Primal Light, desenvolvido pela Fat Gem, é um jogo de plataforma e ação com visual 16-bits clássico combinado com uma jogabilidade simples, refinada e precisa, em um pacote que merece mais destaque e que deveria ser considerado um clássico moderno.
Desenvolvimento: Fat Gem
Distribuição: Fat Gem
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Plataforma, Ação
Classificação: Livre
Português: Legendas e interface
Plataformas: Switch, Xbox One, PC
Duração: 4.5 horas (campanha)/4.5 horas (100%)
Krog contra todos

O protagonista de Primal Light é Krog, um ser humanoide que tem sua vila destruída por uma entidade maléfica. O herói parte em busca dessa entidade do mal, tendo pela frente uma gama de desafios interessantes.
Krog se aventura por uma variedade de ambientes, partindo de sua vila incendiada e destruída, e passando por ruínas, cavernas escuras, castelos repletos de armadilhas e esgotos poluídos com ácido corrosivo.
Cada um dos cenários oferece inimigos e desafios de plataforma que envolvem as habilidades do protagonista. Moscas, zumbis venenosos cuspidores de ácidos, pássaros malvados e esqueletos armados de espadas são alguns dos inimigos enfrentados por Krog.

Saltar, rolar, deslizar e agarrar em elementos do cenário são possibilidades e movimentos do herói, que utiliza sua movimentação para superar plataformas em movimento, armadilhas em forma de bolas de ferro cheias de espinho e inimigos gosmentos que cospem uma bolota de fogo que causa dano no contato direto.
Há muito o que descobrir pelos cenários, incluindo passagens secretas que concedem vidas extras, melhorias de vida e pote de cura e até mesmo alguns easter eggs bastante curiosos.
Desafiador, mas preciso

O combate de Primal Light é sua maior simplicidade e seu maior ponto forte. Krog pode atacar com sua espada enquanto está de pé, agachado ou ao pular no ar. E é isso. Cada inimigo precisa ser atacado um número de vezes específico para ser derrotado.
O desafio aqui, no entanto, está na memorização dos padrões de ataque de cada inimigo e no reflexo rápido para saltar, deslizar ou rolar para fora de perigo. O dano causado em Krog é bem alto, o que acentua ainda mais a dificuldade de Primal Light ao mesmo tempo que ressalta a precisão de seus controles. A jogabilidade ocorre de maneira muito fluida, tornando as batalhas muito menos frustrantes do que em outros títulos semelhantes.
As batalhas contra os chefões são um espetáculo à parte. Como inimigos únicos e grandiosos, eles testam as habilidades de Krog ao máximo, com ataques ferozes, rápidos e de altíssimo dano. Essas figuras poderosas podem ser um dragão cuspidor de fogo, um mago mascarado que pula e solta bolas de energia no chão que percorrem a parede, e uma bolota demoníaca que habita as profundezas do esgoto e que é capaz de atirar projéteis em todas as direções.

Especialmente com os chefes, memorizar os padrões de ataque, identificar aberturas para atacar e desviar nos momentos certos é o que faz Primal Light valer a pena. Essa é uma aventura simples, inspirada em jogos de uma época gostosa e nostálgica que não volta mais.
Evidencia-se ainda mais a qualidade do título graças ao seu visual em 16-bits clássico. Os cenários são variados, repletos de cores e uma identidade visual peculiar. O protagonista não tem o design mais inspirado, mas casa bem com o tom de mundo tribal destruído e desolado do jogo.
Um jogo que merecia mais reconhecimento
Primal Light pode ser considerado, ao meu ver, uma famosa “hidden gem”. É um jogo divertidíssimo, desafiador na medida certa, preciso em sua jogabilidade e com batalhas contra chefes memoráveis e que exigem muito das habilidades do protagonista; ao mesmo tempo, é um game que pouco tem se falado a respeito, mesmo com sua qualidade geral bem acima da média.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong