Dando continuidade a uma das mais gratas surpresas da franquia nos últimos anos, Pokémon Legends: Z-A – Nintendo Switch 2 Edition é um bom jogo, mas sofre igualmente dos mesmos problemas que os games principais da série apresentam, principalmente desde Sword e Shield.
Desenvolvimento: Game Freak
Distribuição: Nintendo
Jogadores: 1 (local), 1-4 (online)
Gênero: RPG
Classificação: Livre (violência fantasiosa)
Português: Não
Plataformas: Switch, Switch 2
Duração: 26.5 horas (campanha)/59.5 horas (100%)
Continuando uma novidade bem recebida

Lançado em 2022, Pokémon Legends: Arceus foi um ótimo frescor na série. Apresentou um game no estilo de RPG, como os jogos principais da franquia, mas tomando diversas liberdades, tanto de jogabilidade quanto de contexto, que em geral foram muito bem recebidas. Com Pokémon Legends: Z-A, vemos que Legends se tornou uma subfranquia, mas é difícil defini-la, uma vez que os dois jogos tem várias diferenças.
Em Z-A, controlamos um jovem treinador (ou treinadora) recém chegado em Lumiose, cidade inspirada em Paris e presente na sexta geração de Pokémon, X e Y. O game se passa 5 anos após os eventos de X e Y, durante um plano de desenvolvimento da cidade que cria “wild zones” em alguns setores, que são áreas onde diversos Pokémon vivem e podem ser enfrentados e capturados.
Como sempre, uma criança salvando o mundo

Eventualmente, somos fisgados para uma série de eventos, onde buscamos investigar o que está causando a mega evolução de alguns Pokémon (mecânica apresentada em X e Y) e caos na cidade, ao mesmo tempo em que participamos do torneio Z-A Royale, onde trilhamos um caminho do rank Z ao A. É uma história típica de Pokémon, sem grandes surpresas ou desenvolvimentos, sendo um pretexto suficiente para capturarmos, evoluirmos e batalharmos com as criaturinhas.
Ao contrário dos outros jogos, aqui ficamos confinados em uma única cidade. As diferentes wild zones, que vão aumentando ao longo do jogo, atuam como os locais para procurarmos e capturarmos Pokémon, com algumas delas sendo temáticas de um tipo ou outro, como acontece nos outros jogos. De noite, alguma área da cidade é fechada e se torna uma battle zone, onde você pode enfrentar outros treinadores para acumular pontos e subir seu rank.
Cace, enfrente treinadores, repita

Então assim é criado o loop do jogo, enquanto você vai fazendo as missões principais, que envolvem também vencer os Pokémon mega evoluídos descontrolados. Não é nada incrível, mas admito que me empolguei na jogatina. Ainda que a cidade seja grande (para os padrões da série), em alguns momentos você pode cansar de andar por um único ambiente. Além de battle zones e wild zones, a cidade é recheada de side quests inúteis e sem sentido.
A principal novidade do game é o sistema de batalha, que passa a ser em tempo real, ao invés de turnos. Ainda carregamos seis Pokémon, que podem possuir quatro golpes cada, mas as lutas acontecem em tempo real, com você andando pelo mapa e podendo chamar os golpes a qualquer momento, apesar deles possuírem um tempo de cooldown antes de serem usados novamente. Além disso, os golpes tem áreas de efeito, diferentes distâncias de ataque, e você pode tentar fugir de ataques se movendo para longe e torcendo para seu Pokémon o acompanhar. Por mais que pareça, não chega alterar drasticamente a experiência Pokémon, mas é uma novidade legal. Mas incomoda que você, o treinador, também pode ser atingido pelos golpes, levando a perder a batalha às vezes porque você desmaiou e não o seu Pokémon, o que é meio chato.
Não foi dessa vez…

Não podemos deixar de falar, claro, dos problemas visuais do game. Um dos aspectos mais criticados nos jogos recentes da franquia (que, vale ressaltar, é a mais lucrativa da história), os gráficos, segue presente. Ainda que a direção de arte seja legal e alguns personagens sejam bem feitos, no geral tudo é bastante mediano, com algumas coisas sendo vergonhosas, como as texturas planas nas paredes dos prédios. Os jogos dos monstrinhos avançaram em vários aspectos ao longo dos tempos, principalmente em elementos de qualidade de vida, mas fica ainda a sensação de que estão sempre atrasados em relação ao que se espera de jogos dessa magnitude.
Existem, há anos, inúmeros debates na internet tentando apontar de quem ou do que é a culpa por os jogos da série seguirem sendo lançados nesse estado, mas não vou tentar entrar nisso aqui, apenas deixar registrado. Entretanto, pelo menos na versão de Switch 2, encontrei poucos problemas de desempenho: o game roda fluido, mesmo durante as batalhas em tempo real ao longo das cidades e com bonitos efeitos dos golpes sendo lançados. Em resumo, o jogo está, ao menos, melhor que Scarlet e Violet, mas ainda longe de ser um produto digno do peso que a marca carrega.
Se não esperar muito, vai gostar
Pokémon Legends: Z-A é um jogo legal, mas infelizmente não é dessa vez que teremos um game que traz a série a um patamar mínimo que se espera da maior franquia de entretenimento do mundo. Apesar da iniciativa de se diferenciar e criar um jogo diferente ser válida, o título fica atrás de seu antecessor Legends: Arceus, mas isso pode ser mais questão de gosto pessoal. Vale conferir, mas não crie expectativas.
Cópia de Switch 2 adquirida pelo autor
Revisão: Julio Pinheiro




