2025 é um dos anos mais importantes para o Pac-Man. Não parece, mas ele está comemorando 45 anos de idade e, para celebrar a ocasião, a Bandai Namco preparou o lançamento de dois novos jogos: Pac-Man World 2 Re-Pac, um remake do clássico de plataforma de 2002, e Shadow Labyrinth, uma surpreendente e pouco convencional reimaginação da franquia em estilo metroidvania.
Desenvolvimento: Bandai Namco Studios Inc.
Distribuição: Bandai Namco Entertainment Inc.
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação
Classificação: 12 anos (violência)
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC, PS5, Xbox Series X|S, Switch, Switch 2
Duração: 34 horas (campanha)/55 horas (100%)
Escapando de um labirinto
Com uma história misteriosa situada na United Galaxy Space Force, o universo compartilhado de produções futuristas da Bandai Namco, Shadow Labyrinth põe os jogadores no controle de um protagonista chamado Espadachim, que é acompanhado em sua aventura por PUCK – a versão do Pac-Man apresentada pelo jogo. Juntos, eles têm a missão de escapar de um labirinto em um planeta alienígena repleto de ameaças e monstros.
O título é um side-scroller tradicional, com ataques no estilo hack ‘n’ slash e um sistema de danos punitivo, que sempre retira muitos pontos de vida do personagem. O design de mapas segue o estilo metroidvania, com uma progressão lenta, tanto para a trama em si quanto para as novas possibilidades de gameplay e exploração, que demoram a ser liberadas. Shadow Labyrinth é consideravelmente longo para os padrões de seu gênero, durando cerca de 30 horas e contando com vários biomas distintos.
O Espadachim pode se transformar no famoso Come-Come – nessa ocasião, chamado de Mini-PUCK. Dessa forma, é possível observar o principal diferencial da exploração, pois o protagonista se direciona pelas fases de maneira semelhante a um jogo mais tradicional do Pac-Man, indo atrás de bolinhas amarelas em plataformas. Essas bolinhas, chamadas de Ora, também são disponibilizadas ao eliminar monstros e servem como uma moeda, podendo ser utilizadas para tornar o personagem um combatente melhor e facilitar a progressão nas fases. Há um modo adicional parecido com o estilo clássico dos jogos de arcade da franquia, encontrado como segredo no decorrer das fases — é um bônus interessante.
Baixo orçamento é notável
Shadow Labyrinth claramente não foi feito com um orçamento alto, até pelo risco envolvido na ideia de transformar a franquia Pac-Man em um metroidvania com um tom mais pesado do que os jogos principais da série, que geralmente são coloridos e felizes. Isso é perceptível no lado gráfico do game, que apresenta animações visivelmente limitadas e visuais de fundo em 2D, com artes em uma resolução baixa a ponto de parecerem pixeladas sempre que a câmera se aproxima dos personagens.
O destaque da parte visual, no entanto, ocorre quando o PUCK se transforma em um grande monstro para consumir os inimigos do Espadachim e liberar novos golpes. É algo muito legal de se ver, funcionando como uma recompensa diferenciada ao derrotar os chefes da campanha – que conta com tradução em português, mas poucas opções de acessibilidade no geral, principalmente no que se refere à dificuldade.
Shadow Labyrinth é bastante punitivo e, aos poucos, se torna um grande teste de paciência, até nas lutas contra os inimigos comuns. O problema é que os pontos de salvamento não são tão frequentes nos mapas, que são enormes e repletos de armadilhas. Assim, durante a jogatina, há uma necessidade constante de refazer as mesmas coisas várias vezes, o que transforma o que poderia ser uma boa experiência num tédio completo – o que é uma pena, porque a proposta de um Pac-Man no estilo metroidvania deveria ser mais acessível para realmente introduzir os fãs do Come-Come a um novo gênero, o que não foi feito aqui com sucesso, infelizmente.
Uma proposta interessante, mas só isso
Shadow Labyrinth é, certamente, uma das tentativas mais ousadas de reinventar uma franquia já vista. O jogo, porém, poderia ser uma experiência melhor em vários aspectos, como no balanceamento, no lado visual e na duração, já que ele se beneficiaria muito de ser um pouco mais enxuto – a campanha em si é longa demais, a ponto de se tornar exaustiva para um título do gênero. Mas, claro, valeu a tentativa. É louvável ver uma empresa do tamanho da Bandai Namco arriscando e inovando de um jeito completamente inesperado, entregando um baita presente de aniversário para os fãs da série.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong
Shadow Labyrinth
Prós
- Proposta diferenciada
- Exploração divertida
Contras
- Dificuldade punitiva
- Animações ruins
