Pegue uma donzela em perigo, some a um jovem monge e adicione monstros e demônios com uma pitada de dimensões paralelas e transtornos mentais. Pronto, essa é combinação perfeita para a criação de qualquer filme de terror B dos anos 80 e é a base para a narrativa de Seduction: A Monk’s Fate, um terror clássico de jogabilidade lateral, repleto de enigmas, labirintos e quebra-cabeças para solucionar.
Desenvolvimento: KOEX Studio
Distribuição: Eastasiasoft
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, Puzzle
Classificação: 12 anos
Português: Não
Plataformas: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series X/S
Duração: 1 hora (campanha)/2 horas (100%)
Desvende os mistérios do monastério
Jogos independentes vêm ganhando espaço cada vez mais na indústria dos games, diversas vezes trazendo um fôlego extra e de originalidade em meio a um mar de jogos repetidos e remasterizações sem sentido da geração passada. Muitas vezes, até buscam resgatar gêneros esquecidos pelo tempo, como é o caso de Seduction: A Monk’s Fate.
O título traz uma jogabilidade lateral em 2D e coloca o jogador em um universo surreal de monstros e demônios, numa narrativa repleta de clichês conhecidos do cinema de terror clássico.
Na trama, você estará na pele de um jovem, que possui dons especiais de ver e ouvir demônios de outras dimensões astrais, além de se comunicar com mortos e seres infernais. Sua missão é salvar uma jovem moça capturada para participar de um ritual satânico e desvendar os mistérios sombrios que rondam o monastério.
Viaje por mundos sombrios
Durante sua jornada, diversos inimigos surgirão. Você poderá enfrentá-los com seu poder de oração e liberar suas almas condenadas, além de poder esquivar de aranhas e braços de esqueletos gigantes, ou na pior das hipóteses sair correndo para salvar sua pele.
Em todo caso, suas ações serão limitadas a essas escolhas, enquanto você explora os mapas pelos locais que viaja à procura de chaves e itens para resolver enigmas. Prepare-se para muito vai e volta nos mais diversos mundos sombrios e estranhos já vistos, uma vez que o jogo não possui mapa e está repleto de caminhos escondidos. E possui escolhas bem ruins de level design, escondendo de forma injusta da vista do jogador as muitas entradas secretas e itens necessários para progredir.
A narrativa é bem confusa e a sua única ajuda pelo caminho será ler as diversas placas que falam através de enigmas. Descobrir a solução de um quebra-cabeças não será tarefa fácil e exigirá paciência e muita tentativa e erro por parte do jogador.
Reflexos rápidos para salvar a donzela
Além da exploração e dos quebra-cabeças, o jogo também conta com diversos momentos de resposta rápida do jogador, que deverá apertar uma sequência de botões em um certo espaço de tempo para esquivar ou atacar um inimigo. Por sorte, os controles do jogo são bem responsivos para essas ações. Infelizmente, a versão para PS5 não conta com suporte aos gatilhos adaptativos e nem à resposta háptica do DualSense, sendo idêntica à versão do PS4.
O jogo também peca em trazer ambientes muito escuros e esconde itens e caminhos propositalmente da visão do jogador, que deverá ter olho vivo a cada novo lugar visitado. A exploração funciona quase como um “point and click”, obrigando ao jogador chegar até o item procurado e esperar que um ícone de interação apareça para recolher ou utilizar o objeto buscado.
Outro ponto são as transições de um cenário para outro durante as animações que ocorrem de forma abrupta, cortando totalmente o clima entre as cenas. Vale também o aviso para temas sensíveis como transtornos posícológicos e suicídio, que em momento algum alerta o jogador e nem existe uma opção para pular. Situações de claustrofobia também estão presentes em diversos pontos da história.
Também não existem opções de acessibilidade e o idioma português não está disponível nem para os menus e nem para as falas. Sua única opção de personalização é a possibilidade de aumentar ou reduzir o tamanho do texto.
O importante é tentar
Seduction: A Monk’s Tale foi criado e desenvolvido por uma única pessoa. Sendo assim, é compreensível que o título apresente alguns pontos falhos. Se você não seguir a narrativa da maneira esperada, como utilizar um item no momento errado, o jogo pode travar e te prender, obrigando a reiniciar seu último ponto de salvamento.
Embora a história falhe em trazer originalidade, o jogo conta com belas artes em cada cenário, como se fosse um livro interativo de terror. Se quiser se arriscar, o título distrai por alguns minutos e é bastante curto. Seu atrativo fica por conta da trama misteriosa, embora clichê, e a facilidade de cumprir todos os troféus e conquistas numa única sentada.
Cópia de PS5 cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno