Skullgirls foi originalmente lançado em 2012 para PC e chegou recentemente ao Nintendo Switch com o sufixo 2nd encore, que adiciona uma certa quantidade de conteúdo ao jogo já conhecido anteriormente.
O indie tem semelhanças fortes com desenhos modernos do século 21, com animações bastante fluídas e desenhadas com um traço que remete a jogos em Flash – não veja isso como um insulto. Além disso, a trilha sonora tem bastante influências do jazz, e casa muito bem com o estilo geral do jogo.
Desenvolvimento: Lab Zero Games
Distribuição: Skybound Games
Jogadores: 1-2 (local) e 1-8 (online)
Gênero: Luta, Multiplayer
Classificação indicativa: 12 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, Switch e PS4
Duração: 2.5 horas (campanha)
Diversificado e veloz
Posso dizer que, em termos de jogabilidade, Skullgirls 2nd Encore possui uma abordagem bem mais reativa e ao mesmo tempo técnica do que a maioria dos outros títulos do gênero luta. Sua velocidade absurda me passou a sensação positiva que tive ao jogar Marvel vs. Capcom 3, exceto que em Skullgirls é necessário saber executar os combos e golpes inimigos de cada personagem. Em Marvel vs. Capcom 3, basicamente todos os selecionáveis possuíam o mesmo combo de soco, chute e lançamento do oponente para o alto em seguida, para depois encaixar uma troca de companheiro de equipe e dar sequência ao golpe.
Felizmente o jogo permite com que você aprenda os golpes de cada um dos personagens no modo Ensaio, onde são mostrados os combos do lutador escolhido para que o jogador os faça até conseguir completar a sequência. Confesso que tive dificuldades de fazer qualquer um destes combos, já que a jogabilidade exige uma rápida reação de quem está jogando.
Porém, é bastante recomendado experimentar todos os personagens e ver com qual você mais se identifica, para que pelo menos com um deles você consiga jogar e dominar os combos.
Com algumas garotas é mais fácil de se executar os golpes especiais, enquanto outras são um pouco mais complexas e exigem um melhor entendimento. A boa notícia é que se você for do tipo que esmaga botão e deixa a técnica de lado, sim, existem personagens perfeitos para um estilo mais desesperado de jogador. Porém, isso não vai garantir a vitória, a não ser que a dificuldade escolhida seja a mais baixa possível, já que o jogo não pega tão leve com os iniciantes.
Além do modo Ensaio, existe a Sala de Treinamento, para praticar seus golpes contra a inteligência artificial ou um personagem sem reação. Você também pode dar uma olhada nos Tutoriais, para aprender as ações básicas do jogo e como realizar ataques especiais, além do modo Desafio com objetivos pré-estabelecidos dentro das lutas com diferentes variações.
O modo história segue um estilo mais conhecido praticado em alguns jogos de luta modernos, onde cada personagem tem sua perspectiva da história que gira em torno de Marie, a Skullgirl.
O enredo é contado através de imagens estáticas com diálogos em texto e dublagem (inglesa ou japonesa), seguindo um estilo mais visual novel da coisa. Ainda bem que, ao contrário de alguns outros jogos do gênero, Skullgirl não comete o erro de empurrar infinitas linhas de texto que fazem o jogador passar mais tempo lendo do que jogando de fato.
Finalizando com algum personagem qualquer, você adquire o título de completado para ele, e consegue abrir paletas de cores e itens na galeria de artes do jogo. Alguns personagens dos 14 disponíveis vêm bloqueados no modo história, mas podem ser jogados a qualquer momento entrando no modo Versus, sem exigir um progresso para poder ter acesso.
Team battle e adicionais
Nas partidas é permitido escolher até três personagens e usar sua melhor estratégia de alternar entre eles durante as lutas. Caso apenas um seja escolhido, sua força será acima da média para compensar o desbalanceamento da equipe. Caso 2 ou mais sejam a preferência do jogador, cada personagem terá uma força diminuta por conta da quantidade.
Tudo isso só reforça mais ainda o quanto este jogo tem similaridades com a série de luta da Capcom, e ainda bem, já que modalidades em equipe traz uma grande quantidade de possibilidades aos jogos de luta – alô, Mortal Kombat 11?
Existe também um modo online, além do local, que – felizmente – permite com que selecionemos manualmente a opção de jogar contra pessoas da mesma região, evitando que sejam encontradas partidas lotadas de lag ou input delay. Infelizmente o jogo não possui crossplay com outras plataformas na versão para Nintendo (o recurso está presente apenas entre plataformas PlayStation), então a pessoa fica restrita à base instalada do Switch.
Infelizmente não consegui achar uma alma viva sequer no modo rápido ou busca por salas, nem mesmo criando uma sala e esperando por vários minutos, o que acabou me desanimando a continuar tentando achar algum oponente na internet.
Muito acima da média
Skullgirls é um jogo completíssimo de luta com visuais, trilha sonora e jogabilidade incríveis. Vale lembrar que o público-alvo do jogo são aqueles que tem preferência por algo mais reativo e veloz, em vez de ficar em lutas rítmicas ou estratégicas.
Mesmo com poucos personagens disponíveis comparado aos padrões atuais de títulos do gênero, Skullgirls: 2nd Encore é cheio de personalidade própria e consegue trazer formas de se jogar únicas para cada personagem, demonstrando muita competência para se destacar no meio deste cenário de jogos de pancadaria.
Esta review foi feita com uma cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Samuel Leão