Posso afirmar com tranquilidade que Loop8: Summer of Gods é um dos games mais difíceis que já joguei na vida. E não digo isso por conta da sua dificuldade. São tantas coisas acontecendo, com um grande potencial desperdiçado, que fica até difícil de comentar. Mas vamos por partes.
Desenvolvimento: Marvelous Inc.
Distribuição: XSEED Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG
Classificação: 14 anos
Português: Não
Plataformas: PC, PS4, Xbox One e Switch
Duração: 10 horas (campanha)
O menino do céu
O mundo virou um caos nas mãos dos Kegai, o que fez com que grupos de humanos fossem morar no espaço. Nossa história começa com o jovem Nini, que acaba de voltar para a cidade dos seus avós depois que uma tragédia aconteceu. Ele passa a morar com Konoha, que nos apresenta a cidade e tudo o que temos e podemos fazer por ali.
Descobrimos que a cidade está protegida por uma barreira, logo, os Kegai não podem atacar as pessoas que ali residem. Contudo, logo descobrimos que não é bem isso que acontece e ativamos o nosso primeiro Loop, que é mandatório. Ou seja, perdemos logo nas primeiras batalhas. Ah, e elas são bem poucas, se você quiser. Mais sobre isso depois.
A partir daí voltamos para o primeiro dia do mês de agosto e ficamos livres para fazermos o que der na telha. Nini pode conversar com qualquer um dos personagens disponíveis no game, e somente eles existem na cidade. São eles que são dominados pelos Kegai, que se transformam em monstros que nos desafiam. Para isso, precisamos passar os dias até ativar uma cena que mostra a invasão, e depois viver outro dia que mostrará onde possivelmente ele estará, até chegar mais um dia e finalmente termos sua localização.
Poupei dias ao conseguir descobrir quem era o dominado antes, mas nem sempre é fácil de fazer isso. Aí um portal para yomotsu hirasaka (o mundo dos mortos) é aberto e temos que coletar os magatama necessários para liberar a barreira do chefão e lutar. Ou seja, basicamente, só precisamos fazer as lutas com os chefões. Apesar de haver minions, podemos ignorá-los e seguir em frente.
Isso faz de Loop8: Summer of Gods um jogo difícil. Há pouco combate e muito, mas muito papo. Então, se não estiver com vontade de se aprofundar nas histórias dos personagens, fica complicado de apreciar o que estamos vivendo ali. Uma hora eu me cansei de tudo e fui somente treinar, e o mundo acabou, ativando um loop. Frustrante.
Como ficar forte
Para ganhar pontos de atributos, temos que realizar treinamentos. Podemos aumentá-los individualmente ao fazer algumas tarefas que demandam tempo. Por exemplo, para ganhar velocidade, basta ir até à praia e passar 90 minutos por ali. Para obter mais força, basta ir ao pátio da escola e treinar pela mesma quantidade de tempo, e em muitos outros pontos da cidade.
Além disso, temos as bênçãos. Podemos achá-las em diversos pontos do mapa, o que nos dá vários atributos ao encontrar um esquilo que nos diz que uma entidade está de olho na gente. Ele ou ela, (não dá para saber) aparece também quando conversamos com os outros personagens. Ao ativar certas conversas, é possível recebê-las. Para isso, é preciso escolher a ação certa ao fazer um diálogo. Felizmente, podemos ver se funcionará ou não, e caso os pontos subam ao máximo, é possível começar relacionamentos.
É assim que aprendemos novos golpes, e a interação com os outros dão habilidades novas para eles. Mas não os controlamos em combate, já que a máquina é quem faz isso. E morreu já era, ou seja, precisamos ficar bem atentos. Nosso herói pode dar golpes baseados nos três sentimentos do jogo: amizade, afeto ou ódio. E precisamos medir sempre o que vamos escolher. Sempre que o loop acontece, voltamos pra estaca zero. Mas relaxa, é mais ou menos fácil de recuperar os pontos novamente.
Conversando eternamente
Loop8: Summer of Gods possui MUITOS diálogos. Se não souber inglês para realizar as escolhas, passe longe, já que existem muito mais conversas do que momentos de combate propriamente dito. Apesar disso, o jogo é interessante e nos mostra uma faceta do povo japonês que não estamos acostumados a ver por aqui. O game tem diversos finais diferentes, e a ideia do loop é interessante, mas a equipe de desenvolvimento poderia ter equilibrado um pouco a questão dos combates que são quase inexistentes aqui.
Cópia de PS5 cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro