Steven Universe Unleash the Light Capa

Review Steven Universe: Unleash the Light (Xbox One) – Uma aventura RPG no universo de Steven

Co-escrito por Rebecca Sugar (criadora do desenho) e com elenco de dublagem original, Steven Universe: Unleash the light é o terceiro título de um trilogia de games RPG baseado na série animada do Cartoon Network e desenvolvido pela Grumpyface Studios. Ele foi lançado como sequência direta de Steven Universe: Save the Light – o qual é um ótimo  jogo, porém, teve uma má recepção no lançamento devido a diversos bugs que tornavam a gameplay frustrante. 

Sabendo disto, será que Steven Universe: Unleash the Light traz problemas no lançamento assim como seu antecessor ou consegue dar a volta por cima e se consagrar uma ótima sequência? Isso que quero lhe contar.

Desenvolvimento: Grumpyface Studios
Distribuição: Cartoon Network
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG
Classificação: 14 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, PS4, Xbox One, Switch, iOS
Duração: Sem registros

História só para constar

Cenários

Assim como seus antecessores, o enredo não é nada extraordinário, mas cumpre bem seu papel de simplesmente contextualizar a aventura. Desta vez, Steven e as Crystal Gems descobrem que, apesar de seu feitos nas últimas aventuras, ainda restam dois prismas nas mãos de Pyrope e Demantoid- as antagonistas do game -, que ignoram os pedidos de Steven para abandonar as armas e libertar as colônias, e pretendem tomar o governo. Logo, Steven e as Crystal Gems, acompanhados por George o Prisma, iniciam sua jornada em busca dos prismas.

O jogo lembra bastante o Paper Mario, sendo um RPG com batalhas por turnos, cenários em 2D, e tesouros ou puzzles aqui e ali. E ele é extremamente intuitivo! Mesmo não tendo muita experiência com games deste estilo, levei poucos minutos para assimilar e entender como jogar. Aprendemos rapidamente como se movimentar pelos cenários que, apesar de ter tido uma certa estranheza no começo por causa da pegada “o que será que vem à frente? Uma batalha? Uma área secreta? Um puzzle?”, me acostumei rapidamente. Além disso, o sistema de batalha consegue ser simples e divertido, ao mesmo tempo que é complexo e estratégico – falaremos disso mais para frente. 

E na mesma medida que ele é intuitivo e divertidíssimo, a gameplay não é tediosa e os quebra-cabeças são recompensadores, além de que o visual cartoon e músicas alegres nos dão a sensação de estarmos dentro do desenho animado.

Viajamos de planeta em planeta em busca das chaves.

Durante a gameplay precisamos ir atravessando mundos à procura de Chaves de Arco-íris para destacarmos os portões do Palácio da Luz, onde Pyrope está com um dos prismas. Nos outros mundos – que são as colônias sob o comando de Demantoid – podemos batalhar contra inimigos, encontrar tesouros, achar chaves de outras cores que servem para destravar portões menores, resolver puzzles para encontrar chaves, etc como se o jogo deixasse claro que existe uma jogabilidade linear e um caminho a seguir, mas ao mesmo tempo te dá a liberdade de ir e vir, transitar entre as colônias e o Palácio da Luz, e direcionar tudo ao seu gosto.

É possível também ao longo do caminho descobrir segredos fazendo missões secundárias, encontrar itens para fabricar cosméticos ou realizar upgrades nos personagens – e isso é ótimo pois aumenta a duração e as possibilidades. E o estilo de gameplay com mundos lineares, entretanto, com um ótimo fator replay, faz com que você não precise se preocupar em fazer 100% das fases, pois poderá voltar depois para buscar o que deixou passar, provavelmente com personagens mais evoluídos e novas habilidades.

Batalhas simples com progressão divertida

As batalhas são bem divertidas e estrategicas

Como citado anteriormente, as batalhas são simples, intuitivas e têm uma boa curva de aprendizado, ao mesmo tempo que exigem um raciocínio rápido, boas estratégias e constante evolução dos personagens. Nas batalhas jogamos com Steven e as Crystal Gems – Ametista, Garnet e Pérola – e mais pra frente podemos utilizar também Lápis-Lazuli, Bismuto e Peridot. A equipe tem sempre 4 personagens – com Steven fixo – e cabe ao jogador escolher quais serão os outros 3.

O sistema de batalha é composto por turnos para atacar os inimigos e outros para se defender de seus ataques. Em cada turno começamos, por padrão, com 5 Pontos de Estrelas, as quais usamos para executar os ataques – que nem sempre tem a função de atacar. Cada personagem tem golpes próprios e desempenha um papel essencial para a batalha.

Podemos jogar com diversos personagens

Steven, por exemplo, não tem ataques e nem uma defesa muito fortes, mas consegue curar aliados ou criar bolhas para protegê-lo, funcionando como um ótimo suporte. Já Garnet tem uma defesa esmagadora, ataques bons e bastante vida, sendo um ótimo “tanque”, contudo, não tem uma sorte muito alta.

