Revenge of the Savage Planet chega como a continuação direta de Journey to the Savage Planet, ampliando praticamente todos os aspectos que tornaram o primeiro game tão divertido. Se antes tínhamos um planeta excêntrico e cheio de mistérios para explorar, agora a sequência leva essa experiência a outro nível, oferecendo quatro novos mundos, cada um com biomas e ecossistemas únicos, garantindo variedade visual e de gameplay.
Desenvolvimento: Raccoon Logic Studios Inc
Distribuição: Raccoon Logic Studios Inc
Jogadores: 1-2 (local e online)
Gênero: Ação, Aventura, Plataforma
Classificação: 10 anos (Violência, Linguagem Imprópria)
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, PS5, Xbox Series X|S
Duração: 9 horas (campanha)/16 horas (100%)
Comparando com o original

Assim como no original, a mistura de exploração, humor (muitas vezes exagerado) e descobertas inusitadas continua sendo o grande destaque, mas agora há mais criaturas estranhas para encontrar, estudar e, como novidade, capturar usando um laço. Essa mecânica rende momentos engraçados e desbloqueia cosméticos e melhorias, mas também colabora para um problema: o game às vezes se perde em excesso de tarefas e mecânicas paralelas.
Enquanto Journey to the Savage Planet apostava em uma visão em primeira pessoa para criar imersão, Revenge of the Savage Planet ousa ao migrar para a câmera em terceira pessoa — e a mudança funciona muito bem. Essa nova perspectiva não só valoriza a personalidade exagerada do protagonista, como também melhora a leitura do ambiente e a visualização das ações, algo essencial em um título que mistura combate, exploração e humor.
Outra adição importante é o co-op no mesmo console, algo que o anterior não oferecia. Agora, você e um amigo podem explorar juntos, lado a lado, compartilhando risadas, descobertas e desafios sem precisar de duas cópias do jogo ou conexões online. Porém, é notável a queda de desempenho e visuais quando jogado em tela dividida. A resolução cai bastante.
Quando “mais” nem sempre é “melhor”

Apesar da variedade de conteúdo ser um atrativo, a quantidade de missões secundárias e mecânicas adicionais acaba fragmentando a experiência. Muitas vezes, me vi desviando constantemente do objetivo principal para capturar criaturas, caçar colecionáveis ou lidar com pequenas tarefas que, embora divertidas por si só, enfraquecem o senso de progressão da história.
Isso faz com que o ritmo oscile bastante: ora você está imerso em uma missão empolgante, ora preso em atividades que parecem mais preencher tempo do que realmente acrescentar algo relevante à narrativa. E parece que o mundo se expande constantemente, levando a uma ansiedade desnecessária.
Uma jornada ainda divertida

A campanha principal leva cerca de 10 horas para ser concluída e mantém o humor característico da série, com piadas irreverentes e situações absurdas. Os novos mundos continuam recheados de segredos para encontrar e inimigos bizarros para enfrentar, e o co-op local adiciona muito valor para quem quer jogar com um amigo.
Por outro lado, quem prefere uma experiência mais direta e focada pode sentir que essa continuação dispersa demais a atenção e adiciona coisas até demais. Capturar monstros e colocá-los no cativeiro se torna enfadonho bem rapidamente, por exemplo.
Maior, mas não melhor
Revenge of the Savage Planet é, sem dúvida, maior e mais ambicioso que o original, mas essa expansão de conteúdo vem acompanhada de um excesso de distrações que nem sempre beneficiam o ritmo da aventura. Ainda assim, continua sendo uma experiência divertida, especialmente em co-op, e a nova visão em terceira pessoa funciona muito bem. Se você gostou do primeiro game e quer mais variedade, vai se sentir em casa. Mas se busca uma jornada mais coesa e sem tantas “paradas para o cafezinho”, talvez precise de um pouco mais de paciência.
Cópia de Xbox Series X|S cedida pelos produtores