Mega Man Battle Network Legacy Collection é uma coletânea quase excelente dos títulos nichados lançados para Game Boy Advance. Com dez jogos inteiramente emulados, a quantidade de conteúdo presente é para uns bons meses, principalmente para os fãs que não tiveram a possibilidade de jogar online. No entanto, o quase ainda fica em evidência, pois há recursos básicos que todo jogo tem, inclusive emulados, e que fizeram falta aqui.
Desenvolvimento: Capcom
Distribuição: Capcom
Jogadores: 1 (local) e 1-2 (online)
Gênero: RPG
Classificação: 10 anos
Português: Não
Plataformas: PC, PS4, PS5, Switch
Duração: Sem registros
Prevendo o futuro
Mega Man Battle Network Legacy Collection é uma franquia de jogos que se baseia no anime e mangá Mega Man NT Warrior lançados em 2001. Em comemoração ao lançamento, a Capcom liberou por tempo limitado as temporadas 1 e 2 no YouTube.
A história, tanto do anime quanto dos jogos, gira em torno de um mundo em que a tecnologia avançou de forma surreal. Diante disso, tudo está conectado e existe um universo virtual em que qualquer pessoa pode acessar e interagir em todo lugar: a internet. Porém, aqui ela é acessada com os PETs (PErsonal Terminal), celulares que permitem o acesso a NetNavi.
Os NetNavis são avatares que servem para explorar esse gigante universo online, lembrando o que quase foi o extinto Meta Verso. MegaMan.EXE é o PET do protagonista Lan Hikari, um estudante que constantemente enfrenta os vírus existentes na rede. Essa é a interessante narrativa base que percorre quase todos os títulos, mas que pode ser bobinha para um adulto e até repetitiva por estar em todos os jogos.
Sistema semelhante em tudo
O sistema de todos jogos de Mega Man Battle Network Legacy é semelhante aos demais. Na vida real exploramos a cidade, escola e casas para conseguir chips de combate para nosso PET. Nesses trechos o foco é mais no desenrolar da história e em conversas. No mundo virtual, por outro lado, o combate é a principal ferramenta. Ele é divertido, intuitivo e estratégico. Escolhemos chips de combate para usar em combate e podemos combiná-los para criar combinações poderosas, semelhante a um deck de cartas.
Tudo parece as mil maravilhas explicando assim, mas a quantidade de combates básicos é excessiva em alguns títulos. Tudo fica pior quando olhamos para as recompensas da batalha. Aqui não subimos de nível, mas adquirimos chips de inimigos ou zenny, a moeda do jogo. Além disso, o ataque básico do MegaMan tira apenas um de vida dos inimigos, enquanto estes possuem sempre cinquenta pontos de saúde.
No entanto, Battle Network facilita nossa vida com um modo Buster MAX. Os chips que recolhemos causam uma boa quantidade de dano, mas são limitados e demoram para serem adquiridos. Portanto, esse modo faz com que o ataque fraco infrinja sempre cem de dano. Então, se um combate simples e repetitivo demoraria trinta segundos para acabar, com esse modo ele cai para apenas três segundos.
Emulação boa com algumas faltas
Mega Man Battle Network Legacy é uma emulação dos jogos de Game Boy Advance, então, a tela não é preenchida e os pixels não foram refeitos. Ao usar um modo de tela ampliada é possível ver as consequências, como a imagem ficar borrada, por exemplo. No entanto, não há perda no desempenho e ainda é uma maravilha jogá-los. A falta aqui é exatamente do widescreen, mas é um problema meu apenas. Ver as bordas e aquela telinha em uma televisão grande me causa estranhamento.
Gostaria de ter pelo menos a possibilidade de uma legenda em português, embora sejam títulos nichados. Amava o anime quando criança e jogar essa coletânea me trouxe uma pequena nostalgia, visto que foi meu primeiro contato com Mega Man. Mais opções de jogabilidade também seriam bem vindas, como o desligamento de combates aleatórios que já parecem ultrapassados, além de um ajuste no modo Buster MAX, visto que cem de dano facilita demais as coisas.
Muito conteúdo
Mega Man Battle Network Legacy Collection traz centenas de horas de conteúdo. Porém, a partir do terceiro título, há apenas versões distintas de um mesmo jogo que dão novos chips específicos. Então, na realidade, temos seis títulos, o que ainda é muito. A semelhança entre eles é um grande problema, uma vez que todos funcionam da mesma forma. É nos três primeiros títulos que teremos uma gigantesca sensação de repetitividade. Aliás, é válido comentar das muitas fotos e músicas na galeria, que apresentam a criação dos jogos.
Analisando tudo isso mais o Mod Buster MAX e a emulação bem feita, aconselho para um novato assistir o anime e, assim, pegar apenas o primeiro volume que contém os três primeiros jogos. Para os veteranos, vai na fé que o conteúdo é para vocês.
Cópia de PS4 cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno