.

Os blocos Kyber são os colecionáveis necessários para melhorar as habilidades de cada classe

Agora temos todo o universo da mente de George Lucas retratado nos mínimos detalhes, com uma riqueza absurda. Com o bom humor característico dos bonequinhos de plástico, contamos com uma competente dublagem – os nostálgicos podem escolher apenas os murmúrios e onomatopéias característicos dos 128-bits – para acompanhar fielmente a narrativa dos 9 filmes.

Por mais que muito da estrutura da jogabilidade tenha se mantido, como a habilidade de cada classe, funcionamento dos quebra-cabeças e andamento geral dos mapas, algumas mudanças fizeram total sentido. Para citar duas: ter uma câmera mais próxima do personagem e não tão acima da tela é bem mais condizente com um jogo de aventura moderno; e as batalhas contra os chefes deixaram de ser um corre-corre para qualquer lado e ganharam animações sensacionais.

Relembre combates icônicos, como o "duelo a três" contra Darth Maul

A exploração em mundo aberto é muito diversa, para o bem e para o mal. Os mapas estão repletos de segredos para serem descobertos, mas isso causa uma certa falta de foco no jogador, que realmente vai se questionar em alguns momentos se ele segue a história ou sai pulando por aí para completar missões.

Algo bem particular que me incomodou foi a divisão de tela para dois jogadores. Antes, a partição só acontecia quando os jogadores estavam muito afastados um do outro, mas tudo se mantinha no mesmo plano quando próximos. Agora, a tela é dividida a todo momento, o que atrapalha um pouco o entendimento da ação, tanto nas fases fechadas quanto no mundo aberto. Sem contar que fica fácil de perder a noção de onde está cada jogador.

Jogar com um amigo é sempre mais divertido, mas pode causar alguns momentos de confusão

Outro ponto bastante chato são algumas quedas de frames que ocorrem em momentos aleatórios, principalmente em um ambiente cheio de elementos. Pelo menos nesta review, feito com a versão de PS4, isso foi um dos problemas mais chatos. Aliado ao caso da tela partida, isso chega a criar um certo caos.

Entretanto, essas questões não chegam a ser algo que interrompe a experiência do jogador, justamente pelo nível de dificuldade, que é brando. A ideia é curtir a experiência sem se estressar e ir degustando aos poucos, como em cada filme. Então, esses momentos de queda de performance não resultarão em telas de “game over” ou perda de missões. Podem ficar sossegados.

Tá quase todo mundo aqui… menos eu!

Heróis, vilões, coadjuvantes e até aquele dróide que apareceu em apenas uma cena... fique a vontade para explorar o elenco inteiro de Star Wars

Vamos focar agora no que a Edição Galáctica traz: mais personagens! Este conjunto reúne todos os pacotes extras lançados até o momento. São os seguintes:

  • O Mandaloriano (1ª Temporada)
  • O Mandaloriano (2ª Temporada)
  • Rogue One: Uma História Star Wars
  • Personagens Clássicos
  • Han Solo: Uma História Star Wars
  • Star Wars: Os Mal Feitos (Bad Batch)
  • Pacote de Soldados
  • Obi-Wan Kenobi
  • Andor
  • O Livro de Boba Fett
  • Guerras Clônicas
  • Rebeldes
  • Férias de Verão
Cada personagem tem habilidades específicas, desde manejo de armas até tradução de línguas desconhecidas

Essa galera junta dá um total de quase 400 personagens de todas as eras de Star Wars para escolhermos à vontade. Só tem uma ausência sentida: a nossa. Pois é, Skywalker Saga não nos dá a opção de criar o nosso bonequinho para o jogo livre. Não é algo que faça diferença de fato no decorrer do jogo, mas esse é o primeiro jogo de LEGO em muito tempo que não nos dá essa oportunidade.

Já que toquei no assunto do elenco, que pode ser alterado livremente a qualquer momento, com exceção das missões da história, vale falar que há atalhos para isso, o que torna a escolha mais dinâmica, mas os menus de navegação são um pouco confusos. Leva um tempinho até se acostumar com o caminho para chegar na informação que você quer sem ir para a aba errada. Além disso, em alguns momentos o carregamento das informações demora, como na tela de seleção de personagens, que é a que, de longe, contém mais elementos.

As fases de nave também estão de volta, trazendo toda a adrenalina dos embates espaciais

Outra “mancada”, tendo como base outros jogos de LEGO, é que os pacotes só adicionam os personagens. Não há nenhuma missão ou minikit inspirado nos seriados ou filmes adjacentes. Visto o que já foi feito com a Marvel, por exemplo, essa é talvez a maior falha desta edição expandida do jogo.

Um universo de diversão

LEGO Star Wars: The Skywalker Saga Galactic Edition é uma versão bastante válida para quem ainda não adquiriu o jogo, pois ela sai muito mais em conta do que comprar tudo separado. A falta de missões extras é uma pena, mas, para os apressadinhos de plantão, não faltarão opções variadas para limpar o mapa logo de cara sem ter que liberar os personagens iniciais pela história.

Cópia de PS4 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong



LEGO Star Wars: The Skywalker Saga Galactic Edition

8.5

Nota final

8.5/10

Prós

  • Quase 400 personagens diferentes de todas as eras e histórias da franquia
  • Bom humor característico
  • Horas e horas de exploração livre e podendo alternar livremente entre o elenco
  • As batalhas contra os chefes são muito bem feitas
  • Dublagem excepcional

Contras

  • A quantidade de colecionáveis te faz perder o foco da história
  • Tela dividida para dois jogadores a todo momento e e momentos de queda de performance
  • Não é possível criar nosso próprio personagem
  • Menus um pouco confusos e pesados ao carregar
  • Pacotes extras não trazem missões inspiradas nas obras que representam