Um lançamento desenvolvido pela Happy Vulcano, The Almost Gone é um puzzle minimalista com uma história que surpreendeu as minhas expectativas. Ele deixará você imerso em uma narrativa de incertezas, inseguranças e mistérios.
Desenvolvedora: Happy Volcano
Edição: Playdigious, X.D. Network Inc.
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, Puzzle
Classificação indicativa: 12 anos
Português: Não
Plataformas: Switch, PC, Android, iOS
Duração: 1.5 horas (campanha)
História quase completa
Vou iniciar pelo ponto que mais me chamou a atenção. Fiquei incrivelmente presa na história do jogo e quis muito finalizá-la antes de escrever sobre. Minha expectativa era ser um puzzle para quebrar a cabeça e completar os desafios, mas não foi bem assim.
Em The Almost Gone, a personagem principal acorda em sua casa mas nada era como costumava ser. Nenhum de seus familiares estão vivos e ninguém sabe o que aconteceu para chegar naquela calamidade.
O primeiro desafio nos mostra que devemos chegar à uma casa na árvore, o pai dela diz que lá ela estaria segura, mas em nenhum momento diz o que a ameaça. Para chegar até lá, passamos por cinco diferentes atos:
- A Casa: conhecemos sobre a personagem e seus pais.
- O Subúrbio: expandimos para a vizinhança e é inexplicável a calamidade que se encontra.
- Os Apartamentos: vemos o presente e o passado do seu pai e seu avô.
- O Hospital: onde a mãe foi hospitalizada por transtornos mentais.
- A Floresta: o lugar seguro.
A história tem sua continuidade conforme você interage com os objetivos, já que pouco a pouco a personagem fala sobre suas lembranças e faz comentários que possam ajudar a resolver os desafios.
O que torna a história densa é conhecer o passado da sua família. São abordado diversos temas como depressão, alcoolismo, transtornos mentais e perdas de familiares. Entretanto, em nenhum momento é dado uma verdade absoluta, o jogo é subjetivo e é provável que as conclusões retiradas sejam diversas.
Simplicidade bem feita
Apesar de minimalista, ele é muito bem ambientado pela arte e pelas cores do cenário. A trilha sonora foi desenvolvida para te manter concentrado e imerso. Porém, conforme o sentimento da personagem muda, a trilha sonora fica mais intensa.
Um ponto para o qual chamo atenção seria ter uma opção de zoom na tela, para poder explorar os detalhes da cena, pois em alguns cenários foi difícil conseguir enxergar os objetos. Apesar deste ponto, explorar em The Almost Gone é algo satisfatório de fazer. Todos os objetos encontrados em cena são úteis e te ajudarão a resolver algum puzzle dentro do Ato que está. Os puzzles não são tão fáceis de resolver pois as dicas são sutis demais para serem notadas.
The Almost Gone: minha experiência de incertezas
Por incrível que pareça, é um jogo que, particularmente, jogaria novamente para ter outras percepções referente a história. Como disse anteriormente, ela pode trazer inúmeras interpretações por não se aprofundar nos assuntos. Você vai procurar por respostas e é muito provável que não encontre-as. Vale lembrar que alguns temas sensíveis podem até ser desconfortáveis para algumas pessoas.
Apesar disso, o jogo está muito bem desenvolvido e foi um point and click memorável pra mim. A cada puzzle “cabeludo” que eu resolvia era uma satisfação imensa. Demorei para entender o real motivo da personagem para chegar na casa da árvore, mas quando entendi muitas coisas fizeram sentido (nem todas).
Contudo, recomendo The Almost Gone para aqueles que procuram algum point and click para se sentirem imersos em um jogo.
Esta review foi feita com uma cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Samuel Leão e Jason Ming Hong