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Review Mortal Kombat 11 (Switch) – Combate estratégico

O décimo primeiro jogo da série é bastante diferente de seu antecessor, e isso é muito bom.

Taí um jogo que fiquei bastante com o pé atrás quando foi lançado. Mortal Kombat 11 sofreu preconceito de minha parte justamente por eu ter jogado e sido cativado pelo Mortal Kombat X. Sempre fui muito apegado à franquia, sendo pra mim simplesmente o melhor jogo de luta que existe.

Apesar de, falando do gênero, eu ser fã de jogos com um ritmo mais acelerado – como Tekken -, Mortal Kombat sempre me chamou a atenção por causa do carisma e design dos personagens. Mais ainda por permitir usar “poderes” diferenciados dentro das lutas. Mas o que fez com que eu mudasse de ideia em relação ao último jogo da série? Eu te explico.

Desenvolvimento: NetherRealm Studios, Shiver Entertainement
Edição: Warner Bros Games
Jogadores: 1-2 (local) e 1-8 (online)
Gênero: Luta, Multiplayer
Classificação indicativa: 18 anos
Português: Dublagem, interface e legendas
Plataformas:  PC, PS4, Xbox One e Switch
Duração: 6 horas (campanha)/ 35 horas (100%)

Obviamente, o melhor personagem

História fantástica

MK11 conseguiu me fisgar nos detalhes. Apesar de preferir jogar meus games completamente em inglês por motivos pessoais, fiz questão de experienciar a história completa deste jogo com a dublagem brasileira. Foi algo incrível de se ouvir!

Os atores são excelentes, você “compra” cada diálogo e não consegue achar um defeito sequer devido ao profissionalismo demonstrado no trabalho – ao contrário do último jogo. Realmente aconselho você, fã ou não de conteúdo dublado, a jogar MK11 em nosso idioma, vale muito a experiência.

Falando da história em si, sinceramente foi a primeira vez que me importei tanto em assistir todas as cenas entre as batalhas. O enredo inicia mostrando Johnny Cage e Sonya Blade que estão em uma missão junto à sua filha, Cassie Kage, que foi apresentada pela primeira vez no jogo anterior. Acontecem momentos de ação intensa até que uma tragédia acaba ocorrendo.

Após os eventos iniciais, uma guardiã do tempo, conhecida como Kronica (personagem não-jogável), resolve restaurar o equilíbrio do mundo e dar um jeito na corrupção à qual Raiden acabou sucumbindo. A partir disso, a nova personagem – que é mais forte do que os próprios deuses ancestrais – traz heróis e vilões do passado, como Shao Kahn e seus subordinados. E assim se inicia mais um “Kombate Mortal”.

Isso aqui vai levar um tempo

Desbloqueáveis

Caso você já tenha finalizado o jogo, também é possível gastar as moedas adquiridas na história e lutas avulsas na Krypta. O modo que te coloca na pele de um personagem para explorar a ilha do feiticeiro Shang Tsung.

Aqui você encontra vários itens para equipar em seus personagens e, o mais legal, novas skins. A maioria das passagens entre cenários neste modo é feita de forma interativa.

Portanto você precisa caminhar de um ponto a outro interagindo com paredes e portas para avançar nos ambientes que ali estão. Algumas vezes até mesmo resolvendo puzzles.

Passei horas procurando por lá as skins de Liu Kang e Kung Lao do passado que existem no modo história. Pena que não podemos trocar seus retratos na tela de seleção de personagens, e não existe uma forma de adquirir novos destes na Krypta.

No menu principal também está disponível a opção de personalização dos personagens. Por aqui você modificar roupas, acessórios, entradas, finalizações e outros conteúdos de cada um do elenco.

Como um extra, existe a seção de colecionáveis com desenhos conceituais de cada lutador. Junto a isso também é possível encontrar storyboards de Fatalities e versões descartadas de alguns personagens.

Um jogo de ritmo moderado

Agora vamos falar do que eu realmente queria: a jogabilidade. Se você não jogou MKX, não tem problema, conto pra você o que se passava. O jogo anterior possuía basicamente uma essência de ação e reação. O que eu quero dizer é que você precisava sempre executar suas ações o mais rápido possível, e isso somado à função de correr que foi implementada na jogabilidade assim como era no clássico Mortal Kombat 3.

O jogo havia se transformado completamente, apresentando um ritmo extremamente mais rápido do que os antecessores, e muita gente não gosta de MKX justamente por essa mudança. Bom, isso havia me agradado bastante. Por este motivo, como já falei, fiquei um pouco de nariz torcido com MK11 quando foi lançado por conta de minhas expectativas estarem esperando algo de pacing mais parecido com o X.

Morreu, mas passa bem

Eu estava completamente enganado. Apesar do 11 ter pisado no freio, fez isso de forma magistral. Percebi que MKX havia me educado de forma errada, me fazendo pensar que jogos rápidos de luta eram melhores. Bom, apesar de ser uma questão de jogo, isso nunca foi realmente Mortal Kombat. Quem sabe de Marvel Vs Capcom?

O décimo primeiro jogo da série restaura a essência dos jogos clássicos, mas com gráficos dignos de serem chamados de geração atual. É muito prazeroso conseguir encaixar algum combo no momento certo e planejar antes de executar uma ação. Pois é, deixei totalmente de lado o “estilo ação e reação” do jogo anterior.

A lista de personagens selecionáveis inicialmente também é bem vasta, sendo Johnny Cage, Sonya Blade, Cassie Cage, Jax Briggs, Scorpion, Noob Saibot, Baraka, Raiden, Jacqui Briggs, Sub-Zero, Kano, Kabal, Liu Kang, Kitana, Kung Lao, Jade, Skarlet, Erron Black, D’vorah, Kotal Kahn, Geras, Kollector e Cetrion.

