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Review Matchpoint: Tennis Championships (PS4) – Ainda é preciso muito treino antes de pensar em um Grand Slam

Já faz um tempinho que o tênis está sem um jogo à altura do esporte em si. Matchpoint: Tennis Championships tentou colocar seu nome nessa disputa e até tem boas intenções, mas precisava de um pouquinho mais de preparo antes de entrar em quadra.

Desenvolvimento: Torus Games

Distribuição: Kalypso Media

Jogadores: 1-2 (local e online)

Gênero: Esporte

Classificação: Livre

Português: Legendas e Interface

Plataforma: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series X/S

Duração: 10.5 horas (100%)

Saque simples

Um saque certeiro é a chave para uma boa partida

O jogo conta com modos bastante corriqueiros para títulos esportivos, mas infelizmente eles não cativam tanto quem está no controle. O modo Carreira permite que você crie seu tenista e prossiga por uma série de eventos e torneios até alcançar o topo do ranking, mas não é nada de extraordinário. Entretanto, o fato de serem eventos genéricos, sem nenhum tipo de licença, tira um pouco o brilho dessa jornada.

Outro ponto negativo está no desenvolvimento e elaboração do nosso avatar. As opções de customização de rosto e cabelo são limitadas demais. Podemos escolher alguns equipamentos e até liberar outros, mas apenas os tenistas famosos podem utilizar seu material patrocinado, com marcas como Adidas, Nike e Lacoste. Só sobram para nós algumas marcas de menor expressão. 

Eis nosso aspirante, pronto para conquistar o topo

Quanto aos atributos, podemos desenvolver diversas características do tenista novato com algumas sessões de treinamentos, mas elas não parecem impactar de fato durante as partidas, o que só aumenta a sensação de perda de tempo. Mais uma mancada está no estudo do adversário. Ao longo da partida, descobrimos forças e fraquezas do oponente ao realizarmos movimentos específicos ou fazermos um rali longo. Isso é algo bacana, mas que não influencia em nada na partida após nos habituarmos com os controles.

Fora o modo Carreira, podemos realizar partidas rápidas, tanto de maneira local quanto online, e nelas podemos utilizar o parco elenco de 16 tenistas — 11 homens e 5 mulheres — em duelos simples. Ou seja, não é possível realizar disputas em duplas, que é uma modalidade fortíssima no esporte, e não ter isso é algo gravíssimo para um jogo de tênis. Também não faria mal poder realizar torneios ou campeonatos fora do modo Carreira entre amigos ou oponentes do outro lado do globo.

Podemos jogar com nomes como Daniil Medvedev, atual líder do ranking da ATP, mas infelizmente a lista carece de nomes mais conhecidos do público geral

Por fim, há um modo de treino, que pode ser simples, com a CPU fazendo lances para que você rebata, e com desafios. Estas missões consistem em mirar no ponto certo da quadra, rebater de voleio (sem deixar a bola quicar na quadra) e utilizar os tipos de rebatida com a mão trocada. Não é algo muito incrementado ou que dê algum tipo de recompensa, mas serve para entender as mecânicas básicas.

Torneio amador

Cada oponente tem fraquezas e forças que ajudam a definir sua estratégia de jogo

Por mais que a jogabilidade não comprometa e até desempenhe um bom trabalho ao simplificar cada tipo de batida — a saber: lob, top spin, flat, slice e drop shot —, a movimentação de Matchpoint ainda parece um pouco lenta. Nem sempre o seu atleta se mexe com a agilidade necessária para alcançar a bola, independentemente dos seus atributos ou da dificuldade escolhida. Isso corta um pouco a empolgação de cada partida, mas é algo adaptável.

Cada botão do controle corresponde a um tipo de rebatida e, ao mesmo tempo que armamos o golpe com a raquete, devemos posicionar um marcador na quadra adversária, que indica o local que a bola irá, e olhar o nosso medidor de força. Tudo pode parecer meio confuso ao mesmo tempo, mas após algumas partidas essa sensação acaba passando.

Os três tipos de quadra diferente estão presentes, mas a diferença prática entre eles é quase nula

Infelizmente, os demais elementos que serviriam de apoio para criar o ambiente de uma partida real também não ajudam. O jogo não tem nenhum esmero visual. Todos os ambientes são iguais, variando apenas entre saibro, quadra rápida e grama — o que, convenhamos, é o mínimo. 

O público é sem vida e a intenção de recriar uma transmissão televisiva, como vemos em outros títulos esportivos tais quais MLB The Show 22 ou os títulos da franquia Madden, inexiste. Os replays e closes em jogadas específicas só acontecem em momentos mega isolados ou se o jogador apertar um botão. Podem parecer detalhes muito específicos, mas fazem toda a diferença na hora de entregar uma experiência mais próxima da real.

Dupla falta

Matchpoint: Tennis Championships pode parecer uma ótima opção para jogadores mais iniciantes, mas, pelo preço que cobra, deveria entregar uma experiência muito mais completa. Ele não é ruim, mas peca em diversos aspectos considerados básicos para jogos de esportes no geral. Quem sabe com algumas boas atualizações, ou até mesmo no próximo jogo, a desenvolvedora consiga acertar um ace.

Cópia de PS4 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Matchpoint: Tennis Championships

5.5

Nota Final

5.5/10

Prós

  • Jogabilidade é fácil de aprender
  • A ideia do modo Carreira é boa

Contras

  • Em alguns momentos o personagem parece lento
  • A execução do modo Carreira é muito simples
  • Sistema de atributos, forças e fraquezas não parece fazer diferença
  • Não há possibilidade de torneios e campeonatos fora da Carreira
  • Ausência de poder jogar em duplas