Resident Evil Village capa

Review Resident Evil Village (iOS) – Tecnicamente interessante

Durante um evento da Apple no ano passado, a Capcom causou surpresa na mídia ao ser uma das primeiras empresas a demonstrar o potencial gráfico dos novos Macbooks para jogos com Resident Evil Village. Agora, as duas empresas surpreendem mais uma vez e revelam, tanto para os iPads com o mesmo chip dos novos Macs quanto para a recente linha Pro do iPhone 15, uma versão completa do mesmo jogo, além do futuro lançamento do remake de Resident Evil 4 para todas estas plataformas. Obs.: O jogo foi testado em um iPad Air de 5a geração.

Desenvolvimento: Capcom
Distribuição: Capcom
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, terror
Classificação: 18 anos
Português: Dublagem, Legendas e interface
Plataforma: Xbox One, PS4, PS5, Xbox Series X|S, PC, iOS
Duração: 9,5 horas (campanha)/36 horas (100%)

O Vilarejo das Sombras

Uma velha misteriosa conversando com Ethan

Para quem ainda não está familiarizado, o oitavo jogo da franquia narra a história de Ethan e Mia Winters após os acontecimentos de Resident Evil 7 e o nascimento de sua filha, Rose. Certo dia, a família é surpreendida por soldados da BSAA junto com Chris Redfield. Sem uma devida explicação, a equipe atira em Mia, rapta Rose e desacorda Ethan para também ser levado para algum local. 

Após Ethan acordar, ele percebe que está do lado de fora do automóvel que estava, com todos os passageiros mortos e sem nenhum sinal de Chris e sua filha. Ao caminhar para buscar ajuda, o protagonista encontra uma vila que, segundo os moradores, era pacata até então, mas agora foi cercada por monstros licanos depois da chegada da “criança”. Ele percebe que há uma relação entre Rose e o local, então precisará investigar a região para encontrá-la.

Uma variedade de customizações

Uma foto com algumas das várias configurações gráficas

O jogo, de um modo geral, é um port mais leve da versão de macOS que utiliza a mesma aceleração gráfica, chamada Metal. Apesar disso, há apenas integração de saves apenas entre iPhone e iPad. Excluir os Macs e considerar dois aplicativos diferentes é um pouco estranho. 

Fora esta diferença, todas as configurações de gráficos existentes no computador estão presentes aqui. Há configurações pré-definidas que o usuário poderá selecionar, mas é possível alterar tudo individualmente, como resolução, texturas, filtros de serrilhado, sombras, iluminação, reflexos e muito mais, além de permitir desligar ou ligar o upscalling. Inclusive, ativar esta última opção em modo Qualidade é provavelmente a melhor opção para iPhone e iPad.

Com esta quantia gigante de customizações, é importante também não exagerar e colocar automaticamente tudo no máximo. O jogo permite que você salve uma configuração com mais memória do que o aparelho possui e, por consequência, pode causar travamentos, superaquecimentos, rodar a menos de 30 quadros por segundo – que é considerado por muitos como o limite aceitável para jogar – e, principalmente, fechar o aplicativo sem aviso. Se o jogador não souber absolutamente nada sobre estas opções e preferir que a imagem fique mais bonita, é melhor utilizar a configuração pré-definida “priorizar gráficos”.

Alguns incômodos

Ethan no castelo Dimistrescu

Resident Evil Village foi pensado para ser jogado com um controle conectado via Bluetooth, com total suporte ao controle de Xbox e ao DualSense. Caso não tenha nenhum conectado, o aplicativo inicia com um controle virtual de toque. Não há suporte para teclados e mouses, ainda que o iPad tenha capacidade de utilizá-los normalmente.

Exceto se o jogador já estiver acostumado a utilizar controles simulados por toque, a experiência não é muito confortável, e isso não é um problema exclusivo deste jogo e nem da própria desenvolvedora. No iPhone, a tela é menor e os botões são mais próximos, mas suas mãos ficarão na frente de uma porção considerável da tela. Em contrapartida, os tablets da Apple possuem uma tela bem maior e melhor para enxergar, mas os botões, por consequência, são mais afastados e difíceis de alcançar.

Lady Dimitrescu

No iPad, o jogo não permite esconder a barra superior do sistema operacional e nem remover o aspecto de tela 16:9 para preencher a tela toda, resultando assim em faixas pretas em no topo e abaixo, independente da resolução que escolher. Isto não é um problema nos celulares, pois a tela já é projetada para ter este formato.

Um pacote decente

Resident Evil Village para dispositivos móveis já tem disponível a expansão dos Winter, que inclui o modo de câmera em terceira pessoa, o capítulo Sombras de Rose e o modo Mercenários. Porém, este pacote é vendido separadamente, além de outros bônus disponíveis também nos consoles, como itens da loja de armas e cosméticos. O jogo base é comprado dentro do próprio aplicativo, pois ele permite jogar uma demonstração sem pagar nada inicialmente.

No final, o título é um projeto bastante interessante por mostrar a capacidade técnica dos novos dispositivos da Apple e oferecer uma performance bastante aceitável em um aparelho que muitos acreditavam levar mais tempo para que chegassem a esse patamar. Porém, há outras formas de jogar com melhor desempenho e qualidade gráfica, caso queira a melhor experiência de Resident Evil Village.

Cópia de iOS cedida pelos produtores

Revisão: Júlio Pinheiro

Resident Evil Village

8

Nota Final

8.0/10

Prós

  • Configurações bastante customizáveis, como na versão de PC
  • Cross-save entre iPhone e iPad

Contras

  • Sem suporte a teclado/mouse em aparelhos compatíveis
  • incompatível com Mac