O bruxão VS Hasta La Vista, baby

O Kombat Pack

Gosto muito quando um jogo adiciona novas figuras através de DLC vindos posteriormente. Porém, algo que me deixa bastante triste com MK11 é a falta de uma edição definitiva. Continuo me perguntando constantemente: quando teremos uma?

Atualização: No dia 6 de maio de 2020 foi anunciado o Mortal Kombat 11 Aftermath (DLC), que adiciona novos conteúdos ao jogo. Sendo possível também comprar a edição Aftermath Collection, que inclui tudo já lançado até então.

BANG na fuça

Se tratando do Kombat Pack, seu conteúdo esbanja qualidade se tratando do elenco. Os personagens adicionados se encaixam perfeitamente no clima de sangue e violência do jogo, como já era esperado.

Particularmente, um dos que mais me deixaram ansioso desde sua apresentação foi Shang Tsung. O personagem foi criado a partir do rosto e voz do ator do primeiro filme, Cary-Hiroyuki Tagawa, e tem a frase icônica “Your Soul is Mine” em seu Fatality. Vai me dizer que isso não é maravilhoso?

Veja o que o Kombat Pack adiciona ao jogo:

  • Shang Tsung
  • Nightwolf
  • Terminator T-800
  • Sindel
  • The Joker (Coringa)
  • Spawn
  • Skins e sets de equipamento para cada personagem adicional
  • 6 pacotes de skins incluíndo os Klassic Arcade Ninjas, Klassic Arcade Fighters e mais

Apesar de um conteúdo relevante, o Kombat Pack ainda não traz Shao Kahn e não adiciona nada ao modo história.

Ping baixo: adoro

Online extremamente bem feito

Vou contar um negócio aqui sobre jogos de Switch que me deixa bastante desapontado: o online. Muito dos títulos para o console da Nintendo, quando existe um modo online, simplesmente não oferecem uma forma de convidar seus amigos, seja nativamente através do sistema do Switch ou ao menos através do jogo. Acho um pecado muito grande quando games se ausentar de criar algo que facilite a comunicação entre dois players.

Eis que Mortal Kombat 11 mata isso “a pau”. É possível criar um lobby e simplesmente convidar qualquer amigo seu para entrar, já que o jogo te encaminha para o sistema do Switch para que você escolha a quem deseja enviar o convite. Simples, fácil e prático. Ponto super positivo, me cativou na mesma hora!

Já sobre a jogatina em si, o jogo apresentou praticamente zero delays ou lag quando joguei contra um amigo online. O ping também estava bastante razoável, então não tive nenhum problema que comprometeu minha diversão.

A boa e velha torre

Modos de jogo

MK11 traz alguns modos de jogo extra além do versus. Estão disponíveis também o Torres do Tempo e o Torre Klassica.

O primeiro se trata de andares com vários personagens a serem derrotados, às vezes com desafios internos inclusos, e que se renovam constantemente. Em cada uma desta torres é mostrado o prêmio a ser recebido caso você complete todas as lutas.

Já o segundo se inspira nos clássicos de sempre, onde você derrota um lutador e avança nos níveis até chegar ao chefe.

Além disso, em seu Cartão de Kombate são listados vários desafios diários que, se cumpridos, irão te garantir pontos para gastar na Krypta.

Características da versão de Switch

Algo que me afastou um pouco da versão para o console da Nintendo, em seu lançamento, foram os gráficos. Apesar do jogo estar rodando a 60fps (felizmente), foi bastante desanimador observar que visualmente apresentava serrilhado e um visual bastante borrado no início.

Atualmente a situação mudou completamente. Os desenvolvedores mostraram bastante empenho em melhorar o jogo para Switch. Consigo dizer com toda a certeza de que MK11 hoje, tanto no modo portátil quanto no dock, é um jogo revigorado.

Os gráficos estão tão lindos que, quando mostrei para um amigo que estava pensando em adquirir o jogo, ficou decidido que era compra certa quando me viu jogando no modo portátil. E sim, é incrível e impressionante ver um jogo desta geração rodando com tanta qualidade num dispositivo que pode ser levado por aí.

Mas preciso ser honesto e dizer que a versão de Switch pede água quando entramos na Krypta. Lá a performance cai bastante e não existe uma taxa de quadros por segundo plenamente satisfatória. Não chega a ser injogável, mas apenas incômodo.

Recentemente também as versões de Xbox One e PS4 receberam um beta do recurso crossplay. Infelizmente as versões de PC e Switch ainda estão de fora, mas não é uma possibilidade descartada. Quem sabe logo poderemos jogar com pessoas das plataformas concorrentes? Gosto da ideia e espero muito que aconteça.

Encerrando da melhor forma

Difícil competir contra Mortal Kombat

O jogo de luta mais sangrento e violento de todos os tempos tem ficado cada vez melhor. Confesso que esqueci completamente a existência de qualquer título do gênero depois que comecei a jogar MK11, e isso é um bom sinal.

Se você é um fã de longa data da franquia ou se não gostou muito de MKX, vai ser muito fácil gostar deste aqui. Já se gostou muito do jogo anterior por causa da mudança de ritmo, saiba que o 11 é claramente um retorno às origens, e talvez isso seja o maior fator pelo qual dar uma chance.

Esta review foi feita com uma cópia de Switch cedida pelos produtores

Mortal Kombat 11

9

Nota final

9.0/10

Prós

  • Fator replay
  • Muitos modos de jogo
  • Personagens clássicos
  • Online excelente
  • 60fps

Contras

  • DLC só adiciona personagens
  • Baixa performance na Krypta