Com inspiração em obras como Max Payne e Hotline Miami, OTXO é um jogo de ação que combina o mesmíssimo roguelite de sempre com mecânicas de shoot ‘em up. Desenvolvido pelo pessoal da Lateris Heavy Industries, o título está disponível exclusivamente para os jogadores de PC, por meio da loja da Steam.
Desenvolvimento: Lateralis Heavy Industries
Distribuição: Super Rare Originals
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Tiro
Classificação: 18 anos
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC
Duração: 4 horas (campanha)
O ciclo
OTXO convida o jogador para assumir o papel de um homem que acorda sempre numa praia, sem memória alguma em relação a sua identidade. Portando uma máscara em seu rosto, o desconhecido protagonista necessita insistir em adentrar uma mansão misteriosa com uma única lembrança em mente: encontrar a sua amada desaparecida. O desafio dele passa a ser sobreviver aos vários obstáculos mortais do casarão, ao mesmo tempo em que tenta desvendar os segredos que cercam o local e as pessoas que o habitam.
Lamentavelmente, OTXO não apresenta nenhuma inovação significativa em sua fórmula de roguelite, já que o título não foge das convenções do gênero. No entanto, a jogabilidade é divertida e frenética, embora os controles não sejam intuitivos, tanto no teclado quanto no joystick. Com o foco em combos, o personagem principal precisa utilizar armas e granadas para eliminar rapidamente os oponentes e avançar pelas salas. Apesar de randomizadas, os mapas são semelhantes, o que facilita o planejamento estratégico para cada rodada.
Punitivo e violento ao extremo
O herói tem acesso ao bullet time, a famosa câmera lenta popularizada pela quadrilogia Matrix que permite diminuir a passagem do tempo e realizar tiros brutais e esquivas precisas contra os adversários, proporcionando uma jogabilidade insana. Porém, é notável a ausência de uma curva de dificuldade equilibrada em OTXO, já que a experiência é punitiva ao ponto de se tornar algo exaustivo logo nos primeiros minutos de jogo.
A equipe de desenvolvimento implementou um bom tutorial, mas a campanha não dá um tempo de experimentar e aprender as mecânicas porque todos os inimigos drenam os pontos de vida do personagem principal quase instantaneamente. Apesar da dificuldade alta, OTXO é mais justo do que boa parte dos títulos de seu gênero, já que a vida do protagonista é totalmente recuperada entre as salas. Além disso, o herói pode tomar drinks no barzinho localizado no saguão da mansão, tendo a possibilidade de ganhar habilidades melhores e aumentar as chances de sobreviver aos árduos desafios do jogo.
Quase monocromático
Um aspecto que chama a atenção em OTXO é a sua apresentação, que possui uma estética que lembra um jogo do antigo Game Boy, quase toda em preto e branco. Contudo, o lado técnico da experiência poderia ser melhor do que é, pois a taxa de quadros nunca aparenta ser fluida e consistente, mesmo com os indicadores apontando que o jogo está rodando a 60 frames por segundo.
A interface é a pior característica do título. Os botões dela não respondem adequadamente aos comandos do mouse, funcionando apenas com teclado. Diversas opções básicas estão faltando na versão atual, como uma função para alterar a sensibilidade do ponteiro do mouse, configurações de resolução e a viabilidade de jogar no modo janela – recursos importantes e essenciais para todo e qualquer game de PC, que estão inexplicavelmente ausentes de OTXO.
Faltou cuidados
Mesmo sem trazer grandes inovações, OTXO é um título divertido. Os produtores fizeram um bom trabalho na construção das mecânicas de jogo, mas faltou ter cuidado em relação ao balanceamento dos oponentes e com os aspectos técnicos da experiência, que acabaram prejudicando o que seria uma ótima aventura arcade.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno