Review Record of Lodoss War: Deedlit in Wonder Labyrinth Capa

Review Record of Lodoss War: Deedlit in Wonder Labyrinth (Switch) – Uma adaptação bem inspirada

Record of Lodoss War é um mangá de fantasia criado por Ryo Mizuno. Porém, como os joguinhos eletrônicos estavam em alta, sua ideia original era fazer da história um RPG de ação. As histórias de Lodoss não demoraram muito para serem adaptadas para o mundo dos games, já que o anime fez um grande sucesso até mesmo no ocidente.

Logo após passar pelo Super Nintendo, Dreamcast e até receber um MMORPG, Record of Lodoss War: Deedlit in Wonder Labyrinth é lançado mantendo o sonho de Ryo Mizuno: um RPG de ação. Além disso, o game possui inspirações muito claras e nostálgicas, o que pode fazer com que algumas pessoas queiram cair de cabeça no título. Mas calma lá, pois há perguntas que devem ser respondidas e avaliadas.

Desenvolvimento: Team Ladybug

Distribuição: PLAYISM

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Ação, Plataforma

Classificação: 14 anos

Português: Interface e legendas 

Plataformas: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series X/S

Duração: 5.5 horas (campanha)/8 horas (100%)

Dúvida importante e necessária

Uma imagem do anime dos anos 90.

Depois de toda essa introdução, você pode se questionar se é necessário consumir a obra original para entender Deedlit in Wonder Labyrinth. A resposta seria: mais ou menos. Isso vai depender do quanto você quer se aprofundar em seu enredo, mas é uma escolha que pode trazer consequências. 

Há uma abertura que introduz brevemente um grupo de guerreiros e a história de Lodoss. Depois, vemos a Alta Elfa, Deedlit, acordando com lapsos de memória em um santuário de pedras. Assim, durante sua aventura, ela irá reencontrar antigos amigos e vilões para tentar descobrir o que está acontecendo.

O grupo de personagens principais do anime e do jogo.

Infelizmente, isso é o melhor que pode ser dito sobre a trama, pois muitas das conversas são rasas e acabam deixando toda narrativa subentendida. Isso ocorre pela tentativa de utilizar um português um tanto poético e arcaico. Ainda sim, será possível compreender todo o plot, mas este não irá cativar o jogador de forma apurada.

Após assistir o anime – que é difícil achar completo -, confesso que a trama ficou ainda mais surpreendente, por entender a importância desses personagens para Deedlit. Além disso, por finalizar o game antes do anime, demorei para descobrir o mistério por trás da trama, que é: por que Deedlit está no Labirinto das Maravilhas e o que é esse lugar? E, por incrível que pareça, isto é algo que a animação japonesa acaba dando indícios no seu decorrer e pode até tirar um pouco da surpresa.

Inspirações nostálgicas

O visual vitoriano dá as caras no labirinto.

É inadmissível falar de Deedlit in Wonder Labyrinth sem citar o primogênito Castlevania: Symphony of the Night. A aventura de Deedlit não é um simples Metroidvania, mas sim uma carta de amor aos fãs do “jovial” Alucard e sua luta contra o seu pai, Drácula.

Não é preciso ter a visão de um vampiro ou a magia de uma elfa para perceber isso. As semelhanças vão desde a possibilidade de se aliar a familiares (pequenos espíritos que auxiliam na aventura) até a forma como Deedlit se move. Além disso, há muitos inimigos semelhantes aos demônios de Drácula, assim como estágios que produzem uma vibe vampírica e vitoriana. 

Em contrapartida, nem tudo são rosas e sangue, pois o Labirinto das Maravilhas não é um ser vivo igual ao castelo do vampiro romeno. O que isso quer dizer? Bom, os estágios do labirinto não escondem muitas surpresas estonteantes e são bem pequenos. Aliás, você não perderá muito tempo se aventurando por aí à procura de upgrades e magias, visto que há muitos portais disponíveis pelo mapa. Outro ponto triste é o número de familiares e a forma como eles foram pouco explorados.

A loja com suas armas e itens consumíveis à venda.

Assim como Alucard, Deedlit tem um belo arsenal de armas brancas, as quais podem variar entre espadas leves, pesadas, machados, alabardas e arremessáveis. Além delas, há também arcos e flechas que, na grande parte do tempo, ajudam na resolução de puzzles. Caso tenha juntado uma boa parte de almas, é possível ir até um vendedor para comprar outras armas mais fortes ou consumíveis como poções de vida, mana e antídotos.

Um pingo de familiaridade

A mudança de familiares é importante para a sobrevivência.

Logo no início do Labirinto das Maravilhas, Deedlit se reencontra com dois espíritos elementais conhecidos: Salamandra e Silfa. Durante essa aventura de descobrimentos, ambos auxiliam a elfa nos combates e na busca por respostas. Caso as coisas estejam um pouco quentes demais, Salamandra reverte todo dano de fogo em mana, assim como Silfa faz com o vento, sendo necessário alterá-los com o ZR.

Além dessa imunização permanente, os ataques também são afetados pelo familiar utilizado e enchem uma barra de familiaridade. Caso ataque muito com Salamandra ativado, a barra de Silfa se enche, e vice-versa. Ao chegar no nível 3 com qualquer um dos dois, maior será o dano de Deedlit e sua vida é recuperada, e, por incrível que pareça, a barra não é consumida. Essa trágica decisão facilita muito e pode até quebrar o jogo, mesmo com a punição de que caso receba dano, um nível é perdido.

Essa premissa de diferentes elementos se estende para os inimigos, cada qual com sua fraqueza. No decorrer desse labirinto, os adversários podem resistir mais ou menos por cada elemento, sendo estes escuridão, luz, planta, água e terra. Você pode pensar “ótimo, há mais familiares” e, infelizmente, terei que responder que não. Na realidade, há magias com esses elementos, mas não é possível equipar outros espíritos, além dos já citados. 

Por mais que tenha sido minha culpa ter uma expectativa sobre uma variedade maior de familiares, acredito que seja válido apontar. Uma exploração mais densa sobre esses espíritos fofos poderia fazer do combate algo mais complexo e divertido, principalmente nos chefes. Falando deles, no geral, todos são legais, tendo como maior desafio a memorização de seus ataques, fora isso, não há nada de muito especial.

Compacto e feito com carinho

Record of Lodoss War: Deedlit in Wonder Labyrinth é um Metroidvania enxuto e feito com muito esmero. Embora não seja uma experiência longa e pouco desafiadora, a busca de Deedlit por respostas é um jornada que, quando se inicia, não dá mais para largar. A pixel art e o level design são aspectos que agraciam qualquer entusiasta por este estilo de arte. 

Apesar de algumas decisões questionáveis e oportunidades perdidas, compreendo a escolha da Team Ladybug de ir pelo mais seguro. Portanto, Deedlit in Wonder Labyrinth é um must-have para quem é fã de SOTN, sendo o game mais próximo desse clássico Metroidvania.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Record of Lodoss War: Deedlit in Wonder Labyrinth

8.5

Nota final

8.5/10

Prós

  • Boa opção de armas
  • Pixel art de qualidade
  • Inimigos bem variados
  • Bebe de um clássico Metroidvania

Contras

  • Conversas confusas
  • Poucos familiares
  • Recuperar a vida com os familiares é muito facilitador