Stubbs the Zombie Capa

Review Stubbs the Zombie in Rebel Without a Pulse (Switch) – Fórmulas que não funcionam mais tão bem

Stubbs the Zombie in Rebel Without a Pulse é um daqueles jogos que nunca ouvi falar sobre, e muito disso se deve ao fato de que jamais tive acesso ao primeiro Xbox, lá no início dos anos 2000. Mesmo assim, fiquei completamente curioso em relação à sua proposta quando o remaster foi anunciado em uma Nintendo Direct de parceiros indies, ainda mais porque o game design praticado na geração PS2 e Xbox me atrai bastante por causa de suas várias características únicas.

Mas será que Stubbs the Zombie in Rebel Without a Pulse ainda funciona nos dias de hoje sem deixar aquela sensação de algo datado? Aliás, fato curioso: a engine utilizada aqui é a mesma do primeiro Halo.

Desenvolvimento: Aspyr Media
Distribuição: Aspyr Media
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Aventura, Ação
Classificação: 18 anos
Português: Não
Plataformas: PC, PS4, Xbox One, Switch
Duração: 7 horas (campanha)/10 horas (100%)

Cérebrosssss

História pastelona

Stubbs the Zombie in Rebel Without a Pulse tem uma história completamente sem pé nem cabeça que não se leva minimamente a sério. A narrativa se passa em uma cidade da Pensilvânia chamada Punchbowl, com uma ambientação futurista dos anos 50, em uma realidade parecida com o que já vimos em filmes como De Volta para o Futuro – trata-se de uma visão ultrapassada da tecnologia avançada. Nela, vemos carros voadores, robôs enormes com visuais bastante arcaicos, armas laser, etc.

Edward “Stubbs” Stubblefield era um comerciante que viajava muito nos anos 30 e tinha um casamento feliz com Maggie Monday. Porém, em um dado dia, Otis, o pai de Maggie, mata o pobre rapaz, livrando-se do seu corpo árduamente. Então, 26 anos após este ocorrido, justamente em Punchbowl, cidade que foi fundada por Andrew Monday, filho de – olha só – Maggie Monday, sofre um apocalipse zumbi em sua cerimônia de inauguração. Tudo isso é causado por uma única criatura que saiu de seu túmulo: Edward Stubbs. Então, Stubbs vê a chance perfeita de ter, finalmente, sua vingança contra todos os moradores desta cidade construída em cima de seu local de descanso eterno.

Veículos

A jogabilidade de Stubbs the Zombie in Rebel Without a Pulse segue o escopo de uma espécie de mundo aberto, com bastante locais para ir e nada para ser feito. Somando isso à movimentação lenta do protagonista, não é uma boa ideia sair por aí e explorar, algo que nem de longe é incentivado em qualquer momento. Sua missão principal é sair devorando o cérebro de todos pela frente, primeiramente imobilizando com socos ou os deixando tontos com sua flatulência mortal. Depois disso, é só aproximar-se do inimigo desnorteado e arrancar o cérebro de seu crânio ou então devorá-lo pelas costas sem qualquer tipo de ataque prévio.

A premissa é basicamente essa em grande parte do tempo e raramente existe alguma interação com o cenário ou qualquer tipo de desafio diferente a ser feito. O level design também não é tão bom e tem uma área bastante vazia, além de que, geralmente, precisamos descobrir onde é o próximo destino sem qualquer tipo de indicador. Apenas em alguns ambientes é mais fácil deduzir o próximo passo, já que tratam-se de locais mais lineares e com poucas opções de direção.

Mesmo assim, prepare-se: Stubbs passará por vários maus-bocados, pois a maioria dos inimigos costumam usar pistolas ou armamentos “apelões” contra o pobre zumbi, que deseja apenas uma vingança – e todos vem em grande quantidade. A melhor estratégia é devorar inimigos para transformá-los em zumbis também, mas todos facilmente morrerão caso levem alguns poucos tiros. Não diria que o jogo é desbalanceado, mas sim que é mal projetado como um todo, já que Stubbs tem movimentos lentos e relativamente duros.

Stubbs, o zumbi que tira proveito de seu corpo

Habilidades bizarras

A melhor parte do jogo é, certamente, as habilidades aprendidas por Stubbs. O monstrengo adquire novas formas de ataque ao longo do jogo, que são ensinadas pelo robô guia em sua trajetória. Inicialmente, o protagonista é dotado apenas do ataque com os punhos, a ação de comer cérebros para transformar pessoas em zumbis e o pum que imobiliza inimigos próximos.

