Após mais de 10 anos, finalmente temos um novo game principal da série Mario Kart. Buscando não ser apenas uma continuação previsível, Mario Kart World chega com o objetivo de renovar a franquia, além de servir como o carro-chefe inicial do novo console da Nintendo.
Desenvolvimento: Nintendo EPD
Distribuição: Nintendo
Jogadores: 1-4 (local) e 1-24 (online)
Gênero: Corrida
Classificação: Livre
Português: Legendas e interface
Plataformas: Switch 2
Duração: 3 horas (campanha)/27 horas (100%)
Novo, mas familiar

Mario Kart World, claro, mantém a premissa básica dos títulos da série: corridas animadas e caóticas em karts, cheias de itens e em cenários inspirados na franquia principal da Nintendo. É um subgênero que a própria série criou e que inspirou inúmeros títulos, com variados graus de sucesso e qualidade, mas Mario Kart nunca saiu do pódio do estilo.
Depois do enorme sucesso de Mario Kart 8 e da sua versão Deluxe, um dos jogos mais vendidos de todos os tempos, naturalmente a expectativa para a continuação era alta. A Nintendo poderia jogar seguro e apenas fazer uma continuação semelhante ao título anterior, mas optou por inovar e criar algo novo, ainda que naturalmente mantendo os elementos essenciais da série.
Pela primeira vez, um mundo aberto

A primeira coisa que salta aos olhos é que o game apresenta um mundo aberto, com todas as pistas localizadas em um único mapa interconectado. É possível ir de uma pista até qualquer outra por meio do mapa no modo livre. Como não poderia deixar de ser, o destaque ainda são os Grand Prix, as copas com quatro corridas pontuadas para definir um campeão. A ligação com o mundo aberto é que as quatro corridas de cada copa são conectadas, com os corredores indo de um ponto ao outro do mapa durante o campeonato.
Isso influencia o aspecto das corridas. Dessa vez, a maioria das pistas é linear, ou seja, você não dá voltas no mesmo circuito, mas sim vai de um ponto a outro, uma só vez. Isto é, você está não só correndo como também se deslocando de um ponto ao outro do mundo aberto. Pistas assim já existiam nos jogos anteriores, mas eram poucas. Honestamente, não consegui concluir ainda se isso é melhor ou pior, apenas diferente.
Pistas talvez não agradem a todos

Mas, de fato, alguns trechos dessas pistas acabam sendo um pouco menos legais, pois parecem apenas passeios em rodovias largas. Além disso, como as pistas são continuações umas das outras, passadas nos mesmos biomas, acaba que, por vezes, duas ou três pistas apresentam o mesmo tema, o que faz com que nem todas sejam únicas e facilmente reconhecíveis como antes.
São 30 pistas (32 se contarmos que duas possuem diferentes layouts), com 16 inéditas e 14 retornando dos games anteriores, e um total de 202 rotas conectando todas elas. Os circuitos que retornam são muito modificados, sendo praticamente também pistas novas. Além disso, no mapa também estão localizadas algumas outras pistas clássicas, que não aparecem nos Grand Prix.
O aumento para 24 corredores é uma das grandes mudanças, e deixa tudo mais divertido e caótico. Tanto online quanto offline, você vai se ver pegando itens mais avançados com maior frequência, mudar de posições muito dinamicamente e pegar vácuos com mais facilidade. Chegar em primeiro em uma corrida online está mais difícil do que nunca – até o momento, ainda não consegui.
Mecânicas novas incluem um pulo carregado, que geram mini-turbos, e a possibilidade de andar por corrimões e por paredes. Essas duas últimas novidades são essenciais para otimizar o seu desempenho nas corridas, tornando o uso de atalhos ainda mais avançado e arriscado, fazendo com que o jogo tenha mais profundidade que Mario Kart 8, exigindo maior dedicação para masterizar os trajetos.
Qualidade impecável

Além dos modos clássicos, como o Grand Prix e as batalhas, temos a novidade do modo Eliminatória (Knockout Tour). Nesse modo, corremos por longos trechos do mapa, e os últimos quatro corredores são eliminados a cada certo espaço. Ainda que não totalmente inovador, é um modo bem divertido, e bem-vindo para criar uma variação dos Grand Prix.
Artisticamente, o jogo também é incrível. Os 50 personagens são lindamente animados e exalam carisma, além de terem muitas opções de skins. A trilha sonora é primorosa, contando com centenas de músicas, arranjos de toda a série Mario Kart e outros games do mascote da Nintendo. Os incríveis gráficos em 4K mostram que o novo console da Nintendo tem muito potencial, sendo o upgrade que o Nintendo Switch precisava.
Agora é curtir e torcer por novidades
Mario Kart World é mais um excelente título da franquia, sendo o jogo ideal para iniciar a história do Switch 2. Ainda que não seja um jogo perfeito, é inegável a sua altíssima qualidade e que divertirá milhões de pessoas pelos próximos anos. Assim como aconteceu com Mario Kart 8, espero que novidades sejam adicionadas com o tempo, para melhorar ainda mais a experiência.
Cópia de Switch 2 adquirida pelo autor
Revisão: Julio Pinheiro