Starlight Legacy é o tipo de RPG que parece ter saído direto dos anos 90, mas com a sensibilidade e os refinamentos dos dias atuais e suas melhorias de qualidade de vida. Desenvolvido por Aceoft, o game cheguo antes pro Steam, mas agora desembarcou no Nintendo Switch em uma conversão que surpreende pela excelência.
Desenvolvimento: Decafesoft
Distribuição: Eastasiasoft
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG
Classificação: 10 anos (Violência, Drogas Lícitas)
Português: Não
Plataformas: Switch, PC
Duração: 10 horas (campanha)
Um JRPG indie com história ok

O indie é uma carta de amor aos JRPGs clássicos como Final Fantasy VI e Chrono Trigger, mas com mecânicas flexíveis e modernizadas que tornam a experiência mais acessível e dinâmica para jogadores de hoje, como ajustes personalizados pra deixar a experiência mais fluída.
Quanto ao port pra Switch em si, Starlight Legacy roda de maneira bacana, com tempos de carregamento praticamente inexistentes. Transições entre áreas são instantâneas, e o game inteiro se mantém estável, seja em dock ou no modo portátil.
Esse nível de otimização é notável e transforma o Switch no lar ideal para essa aventura. Para quem cresceu jogando RPGs em consoles como o Super Nintendo, a experiência aqui é quase nostálgica — como reencontrar um clássico perdido, mas com qualidade moderna.
Sistema de batalhas e progressão flexível

O combate em Starlight Legacy é baseado em turnos e, embora possa parecer tradicional à primeira vista, oferece uma flexibilidade interessante: qualquer personagem pode aprender qualquer feitiço, o que abre espaço para composições de grupo bastante variadas. Não existe uma maneira de acelerar o combate, mas é possível tirar as animações, o que resulta em algo bem mais dinâmico.
O indie também oferece ajustes de dificuldade e progressão, como a possibilidade de alterar o multiplicador de experiência (de 0.5x até 2x) e até mesmo desativar os encontros com inimigos completamente. Isso é especialmente útil para jogadores que preferem focar na história ou não têm paciência para batalhas aleatórias frequentes—o que se faz bem presente aqui, às vezes até em excesso.

Além disso, o jogo permite salvar a qualquer momento, sendo este um recurso essencial e muito bem-vindo para sessões de jogo mais curtas no portátil. Eu mesmo não suporto quando preciso ir a algum local específico pra salvar. Porém, não há save automático, então cuidado ao entrar em batalhas com chefes.
No mais, não há um log ou recapitulação da história ou quest em atividade. Se você der uma pausa no progresso por alguns dias, certamente irá se esquecer de onde parou e o que fazer. E essa é sem dúvida uma das falhas mais graves no indie, o que exige com que você saia conversando com NPCs pra ser relembrado.
Apresentação audiovisual marcante

A estética visual de Starlight Legacy é claramente inspirada na era 16-bit, com gráficos que lembram os efeitos de Mode 7 vistos no Super Nintendo, usados aqui com elegância. Os cenários e personagens têm um charme retrô que combina perfeitamente com a proposta do jogo, sem abrir mão da nitidez e clareza visual em telas modernas. Fora isso, alguns diálogos são engraçadinhos e até interessantes, mas a história não é lá grande coisa.
A trilha sonora também é um destaque, com composições marcantes que ajudam a construir a ambientação do mundo e tornam os momentos importantes da narrativa ainda mais impactantes. É o tipo de música que você pode deixar tocando mesmo fora do jogo, assim como a OST de Final Fantasy.
Alma de clássico
Starlight Legacy é um exemplo brilhante de como trazer o espírito dos JRPGs clássicos para a modernidade sem perder sua essência. Com jogabilidade acessível, visual retrô bem executado, trilha sonora excelente e uma performance impecável no Switch, este título é altamente recomendado para fãs de RPGs e nostálgicos da era 16-bit. Porém, algumas coisas meio retrógradas como batalhas aleatórias em excesso existem, apesar de podermos desativá-las. O maior ponto negativo mesmo fica por conta da não existência de um registro de quests e próximos objetivos.
Cópia de Switch cedida pelos desenvolvedores