Posteriormente, ele recebe a excelente – porém, mal aproveitada – habilidade de possuir seres humanos. Ao utilizá-la, Stubbs arranca uma de suas mãos, fazendo com que o jogador a controle em uma visão mais próxima e monocromática, sendo possível tomar controle de pessoas com pistolas. Com algum certo limite, até dá para transitar entre seus similares sem chamar a atenção, mas a duvidosa inteligência artificial dos inimigos perceberá de forma aleatória a presença de uma enorme mão na cabeça do possuído. O problema é que não podemos possuir inimigos mais fortes como a polícia de escudo, sem falar que os controles durante a possessão são bem ruins, pois não permitem a recarga manual da arma e nem mesmo tomar cobertura durante a troca de tiros.

Cabeça-explosiva

Outra habilidade adquirida é o lançamento do pâncreas. Stubbs lança seu órgão contra inimigos e o utiliza como uma granada, eliminando tudo à sua volta em uma explosão esverdeada que pode até mesmo destruir seu próprio exército de zumbis – é uma arma bastante letal e com desvantagens.

Por fim, temos a cabeça rolante explosiva, em que o protagonista arranca seu próprio crânio e lança ao chão, fazendo com que ele exploda ao pressionar o mesmo comando responsável pelo lançamento. Todas estas habilidades são recarregadas ao devorar pessoas, ao contrário da saúde de Stubbs, que é recuperada ao ficar fora de confronto por alguns segundos.

Problemas e sinais do tempo

Desmembre inimigos

Stubbs the Zombie in Rebel Without a Pulse é um game bacana nos primeiros minutos, ou pelo menos até receber todas as 4 habilidades disponíveis. Muito do que se verá até o fim do jogo é mais do mesmo, exceto em alguns momentos em que o jogador controla veículos com possibilidade de atropelar inimigos e atirar esferas que explodem. A premissa é a mais óbvia: coma cérebros, converta pessoas em zumbis para ajudar, desvie de tiros, elimine inimigos, avance, pressione botões, e repita. A história é o que tenta segurar o ritmo de maneira geral, mas sem muito sucesso: o game é repetitivo.

Além desses problemas graves, é bastante comum ficar sem saber aonde ir, já que a indicação do objetivo é rara. Como se não bastasse, o salvamento automático ocorre em momentos bastante aleatórios, sendo impossível saber o requisito levado em consideração para salvar o progresso. Em alguns momentos aconteceu durante um tiroteio, já em outros foi quando fiquei fora de confronto por alguns segundos. É normal o jogo salvar entre uma área e outra, mas também não há como saber quando ocorre essa transição.

É verdade que existe um modo multiplayer local para 2 pessoas, mas esse é um modo em que é criado um segundo Stubbs que pode acompanhar o jogador principal em sua jornada e realizar as mesmas ações que o primeiro jogador. Jogar em dois é minimamente divertido, mas apenas é um compartilhamento da experiência repetitiva e enjoativa que existe no modo solo.

Bom pela piada, ruim em todo o resto

Stubbs the Zombie in Rebel Without a Pulse falha em muitíssimos pontos, mas consegue cativar através de sua história que não se leva nada a sério, alguns diálogos ridiculamente bobos e cenas de dança que funcionam como um minigame de memorizar os passos do oponente. Fora isso, Stubbs não consegue ser algo de peso para os dias de hoje – talvez, nem na época -, sendo limitado por causa do game design bastante praticado no início dos anos 2000: mundos abertos completamente preenchidos por um grande “nada” e inimigos bastante genéricos. Infelizmente, em poucos minutos já é possível conhecer tudo aquilo que o jogo é capaz de oferecer e, caso você não consiga insistir, é bem capaz de que isso será o bastante para abandonar Stubbs em sua jornada pela vingança.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Kiefer Kawakami

Stubbs the Zombie in Rebel Without a Pulse

4

Nota final

4.0/10

Prós

  • Clima de bom humor e piadocas
  • Minigames
  • Diálogos engraçados
  • Habilidades

Contras

  • Jogabilidade extremamente repetitiva
  • Level design terrível e vazio
  • Missões parecidas e sem vida
  • Inimigos genéricos e iguais