Review Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge (PS4) – Cowabunga para todos os gostos!

As Tartarugas Ninjas (mutantes e adolescentes também, é sempre bom lembrar) foram criadas há quase 40 anos, protagonizando suas próprias histórias em quadrinhos. O seu sucesso levou à criação de uma série de TV e, posteriormente, um jogo para Nintendinho.

Poderia ter sido apenas uma moda dos anos 80, como muitas outras que existiram, mas o sucesso delas foi estrondoso e gerou uma sequência de brinquedos, filmes e mais jogos e animações. Agora, cá estamos nós comemorando o retorno delas em sua melhor forma com Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge, que é uma carta de amor a esse legado feita da melhor forma possível.

Desenvolvimento: Tribute Games

Distribuição: Dotemu

Jogadores: 1-4 (local) e 1-6 (online)

Gênero: Ação, Arcade

Classificação: Livre

Português: Legendas e Interface

Plataforma: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series X/S

Duração: 2.5 horas (campanha)/3.5 horas (100%)

Santa Tartaruga, que saudades!

Nem comer uma pizza em paz as Tartarugas conseguem

Com uma narrativa e cenas dignas de um desenho animado, as Tartarugas mais uma vez têm que dar uma lição no Destruidor e do Clã do Pé, que querem dar um jeito de mudar o visual da Estátua da Liberdade e usá-la para seus planos malévolos. A ação rola no bom e velho estilo beat ‘em up, que consagrou os principais títulos virtuais dos nossos heróis esverdeados.

Seguimos pelas 16 fases sentando a porrada em uma variedade de ninjas rivais, máquinas e outras criaturas em ambientes coloridos e vibrantes. O mais bacana disso tudo é a naturalidade como isso acontece. Se estamos em um shopping, por exemplo, enquanto alguns oponentes surgem pela lateral da tela, da maneira clássica, outros estão “camuflados” pelo local, como vendedores de quiosques e até esquecem de entrar em ação até você começar a bagunçar e arremessar alguns deles para lá e pra cá.

O jogador pode escolher o modo História e o modo Arcade. No primeiro, a experiência é mais tranquila e é possível escolher entre os sete personagens disponíveis: Leonardo, Rafael, Michelangelo, Donatello, Mestre Splinter, April O’Neil e Casey Jones – esse último sendo liberado após finalizar a história. Entre cada estágio são apresentadas algumas cenas que ilustram o decorrer da história.

Casey Jones, o justiceiro número 1 de Nova York... na cabeça dele

Além disso, temos acesso à missões extras, liberadas ao encontrarmos personagens que nos farão pedidos para encontrarmos itens espalhados por aí. Tudo isso torna a experiência bastante divertida, ainda mais no multijogador, que nos dá a oportunidade de reunir até seis jogadores em rede. Vale lembrar que o PlayStation, diferente de Xbox e Switch, só permite até quatro jogadores de maneira local.

Por fim, o nível de cada um dos personagens sobe à medida que abatemos as infindáveis hordas de inimigos. A cada número alcançado, nossos pontos de saúde aumentam e temos acesso a novos golpes especiais e habilidades. Isso ajuda a dar uma variada no gameplay, que pode acabar se tornando um pouco repetitivo, principalmente entre as Tartarugas.

Neste charmoso mapinha, podemos navegar pela cidade e verificar algumas missões especiais

Agora, se você é um jogador mais old school, não tema, pois o modo Arcade está aí para saciar sua vontade da pancadaria sem “enrolações”. As fases são as mesmas, mas sem mapas, missões extras e colecionáveis. Sem contar que a experiência é um pouco mais rígida, com vidas e continues e limitados e sem ganho de níveis. Além disso, não é possível trocar de personagem ao longo da aventura, como acontece no modo História, então escolha sabiamente o seu herói.

É legal ter essa diferença de postura, entre o gameplay mais tradicional e uma versão mais relaxada. Isso consegue prender tanto novatos quanto veteranos, mas fatalmente isso acaba se tornando um pouco repetitivo com o tempo, principalmente para quem for atrás de todas as conquistas/troféus. A sorte é que o multiplayer consegue dissipar muito bem essa sensação.

Uma pizza caprichada na nostalgia, mas com economia de inovação

A diversão fica muito maior ao jogarmos com duas ou mais pessoas

O apelo nostálgico do conjunto todo de Shredder’s Revenge, levando em consideração jogabilidade, estilo artístico e trilha sonora, é uma combinação fatal para fazer o público delirar. Não importa se você pegou a febre gerada por Turtles in Time na década de 90, ou se só veio acompanhar as Tartarugas Ninja nas suas versões posteriores ao ano 2000: esse título irá te fisgar.

Eu já citei acima que tudo parece um grande episódio de desenho animado, e isso se dá graças ao visual em pixel art. As cores fortes e o estilo artístico combinam perfeitamente com cada ambiente, dando um charme único e memorável para cada estágio, vilões e chefes.

Por falar em chefes, os grandes rivais das Tartarugas mesclam a modernidade da tecnologia atual com diversas referências às suas aparições nos jogos anteriores. Rockesteady e Bebop, Krang, Destruidor estão presentes, acompanhados por outros membros mais obscuros, mas igualmente importantes, como Rei Rato, Baxter Stockman e Wingnut. Cada um deles traz movimentos novos e alguns inspirados nas batalhas de antigamente.

Podem falar o que for, mas os vilões também conseguem ter seu carisma

Entretanto, o maior apelo está na parte sonora. O compositor português Tee Lopes já tinha uma bagagem considerável com trilhas para jogos, entre as mais famosas estando Sonic Mania e Streets of Rage 4. Para Shredder’s Revenge, ele remixou temas antigos e mesclou com novos ritmos, especialmente para este jogo.

A cereja do bolo está em duas canções específicas. O saudoso tema principal das Tartarugas Ninja (sim, aquele do desenho de 1987) é cantado por Mike Patton, vocalista da banda Faith no More, e ela rola durante uma abertura especialmente feita para o jogo. Outra canção que merece destaque é “We Ain’t Came to Lose”, cantada pelos rappers Ghostface Killa e Raekwon, integrantes do lendário grupo Wu-Tang Clan.

Quanto às vozes dos personagens, os quatro atores daquela época retornaram aos seus postos oficiais: Cam Clarke como Leonardo; Townsend Coleman como Michelangelo; Barry Gordon como Donatello; e Rob Paulsen como Raphael.

Ter todos esses elementos reunidos é uma aposta muito segura, para o bem e para o mal. Por mais que o jogo seja divertido, viciante, nostálgico e mais várias coisas positivas, não dá para negar que ele simplesmente fica em sua zona de conforto e não ousa em trazer algo que realmente tente fazer os jogadores soltarem aquele “uau, jamais esperaria por isso!”.

Do jeitinho que a gente queria

Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge é a melhor maneira de trazer nossos répteis com nomes renascentistas favoritos de volta ao holofote. Se por um lado o jogo é curto, por outro, o multiplayer consegue ampliar a diversão de maneira abundante, fazendo com que cada rodada seja diferente da outra. Para quem gosta de uma boa e velha pancadaria acompanhada de nostalgia e adrenalina, esse é um título indispensável.

Cópia de PS4 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder's Revenge

9

Nota final

9.0/10

Prós

  • Jogabilidade ágil e fácil de dominar
  • Várias referências aos jogos anteriores
  • Belos visuais e excelente trilha sonora
  • Desafio bem estruturado, sem ser punitivo
  • Multiplayer é divertido demais, tanto local quanto online

Contras

  • O jogo em si é curto
  • Alguns trechos podem ser um pouco repetitivos