Capa de Resident Evil Re:Verse

Review Resident Evil Re:Verse (PC) – Uma decepção divertida

A principal franquia de terror da Capcom tem uma relação complicada com o multiplayer. Afinal, desde a série Outbreak, a distribuidora japonesa vem apresentando títulos focados em uma experiência online que acabam sempre sendo games maçantes e decepcionantes, apesar de possuírem conceitos interessantes. Resident Evil Re:Verse, bônus incluído gratuitamente no pacote de Village, não é nenhuma exceção a essa regra. Antes programado para ser lançado em julho de 2021, o produto pensado para festejar os 25 anos da franquia está chegando com tanto tempo de atraso a ponto de Resident Evil já estar prestes a comemorar seu 27° aniversário.

Desenvolvimento: Capcom, NeoBards Entertainment 

Distribuição: Capcom 

Jogadores: 1-6 (online) 

Gênero: Ação, Terror, Tiro 

Classificação: 16 anos

Português: Interface e legendas 

Plataformas: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S

Duração: Sem registros 

Rinha de BOWs

Controlando um inimigo

Re:Verse coloca Claire, Leon, Jill, Chris, Ada e HUNK para lutarem entre si, em partidas mata-mata que duram cinco minutos. Enquanto tenta sobreviver, o jogador precisa coletar cápsulas virais, itens espalhados pelos mapas que transformam o humano em icônicas BOWs (armas biológicas orgânicas) da série, como o Nemesis ou o Super Tirano. A morte significa uma chance de eliminar os inimigos utilizando os poderes das criaturas – ou de ser abatido novamente e voltar para o campo de batalha como o personagem escolhido. O vencedor do confronto é o jogador que conseguir a maior quantidade de pontos dentro do período estipulado. 

As mecânicas da jogabilidade são boas e responsivas, pois o título recicla parte dos ótimos sistemas que foram produzidos para os remakes de RE2 e RE3. Com a adição de skills individuais e novas opções de movimentação, o pessoal da NeoBards realizou mudanças nos aspectos do gameplay para transformar o que foi criado para uma aventura single player de horror em algo funcional, para um modo online puxado para um lado arcade. As novidades são ensinadas através de um tutorial interativo e intuitivo, e as duas habilidades especiais que estão disponíveis para os humanos e as criaturas abrem espaço para diferentes estilos de jogo.

Sem conteúdo

Passe de batalha do jogo

Re:Verse apresenta um loop simples e divertido, mas por um curto tempo. Não há conteúdo suficiente, e por causa disso a experiência fica enjoativa e chata depois de pouquíssimas partidas. O título inclui uma quantidade baixa de criaturas jogáveis e apenas dois mapas, todos reaproveitados de outros jogos que utilizam a RE Engine. Uma única trilha sonora do RE2 Remake é repetida infinitamente, o que torna tudo ainda mais cansativo e monótono.

Ao celebrar somente o que foi lançado depois de 2017, Re:Verse deixa de reverenciar os clássicos destas duas décadas de sustos. A NeoBards perdeu a oportunidade de resgatar fases, personagens e inimigos queridos pelos fãs, se limitando a skins com designs antigos para alguns dos humanos jogáveis, adquiridas separadamente pela loja da Steam. Custando 33 reais, o passe de batalha premium conta com desafios que recompensam o jogador com emotes, papéis de paredes para a tela inicial e itens de customização. O sistema tem uma modalidade gratuita, que libera recompensas similares, mas em uma velocidade menor.

Gráficos bons, conexão ruim

Tela que mostra os vencedores de cada partida

O motor gráfico empregado combinado com a reciclagem do material preparado para produtos com um orçamento muito maior garantem belos visuais. Além de uma curiosa escolha entre filtros que proporcionam visuais realistas ou cartunescos, o título conta com uma excelente performance em sua versão para computadores, graças ao excelente trabalho de otimização feito pela Capcom.

A qualidade da conexão depende diretamente de quem está hospedando a partida, pois não existem servidores dedicados. Os desenvolvedores adicionaram suporte para a jogatina entre plataformas, o que garante uma comunidade completamente unificada, além de tempos de espera rápidos. Porém, não existem sinais da existência de um bom sistema de anti-cheating no PC, o que, inevitavelmente, vai prejudicar a jogatina de todos.

Vazio

O adiamento de quase um ano e meio criou uma impressão de que Re:Verse seria disponibilizado com muito para oferecer, o que acabou não acontecendo. A Capcom já anunciou um planejamento com múltiplas atualizações que serão lançadas no decorrer dos próximos meses, contendo tudo o que deveria estar presente no título em seu lançamento. Apesar da proposta interessante, o jogo passa longe de ser cativante. Re:Verse falha em capturar a atenção por mais de cinco minutos, e quando o novo conteúdo chegar, toda a base de jogadores já terá partido para alguma outra coisa melhor. 

Cópia de PC adquirida pelo autor 

Revisão: Jason Ming Hong

Resident Evil Re:Verse

6

Nota Final

6.0/10

Prós

  • Jogabilidade divertida
  • Bons gráficos
  • Suporte a crossplay

Contras

  • Conteúdo insuficiente
  • Sem anti-cheat no PC