Os personagens têm três atributos; ataque, defesa e sorte – este terceiro representa a probabilidade que o personagem tem de realizar ataques mais fortes ou curas mais eficazes. Cada personagem tem seu ponto forte em um desses três atributos, e existe uma necessidade em deixar os personagens o mais equilibrados possível. Quando terminamos as batalhas ganhamos experiência, e quando a barra de experiência é preenchida, passamos de nível melhorando atributos dos personagens – e às vezes adquirindo novos ataques ou habilidades.

Cada personagem tem seu ponto forte

Outro fator importante para as batalhas é a Mochila de Cheeseburguer, uma mochila que pertence a Steven onde ficam nossos itens, os quais encontramos pelo mapa em baús do tesouro ou à venda na loja. Estes itens podem ser desde um biscoito de gato, que cura a vida de um personagem, até um capacete que incrementa a defesa. Eles te ajudam e adicionam uma boa camada de estratégia para as batalhas, já que, a priori, só é possível usar um item por turno – então use com sabedoria!

E não são só os atributos e itens que devem ser levados em conta para progredir no jogo, mas há também os amuletos. Estes amuletos são itens que podemos achar  em baús do tesouro ou até mesmo comprar nas lojas. Eles servem para melhorar levemente os atributos dos seus personagens, cada qual podendo carregar até três amuletos. Todos são específicos para um ou dois personagens, além de serem ótimos para equilibrar seus atributos, já que podem dar upgrades em ataque, defesa ou sorte. Vale ressaltar também algo muito legal: os amuletos geralmente fazem referência a coisas da série animada como, por exemplo, o de Steven que faz referência ao ukulele que ele toca no desenho.

Há também outros itens bastante úteis e importantes para nossa progressão: as medalhas. Diferentemente dos amuletos, elas não são específicas e podem ser aplicadas a qualquer personagem, entretanto, no início só podemos aplicar uma medalha por personagem, fazendo com que nossa escolha deva ser bem pensada. Eles também podem ser achados em baús do tesouro, mas não podem ser comprados ou vendidos como os amuletos.

Vale mencionar também os trajes, as famosas “roupinhas” que julguei precipitadamente como apenas cosméticos mas que não são apenas isso. Os trajes podem ser fabricados com os chromas – itens que achamos escondidos em espécies de cristais – que, além de uma mudança estética, nos proporcionam uma habilidade extra para o personagem – geralmente, bem útil.

E como todo bom RPG, há um sistema de árvores de habilidades, em que ganhamos um ponto de distribuição a cada nível que o personagem alcança e gastamos esses pontos para obter novas habilidades ou melhorias nas já existentes. É mais uma coisa que dá um toque de profundidade ao game e que faz a progressão nele ser bem divertida, gerando vontade de jogar cada vez mais e evoluir seus personagens.

Fusões, um prato cheio para os fãs

Steven faz fusão com as crystal gems.

Quando batalhamos temos um barra de trabalho em equipe, que vai se enchendo ao longo da batalha ao executar defesas e ataques, e quando ela fica cheia se torna possível o uso de habilidades especiais bem úteis como, por exemplo, uma cura e regeneração de vida coletiva ofertada pelo George Prisma, ou um grande escudo de proteção de Steven. Todavia, a cereja do bolo mesmo é a possibilidade de fazer fusões – sim, podemos ser uma mulher gigante!

As fusões são bem presentes no desenho animado e fico feliz por marcarem presença por aqui. Elas ocorrem entre Steven e uma das Crystal Gems, e são um quebra galho imenso em momentos das batalhas que precisamos daquela ajudinha, sem falar que uma fusão com bastante vida e ataques fortes cai bem.

Por fim, em um primeiro momento estranhei abrir o jogo e ele estar com as interfaces e menus em inglês, até porque as versões lançadas anteriormente para outras plataformas já tinham Pt-Br. Até que decidi dar uma procurada nas configurações do game para procurar o nosso idioma natal, e achei ele lá no final da lista. Acho um ponto super positivo o jogo ter português do Brasil, mas realmente não entendo pq ele já não vem na nossa língua por padrão ou pelo menos dar a opção de escolher o idioma padrão antes de jogarmos.

Um RPG consistente e divertido

Percebe-se que Steven Universe: Unleash the light não é apenas mais um joguinho para promover desenhos famosos, mas sim uma experiência consistente em um RPG divertido e prazeroso.

Apesar de alguns errinhos aqui e ali – como o fato de o sistema de câmera ser um pouco confuso – no geral, o jogo é muito divertido e tem uma boa curva de aprendizagem, e faz com que você fique preso nele com vontade de melhorar seus personagens e suas táticas de batalha cada vez mais. Além disso, ele conta com muito fanservice e referências ao desenho. Realmente vale bastante a pena jogar se você quiser se divertir muito e, se for fã do desenho, irá se divertir o dobro!

Cópia de Xbox One cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Steven Universe: Unleash the Light

8

Nota Final

8.0/10

Prós

  • Extremamente divertido e intuitivo
  • Pt-Br
  • Progressão divertida
  • Batalhas simples, mas estratégicas
  • Muito fanservice e referências ao desenho

Contras

  • Câmera ainda confusa e frustrante