O dia 23 de junho é conhecido como o aniversário do Sonic, e sempre há algum tipo de celebração. Em 2021, quando o ouriço completou 30 anos e em plena pandemia global de COVID-19, o concerto completo Sonic 30th Anniversary Symphony foi publicado no YouTube. A apresentação trouxe duas horas das principais trilhas do mascote azul da SEGA tocadas pela FILMharmonic Orchestra, de Praga, e conduzida pelo maestro Adam Clemens.
No ano seguinte, os fãs foram agraciados com a contestada coletânea Sonic Origins, que trazia os quatro primeiros jogos do Sonic — ou cinco, levando em consideração que juntaram Sonic 3 e Sonic & Knuckles. Por mais que o compilado trouxesse os títulos de maneira retrabalhada para os televisores atuais e uma galeria até que bacana, ter poucos jogos de fato e o preço praticado foram um tiro no pé.
Chegamos ao aniversário deste ano e o anúncio da vez foi o DLC Sonic Origins Plus. No entanto, a sensação é como se o jogo fosse uma festa que aproveita tudo do ano passado, até mesmo o bolo.
Desenvolvimento: SEGA
Distribuição: SEGA
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Ação, Aventura, Plataforma
Classificação: Livre
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series X/S
Duração: 10 horas (campanha)/13 horas(100%)
Coloca desse jeito mesmo e está tudo certo
Como citei no começo, a versão base de Sonic Origins só trazia os seguintes títulos:
- Sonic the Hedgehog (1991)
- Sonic the Hedgehog 2 (1992)
- Sonic the Hedgehog CD (1993)
- Sonic the Hedgehog 3 & Knuckles (1994)
Tudo obviamente girava em torno deles. Podíamos jogar: as versões originais do Mega Drive/Sega Genesis; as versões de aniversário, modificadas para o formato 16:9 (widescreen) sem deixar nada esticado e com a possibilidade de utilizar Knuckles; um modo Boss Rush, no qual só enfrentamos os chefes de cada um dos títulos; o minigame Blue Spheres, de Sonic 3; e um modo de missões.
Algumas das diversas reclamações envolviam a trilha sonora nova de Sonic 3, pois a original não pode ser utilizada por motivos de direitos autorais, além da galeria trazer conteúdo de jogos que não foram incluídos na coletânea, e a impossibilidade de poder jogar Sonic 3 independente de Sonic & Knuckles, que originalmente foram lançados como títulos separados. Além disso, o preço praticado para apenas quatro jogos era altíssimo.
Uma das novidades desta expansão para os jogos que estavam na lista é a possibilidade de escolhermos Amy Rose como nossa personagem em qualquer um deles, algo até então inédito. Ela possui a habilidade de dar marteladas enquanto corre e salta, abatendo qualquer inimigo pelo caminho. Além disso, Knuckle foi incluído na lista de personagens em Sonic CD.
A versão Plus adicionou 12 títulos novos, todos eles do portátil Game Gear. São os seguintes:
- Sonic The Hedgehog (1991)
- Sonic The Hedgehog 2 (1992)
- Sonic Chaos (1993)
- Sonic Drift (1994)
- Sonic Spinball (1994)
- Sonic Triple Trouble (1995)
- Sonic Drift 2 (1995)
- Tails’ Skypatrol (1995)
- Tails Adventure (1995)
- Sonic Labyrinth (1995)
- Sonic Blast (1996)
- Dr. Robotnik’s Mean Bean Machine (1993)
Agora com 16 jogos, a coletânea ficou bem mais atraente, inclusive com pérolas curiosas, como as duas aventuras protagonizadas por Tails, ambos os títulos Sonic Drift e o sempre bem-vindo Dr. Robotnik’s Mean Bean Machine, que inclusive contam com opção para até dois jogadores. Entretanto, ainda há pontos para serem levantados.
Nem vou entrar no mérito de que essas inclusões poderiam ter sido feitas bem antes, mas é curioso o foco em jogos só do Game Gear, visto que alguns deles também têm sua versão de Mega Drive, como o próprio Mean bean Machine e Sonic Spinball, que obviamente são superiores.Isso passa a incômoda sensação de que tudo foi feito apenas para “tapar buracos”.
Já passou da hora de colocarem títulos mais ousados e distantes do público atual nesses compilados, como Knuckles’ Chaotix, lançado para o periférico 32X, e o cultuado jogo de corrida Sonic R, do Sega Saturn. As gerações atuais de consoles seriam ideais para introduzi-los aos gamers que não os conhecem, isso sem contar os outros bons jogos de outras plataformas, como Dreamcast e o Game Boy Advance, que também já passaram da hora de sair do quarto escuro no qual são mantidos até hoje (pelo menos por meios legais).
Por fim, outra bola fora é que estes novos jogos foram adicionados sem nenhum atrativo extra, indo contra o clima de celebração. Nada de missões próprias, troféus extras focados nos DLCs ou sequer uma ilha temática no menu principal para fazer uma gracinha. Eles apenas foram acomodados em uma opção chamada de Game Gear, abaixo das missões.
Não digo que eles todos eles também precisassem de um Modo Aniversario para serem curtidos, mas também não custava nada deixá-los mais atrativos e com um fator replay maior, incentivando o jogador a explorá-los de fato.
Festa incompleta
Por mais que o número de jogos tenha quadruplicado, Sonic Origins Plus ainda parece uma comemoração inacabada, ainda mais se comparada a diversas outras coletâneas que fizeram o possível para incluir praticamente todos os títulos de sua série. A lista do Sonic é bem maior que muitas franquias por aí, então está mais do que em tempo de fazer um compilado digno da carreira inteira do ouriço azul e seus amigos.
Cópia de PS4 cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro
Sonic Origins Plus
Prós
- 16 títulos ao todo
- Amy Rose como personagem selecionável foi uma ótima pedida
- Inclusão de títulos solo do Tails
- Algumas ROMs tem opção para dois jogadores
Contras
- Adição apenas de títulos de Game Gear
- Os títulos novos não possuem troféus ou missões próprias
