Leonardo, Raphael, Donatello e Michelangelo estão de volta em Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge – Dimension Shellshock. Nesta expansão do jogo lançado no ano passado, elas precisam impedir que o Destruidor invada novas realidades. Cabe às Tartarugas Ninjas entrarem em portais dimensionais em buscas de joias que controlam as dimensões e impedir o triunfo do vilão.
Desenvolvimento: Tribute Games
Distribuição: Dotemu
Jogadores: 1-6 (local online)
Gênero: Ação, Arcade
Classificação: Livre
Português: Legendas e Interface
Plataforma: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series X/S
Duração: 40 minutos (100%)
Aumento no elenco e na diversão
Dimension Shellshock adiciona basicamente um modo novo, o Sobrevivência, e dois personagens: Usagi Yojimbo, que vem dos quadrinhos dos répteis shinobi; e Karai, a herdeira de Destruidor, que tem seus momentos de aliada e de inimiga das tartarugas. Essas adições aumentam o número de personagens selecionáveis para nove, uma quantidade bastante satisfatória para um beat ‘em up.
Ambos têm estilos de jogabilidade bem distintos, mas que fluem muito bem e não deixam nada a desejar se comparados ao restante dos personagens. O coelho samurai possui ataques rápidos e combos aéreos, que compensam sua força um pouco mais modesta. Já a integrante do Clã do Pé usa e abusa da eletricidade para fortificar seus ataques, sendo um pouco mais complexa de controlar, mas bastante útil quando se pega o jeito.
Usagi e Karai já estão liberados desde o início nos modos História e Arcade para quem adquiriu a expansão. Com a adição deles, fica aberta a ideia de que novos nomes podem ser adicionados, desde outros vilões, como alguns dos diversos aliados que as Tartarugas Ninja já tiveram nos desenhos e quadrinhos.
Batendo até cansar
O modo Sobrevivência é uma nova opção para curtir o jogo com um desafio mais variável. Viajamos por alguns cenários com o objetivo de reaver joias especiais. Para atingir essa meta, coletamos fragmentos por diversos mundos, até atingir o número necessário para conseguir a gema. Podemos viajar entre o Japão medieval, a Pré-História, o Mundo dos Quadrinhos, uma arena 8-bit, entre outros. E vale citar que cada um desses ambientes ganhou animações muito bacanas, trazendo a sensação de novidade mesmo para quem já concluiu todo o modo História.
No meio do caminho, estão diversas ondas de inimigos, em estágios que sempre variam aleatoriamente seu desafio. Do mesmo jeito que os ninjas do Clã do Pé podem aparecer das laterais do cenário, como de costume, também é possível que sejamos cercados no meio da batalha por ninjas-arqueiros, ou que um buraco surja no meio da tela, nos obrigando a ficar saltando entre um ataque ou outro, ou ainda esteiras nos empurrem em direções opostas, direto nas armas inimigas.
Ao darmos conta de uma onda, surgem dois portais, com recompensas diferentes. Podem ser fragmentos da joia daquele lugar, assim atingimos o objetivo mais rapidamente, ou algum outro poder, como começarmos o próximo round com mais força, recuperar completamente nossa energia, e até nos transformarmos no Destruidor em pessoa por um curto período de tempo.
O modo Sobrevivência por si só traz uma experiência mais dinâmica, na qual tudo acaba quando perdemos nossa única vida e temos que recomeçar de novo, se contrapondo à proposta mais longa do História e do Arcade. Ele é ótimo e combina muito bem com toda a cadência e identidade visual já promovida pelo jogo base, mas convenhamos, é uma adição bem modesta.
Qualquer jogador mais experiente do gênero irá concluir o modo em menos de uma hora, com alguma dificuldade. O que conta bastante a favor é que para esses desafios, também é possível chamar até cinco amigos para distribuir porrada pelas dimensões – e beat ‘em up com a galera é sempre mais legal.
Ainda assim, como a ordem dos cenários, bem como das fases de cada um, é aleatória, não é difícil revisitarmos um mesmo local em um curto espaço de tempo, mesmo já tendo conquistado o cristal em questão. Isso cria aquela sensação de repetitividade, principalmente se estamos jogando sozinhos.
Talvez com a inclusão de alguns troféus ou conquistas dentro do jogo, para criar um fator replay mais robusto, a expansão se tornasse mais convidativa para aqueles que concluíram a Sobrevivência pelo menos uma vez, continuassem jogando sem ser acometidos pela sensação de repetitividade.
A um portal da perfeição
Dimension Shellshock é um conteúdo que combina muito bem com o jogo base, mesmo apresentando poucas novidades. O modo Sobrevivência é uma ótima adição, assim como os novos personagens, mas fica a impressão de que isso poderia ter sido incluído desde o começo, ou pelo menos adicionado depois de maneira gratuita.
Ainda assim, não deixa de ser uma motivação para fazer aqueles que já concluíram a aventura principal, assim como eu, vestirem seus cascos novamente e partirem para a briga. Agora, se você faz parte da turma que ainda não sabia se valia a pena dar uma chance para Shredder’s Revenge, o pacote completo com certeza irá satisfazer sua curiosidade com um conjunto praticamente perfeito.
Cópia de PS4 cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro