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Review River City Saga: Three Kingdoms Next (Switch) – Esperava porradas, encontrei conversas

Às vezes, um jogo pode enganar bastante pela aparência. River City Saga: Three Kingdoms Next parece um ótimo beat ’em up, mas é praticamente uma visual novel com algumas lutas mais ou menos no meio de sua campanha.

Desenvolvimento: Arc System Works
Distribuição: Arc System Works
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Ação, RPG
Classificação: 12 anos
Português: Não
Plataformas: PC, PS4, Switch
Duração: Sem registros

Uma clássica e famosa franquia… ao menos no Japão

A invencibilidade temporária que esses golpes fornecem também é útil
Golpes especiais são úteis para vencer vários inimigos ao mesmo tempo

River City Saga: Three Kingdoms Next faz parte da antiga e longuíssima série conhecida como Kunio-kun (nome do protagonista), que surgiu no NES e tem inúmeros títulos publicados para praticamente todas as plataformas desde então, principalmente no Japão. Vários jogos também foram sendo lançados no Ocidente, ainda que por vezes com contextos e títulos originais totalmente alterados para se adaptar a esse mercado. Uma nomenclatura ocidental que inclui vários títulos traduzidos e lançados recentemente é a franquia River City, que inclui esse novo lançamento.

Kunio passou por inúmeros contextos nesses mais de 30 anos, e River City Saga: Three Kingdoms Next, assim como o antecessor River City Saga: Three Kingdoms, leva o personagem ao mundo do Romance dos Três Reinos, clássico romance histórico chinês do século XIV que é referência para incontáveis obras em todas as formas de mídia desde então. Assim, muitos dos personagens conhecidos da longuíssima série Kunio-kun aparecem na história com outros nomes, como se estivessem “interpretando” personagens do romance histórico.

Beat ‘em up com RPG e mais algo

Alguns itens das lojas também muda, mas você com frequência vai ficar navegando entre várias cidades até achar o que quer
Há várias cidades pelo mapa, mas pouco muda entre elas

O game é um beat ’em up com elementos de RPG e, eu diria, visual novel – chegaremos nisso. O sistema de batalha é até interessante. Você tem um soco, chute, agarrão, pulo, defesa e diferentes tipos de golpes especiais. Todos esses movimentos podem ser personalizados. Há uma árvore de habilidades, que é um pouco esquisita, para cada movimento (soco, chute, etc), em que você escolhe qual golpe aquele botão irá realizar, podendo deixar o estilo de jogo na forma que você preferir. Isso é certamente positivo e um dos melhores aspectos do jogo. Além disso, há itens, equipamentos, armas, cidades e outros elementos de RPG.

Mas a implementação dos movimentos na gameplay já não é tão interessante. Por vezes, os encontros com os inimigos são sem graça, pois eles defendem muito e te agarram ou derrubam com bastante frequência, o que, além de ser chato, ainda faz com que sua arma caia da sua mão. O jogo é estruturado em um mapa aberto como em um RPG, e você pode andar de lá pra cá e conversar com pessoas e comprar itens. As cidades e cenários variam pouco, trazendo uma sensação de repetitividade ainda maior. A novidade em relação ao game anterior é uma moto que você pode invocar e usar para atropelar os inimigos, mas não é lá muito legal.

Prepare os óculos de leitura

Pelo menos as artes dos personagens são bonitas
Acostume-se com telas de diálogos, pois é o que mais verá

O título mistura beat ’em up com RPG, em tese. Na prática, o que temos é um pouco de beat ’em up intercalado com muita conversa, mas MUITA mesmo. É o que eu disse quando falei que o game se assemelha a uma visual novel, pois a quantidade de diálogos é espantosa. Pode-se argumentar que um jogo ter muita conversa não é um problema, o que eu poderia concordar em certos contextos. Mas não consigo achar isso certo em um beat ’em up (ainda que com elementos de RPG), um gênero que sempre foi tão focado na jogabilidade. Dessa forma, o ritmo do jogo é totalmente enfadonho.

Você vai em uma tela, mata alguns poucos (6 ou 7) inimigos e deve ir para outro lugar só para conversar com alguém e ir para outra tela com mais alguns inimigos. Repita isso várias e várias vezes. Acaba o jogo. A menos que você tenha familiaridade com os personagens da saga de Kunio-kun ou empolgue na história, dificilmente se importará com isso ou ficará lendo tudo.

Seria fácil de ser bom

Golpes em área são úteis para vencer todos ao mesmo tempo
Chefes sempre estão acompanhados de mais adversários

Dessa forma, por mais que a jogabilidade tenha potencial, o ritmo simplesmente acaba com a experiência. Me incomoda ainda mais saber que no título anterior, por mais que seja muitíssimo semelhante a esse, havia também um modo que transformava o jogo em um beat ’em up tradicional, com fases lineares. Isso faria toda a diferença e tornaria o jogo algo prazeroso, fazendo com que valesse a pena a ser jogado por todos que curtem o estilo.

Até dá para gostar, quem sabe

River City Saga: Three Kingdoms Next, a princípio, parece mais um ótimo beat ’em up com gráficos pixelados, relembrando o auge do gênero. Infelizmente, é um título mais focado em ter conversas infinitas e pouca porrada, e essa pouca pancadaria ainda não é das melhores.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Julio Pinheiro

River City Saga: Three Kingdoms Next

6

Nota final

6.0/10

Prós

  • Sistema de batalha personalizável
  • Gráficos pixelados com bastante carisma

Contras

  • Péssimo ritmo
  • Lutas por vezes não são divertidas
  • Dificuldade dá saltos em alguns momentos