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Review The Caligula Effect 2 (PS4) – Uma volta na cultura japonesa com uma pitada de Matrix

Sempre que um jogo de RPG, ainda mais japonês, volta às suas atenções para sua própria cultura, nós, ocidentais, sempre podemos aprender um pouco mais. Se tiver que resumir em poucas palavras o que é The Caligula Effect 2 para mim, diria que é praticamente uma mistura de ídolos musicais japoneses com os conceitos vistos nos filmes da franquia Matrix.

Desenvolvimento: historia Inc

Distribuição: NIS America

Jogadores: 1 (local)

Gênero: RPG

Classificação: 12 anos

Português: Não

Plataformas: PS4, Switch

Duração: Sem registros

O mundo em uma cidade

Os diversos protagonistas de The Caligula Effect 2.
O Go-Home Club se junta com o intuito de escapar daquela realidade virtual e voltar para o mundo real.

Nossa jornada se passa basicamente em uma cidade que tem como ponto central uma escola. Mas, antes de tudo, podemos escolher qual será o gênero do personagem principal. Passado isso, conhecemos Chi, que nos conta,  basicamente, que estamos em um mundo de sonhos criado por uma ídolo musical e seus oito seguidores. Como a ideia é dar um fim àquele mundo de fantasia, vamos em busca de mais amigos para realizar a empreitada.

E nesta gana de fazer mais amigos, podemos conversar com diversos alunos da escola e aceitar missões deles. Algumas são bobinhas, como buscar uma bebida ou um bolinho, enquanto outras são mais complexas, que envolve ajudar um professor que está em vias de ser acusado de assédio sexual ou então auxiliar o clube de jornalismo a descobrir o próximo grande furo. Todas essas são coisas que vemos normalmente nos mangás e animes japoneses. 

Mas não é tão fácil assim. Cada missão tem como requerimento uma habilidade especial, que são obtidas conforme o desenrolar da jornada. Por exemplo, a missão do clube de jornalismo só ficou disponível depois do capítulo 5, já que foi quando eu encontrei o item que me liberava a bendita habilidade.

Depois de um tempo, essas missões nos cansam, mas são extremamente importantes para o desenrolar da aventura, já que ganhamos mais pontos de atributos, dinheiro e outros itens. Resumindo, é muito importante ficar de olho e fazer tudo o que for possível.

Cada novo capítulo libera uma região nova da cidade, e cada uma delas é controlada por um músico. A cada nova parte, novos amigos entram para a equipe, e todos possuem poderes únicos e armas especiais. Há personagens com armas de fogo, com uma espécie de foice, espadas japonesas, lanças e muitos outros. Além disso, a cada músico derrotado, Chi ganha um novo poder, que sempre nos auxilia durante a jornada.

Sobre poderes e combate

O personagem masculino e Chi de The Caligula Effect 2.
Depois de encher uma barrinha, cada personagem pode usar um golpe especial devastador, altamente recomendável guardá-los para os chefões.

Uma das melhores sacadas de The Caligula Effect 2 é poder jogar praticamente no modo automático. Podemos escolher se nossos parceiros vão agir de forma ofensiva ou defensiva, e controlar apenas o protagonista da jornada. Particularmente, usei sempre na ofensiva e ficava apertando o botão de confirmar para dar o primeiro ataque sempre com meu herói. As batalhas no geral não são difíceis, exceto os chefões ou inimigos de níveis mais altos que eventualmente aparecem nos mapas. Contudo, recomendo os detonar sempre, já que as recompensas em pontos de experiência são sempre altas. 

Cada personagem pode equipar até 4 itens ao mesmo tempo: um de ataque, um de defesa e dois de suporte. Eventualmente, eles podem ensinar habilidades passivas que podem ser aprendidas por eles, então basta usá-los nas batalhas, acumular os pontos e ficar com elas para sempre. Além disso, é possível utilizar até 5 habilidades passivas ao mesmo tempo, então faça bem as suas escolhas. 

Imagem do combate de The Caligula Effect 2.
O combate é satisfatório por dar a oportunidade de o jogador organizar todos os passos dos jogadores, ou então agir automaticamente.

Outra coisa legal do combate é que, antes de confirmar cada uma das ações, podemos ver o que vai acontecer naquele turno. Ou seja, podemos ver se os inimigos vão dar um ataque à distância, corpo-a-corpo ou então usar uma habilidade de aumento de pontos. Assim, podemos adaptar a estratégia e arrebentar com os planos dos inimigos. Isso deve ser usado principalmente nos chefões e inimigos de níveis mais altos. 

Durante toda a minha jornada, somente uma vez que um músico estava impossível de ser derrotado, então eu fui obrigado a treinar por uma horinha. A parte boa é que os inimigos voltam quando se salva e fecha o jogo, então, bastou fazer isso uma única vez, subir um ou dois níveis e aí partir pro abraço.

Sobre o Japão e sua cultura

The Caligula Effect 2 nos transporta diretamente para uma versão do que é a sociedade japonesa. Uma das primeiras missões que peguei foi a de uma menina que era apaixonada por um rapaz da sua escola, mas que não tinha coragem de se declarar para ele. A mocinha fica sabendo que o menino está gripado e nos pede para entregar alguns lenços de papel. Pode parecer bobinho, mas eu consegui ver isso como se fosse a vida real mesmo.

Ou então quando um professor estava desesperado por conta de uma aluna estar agindo de forma esquisita com ele. Ao investigar um pouco mais, descobrimos exatamente o que estava acontecendo e vemos a sensação de alívio na cara do docente ao se ver livre de queixas, já que isso poderia arruinar sua carreira e vida. 

Fora as muitas outras coisas que só jogando para entender. É sempre divertido como uma sociedade retrata a si mesmo para o resto do mundo. Isso vale também para os vilões centrais do jogos, os músicos que controlam aquela realidade. 

Se pararmos para analisar friamente, temos hoje em dia uma série de pessoas que são literalmente controladas por cantores e grupos pop. São milhões de pessoas que fazem de tudo por seus ídolos, chegando ao ponto de causar dano, ou coisa pior, a si mesmo. Então, é uma crítica muito bem feita a esse fenômeno. Falando sobre a trilha sonora, se você é fã de música pop japonesa, então The Caligula Effect 2 é um prato cheio, e todas as canções com certeza irão te agradar. 

Conclusão

Uma mistura inusitada de Matrix com a cultura japonesa fazem de The Caligula Effect 2 um jogo bastante incomum. Com um combate bastante divertido e ao mesmo tempo estratégico, ele diverte e desafia simultaneamente. Com uma grande variedade de personagens para serem escolhidos, e cada um com sua própria personalidade, sua equipe poderá ser bastante variada.

Como ponto negativo, posso citar a falta da localização  para português. Já que há muitos textos e sua história é contada através deles e não tanto em CGs animadas, muitos podem se sentir intimidados e não entender tudo na sua totalidade. Mas se você não ligar para isso e gostar de música, um dos temas centrais do game, todas as canções presentes são muito boas, mas são melhores ainda se você curtir o pop japonês. 

Cópia de Ps4 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

The Caligula Effect 2

9

Nota Final

9.0/10

Prós

  • Combate estratégico
  • Gráficos muito bonitos
  • Ambientação muito boa
  • Desenvolvimento da história em bom ritmo

Contras

  • Exceto os combate contra os chefes e inimigos de níveis mais alto, basta apertar atacar normalmente para vencer as lutas
  • Alguns personagens principais excessivamente chatos