Existe uma imensa felicidade em ver, finalmente, o florescer dos jogos aqui no Brasil. Por mais que sejam, em sua vasta maioria, títulos independentes, muitas coisas boas saem deste país tropical, ensolarado e repleto de pessoas cheias de talento e com muito a oferecer ao mundo dos games. É interessante ver como está se tornando vasta a lista de indies que estão saindo do país e tendo certa projeção lá fora.
É nesse embalo que chega Rift Adventure, um jogo de plataforma com pitadas de ação, RPG e cenários cativantes feitos em pixel art. Desenvolvido pelo estúdio brasileiro GameBrew, a obra tem vários aspectos que podem roubar o coração do jogador.
Desenvolvimento: GameBrew Studios
Distribuição: QUbyte Interactive
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Plataforma, Ação
Classificação: 10 anos
Português: Legendas e Interface
Plataforma: PC, Switch, PS4, Xbox One
Duração: Sem registros
A última empreitada
Rift Adventure nos mostra um mundo onde antropomórficos vivem ao lado de criaturas sombrias e de elementos pesados de aventura. Assim como nas fábulas clássicas existe uma lição no jogo, mas cabe ao jogador desvendar e tirar suas conclusões sobre o tema.
Começamos nossa aventura acompanhando, o que seria, a última empreitada de Aksius e Krinis, dois aventureiros que, aparentemente, estão sempre em busca de artefatos perdidos e valiosos, com o objetivo de viver dos ganhos obtidos da venda dessas peças. A aventureira roedora, Krinis, acaba sendo raptada por um ser de aparência tenebrosa e cabe a seu melhor amigo, o coelho humanoide Aksius, empunhar seu sabre e salvar sua amiga ratinha, enfrentando uma das trevas terríveis daquele mundo.
Ajude o mercado local e não sonegue
Durante o jogo temos a obrigação de passar pela vila, que eu diria, é o coração e a parte mais interessante do game. Neste lugar temos várias categorias de NPCs interessantes, com diálogos variados e não é difícil perceber o funcionamento do local. Existe um médico, um soldado, um ferreiro e até um prefeito. Todos prontos para servir a comunidade. Porém, um deles não tem um senso comunal tão grande assim: o vendedor do mercado negro, com ele podemos adquirir bons serviços por um preço reduzido, porém, ao fazer negócio com o marginal estamos, indiretamente, prejudicando aquela vila, o que nos impedirá de ter bons benefícios no fim.
O capitão do exército local é uma parte importante de como a obra se desenrola. A cada 3 turnos – morrer ou passar por um nível diferente – temos a opção de lutar para expurgar as criaturas malvadas da vila e proteger a comunidade, se falharmos a vila perde alguns níveis. No fim, a gameplay, sozinha, tenta mostrar qual lição de fábula, em forma de jogo eletrônico, Rift Adventure é.
Explorando
Para atingir o objetivo de Aksius, e resgatar Krinis, é preciso passar pelos mais diversos níveis. O game conta com mais de 20 fases distintas, cada uma com um boss diferente (nada muito difícil, mas também passa longe de ser algo fácil). É preciso, por vezes, saber quais inimigos iremos encontrar durante as fases (antes de ir), isso significa que, certamente, passaremos mais de uma vez em algumas delas.
A desenvolvedora traz várias homenagens a obras de plataforma 2D do passado e consegue fazer o level design ser interessante, o que torna a exploração super tranquila e boa. Apesar disso, algumas escolhas, como a ausência de checkpoints nas fases, me deixaram desanimado durante a jogatina, o que pode acontecer com outros players também.
Rift Apart conta com um bom trabalho em pixel art e controles acessíveis e simples, porém, sofre de uma gameplay de combate travada e de animações não tão polidas, o que pode chatear alguns e, sem querer, deixar o título mais difícil. Contudo, diante da dificuldade de certas fases, podemos comprar alimentos, que enchem nosso HP, e itens como: armas e armaduras cada vez mais poderosas, já que, no decorrer da evolução da vila, os itens se tornam mais eficazes e nos beneficiam bastante nas fases.
No fim da jornada
O título brasileiro conta com elementos interessantes de jogabilidade que, assim como nas fábulas clássicas, nos deixam uma lição. Se essa lição é valiosa ou não, cabe ao jogador decidir.
Pude aproveitar uma obra em pixel art que, por mais que faça alusão a obras antigas, tem a cara da atualidade. Apesar de alguns problemas técnicos e de jogabilidade, Rift Adventure apresenta boas ideias, que dão uma identidade legal ao título e pode propiciar uma experiência divertida.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong