Sniper Elite 4 Capa

Review Sniper Elite 4 (Switch) – O melhor stealth de segunda guerra

Poucos jogos de guerra me conquistaram tanto quanto a série Sniper Elite. Tendo meu primeiro contato através do primeiro Sniper Elite no PS2, fiquei completamente apaixonado pela abordagem mais furtiva e com a opção de sair distribuindo balas para todo lado com armas secundárias. Sniper Elite 4, como o nome já diz, é um jogo de tiro em terceira pessoa – ao contrário da maioria dos títulos de guerra que escolhem a perspectiva em primeira -, e se passa nos eventos da Segunda Guerra Mundial. Sniper Elite 4 já havia saído nos consoles da geração passada (agora Xbox One e PS4), mas chegou somente este ano ao Switch em um port de cair o queixo e dar inveja.

Desenvolvimento: Rebellion Developments
Distribuição: Rebellion Developments
Jogadores: 1 (local) e 1-12 (online)
Gênero: Tiro, Ação, Multiplayer
Classificação: 18 anos
Português: Não
Plataformas: Switch, PS4, Xbox One e PC
Duração: 10 horas (campanha)/32 horas (100%)

Todos contra um

Correndo abaixado

No quarto título da série, você controla Karl Fairburne, um atirador de elite do exército norte americano. Sua principal missão é deter o regime fascista italiano de Mussolini e a criação de armas dos alemães. Entre uma missão e outra, Karl interage com companheiros de batalha fora do cenário principal, e ali é o momento em que acontece um pouco mais de profundidade na história de alguns personagens secundários, e isso ajuda a aumentar um pouco a empatia para com estes NPCs.

O mesmo não pode ser dito em relação ao protagonista, que não apresenta nenhum background ou informação relevante que o torne algo especial para o jogador. É um sniper de elite, e ponto final. Porém, a dublagem é excelente e digna de elogios para a equipe responsável pelo trabalho de todos os personagens na trama. Infelizmente, a versão de Switch não acompanha a nossa dublagem brasileira – nem legendas -, o que é uma pena para não entendedores do idioma inglês.

Raio-x

Deixando um pouco a história de lado, a jogabilidade de Sniper Elite 4 – assim como os antecessores – é de longe a melhor parte de todo o jogo. Fairburne é equipado com todos os tipos de armas para usar contra tropas numerosas, obviamente também portando seu rifle de longo alcance. Como uma marca registrada da franquia, também temos aqui as câmeras lentas com efeito de raio-x que mostram as balas perfurando o corpo dos soldados inimigos. Também há como fazer combos, eliminando vários inimigos com um mesmo tiro. Felizmente esse recurso pode ser configurado, já que, depois de várias vezes assistindo o momento, acaba se tornando algo repetitivo e maçante.

Armado até os dentes

Ataque corpo-a-corpo

Além de Fairburne se portar como um sniper, também é possível sair no melhor estilo Rambo, atirando em todos à sua frente fazendo uso de submetralhadoras e outras armas de menor calibre, mas com alta cadência de tiro. Acredito que o mais legal em Sniper Elite é a possibilidade de optar por ataques furtivos ou expositivos e golpes corpo-a-corpo que imobilizam inimigos.

Fora seus armamentos, existem equipamentos espalhados pelos vários cantos do cenário como granadas de mão e minas explosivas, ambas possíveis de serem modificadas com fita adesiva para colar e fazer armadilhas. Isso funciona até mesmo em corpos de soldados mortos, ampliando bastante a quantidade de possibilidades que temos ao armar emboscadas para tropas inimigas. Por isso, uma dica é não ignorar a exploração do ambiente e até mesmo dos soldados inimigos que você eliminar, já que quase sempre podemos encontrar algo de útil. Outro bom exemplo de utilidade ao jogador são os kits de primeiro-socorros e os curativos que, novamente, são encontrados através da exploração do local.

Elementos extras

Atirador de elite

Como uma pitada de mecânicas adicionais, podemos personalizar nosso protagonista adicionando perks na árvore de habilidades, que modificam alguns atributos do personagem como tempo de fôlego total, concentração ao mirar e outras melhorias que impactam na jogabilidade. Não só isso, mas as armas são modificáveis, possíveis de se acoplar equipamentos como silenciadores – até no rifle. Além de que, uma vez que cada fase é finalizada, é possível retornar às missões e jogar novamente, mas com a opção de escolher qualquer um dos personagens secundários disponíveis na lista.

Adicionalmente, existe o modo multiplayer online competitivo e cooperativo para ser jogado na campanha, passíveis de download na eshop da Nintendo de forma totalmente separada – então nada de se preocupar em ter que baixar tudo de uma vez. Apesar de bastante divertido, o multiplayer online competitivo de Sniper Elite 4 não possui uma base de jogadores muito grande, o que piora sem o recurso de crossplay entre plataformas. 

Água belíssima

Houveram momentos em que não encontrei uma partida sequer, então foram poucas as vezes que consegui ter uma experiência bacana com pessoas aleatórias da internet. Em relação aos modos disponíveis, existem 8 no total e giram em torno de fórmulas bastante conhecidas no meio de jogos do gênero, como Capture the Flag, Elimination, Team Deathmatch, etc.

Já o cooperativo possibilita aliar-se com um amigo e desfrutar das missões da campanha em dupla, o que acaba sendo uma forma bem mais divertida de se progredir nas fases. E, felizmente, existe esta opção, já que as tarefas de cada missão não são tão inventivas  não apresentam muitas diferenças de umas para as outras, de longe um ponto bem fraco de Sniper Elite 4.

Port fenomenal

Agora falando da versão em si para o Switch, a qualidade é impressionante. A performance se mantém constante e raramente existem quedas nas taxas de quadros por segundo. Diria que apenas em momentos com muita quantidade de inimigos e elementos na tela. É um daqueles ports para o console da Nintendo que dá gosto de ter, ao contrário de muitos que são trazidos ao híbrido de uma forma bastante descuidada.

Cutscenes com gráficos in-game

Certamente eu indicaria a versão de Switch para qualquer um que tenha apreço pela série. O modo portátil obviamente é um diferencial comparado aos consoles da concorrência. O trabalho feito aqui ao trazer o quarto jogo da franquia para um console tão sofrível em termos de hardware como o Switch, é do mesmo nível que a Panic Button fez com os games da série Doom. Já se tratando de visuais, o downgrade gráfico é bem leve e praticamente imperceptível. É notável a técnica de renderização de texturas de maior qualidade apenas em objetos mais próximos, o que deixa bem impossível de notar o efeito em elementos mais longes do campo de visão.

Um exemplo de como fazer certo

Sniper Elite 4 para Switch é muito acima da média. Além de ser um jogo incrível, com bastante conteúdo e várias opções extras de diversão, a conversão para o console da Nintendo está de parabéns. Seja você um jogador novato no gênero tiro em terceira pessoa com elementos de stealth ou um fã de longa data da série Sniper Elite, vale muito a pena obter mais este port super bem-vindo para o console híbrido da Nintendo. Quisera eu que mais empresas trouxessem seus jogos assim para ele.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Kiefer Kawakami

Sniper Elite 4

9

Nota final

9.0/10

Prós

  • Fator replay elevadíssimo
  • Árvore de habilidades
  • Vários personagens
  • Vários modos no PvP online
  • Cooperativo online

Contras

  • Dublagem e legendas PTBR removida
  • Multiplayer sem crossplay
  • Sem co-op com tela dividida