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Review The Entropy Centre (Xbox One) – Cataclisma universal

Imagine acordar em uma gigantesca instalação espacial e descobrir que, possivelmente, você é o último ser humano por ali. Com certeza esse seria um verdadeiro terror que não pode piorar, certo? Errado! Isolada na Lua e contando apenas com a companhia de Astra, uma inteligência artificial de índole duvidosa, se encontra Aria, a única capaz de livrar nosso planeta da destruição eminente. Com fortes inspirações em Portal, The Entropy Centre é um jogo em primeira pessoa, repleto de quebra-cabeças que proporcionam um bom desafio ao jogador.

Desenvolvimento: Stubby Games
Distribuição: Playstack
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, Puzzle
Classificação: Livre
Português: Legendas e interface
Plataforma: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S
Duração: 9 horas (campanha e 100%)

Acordando em um pesadelo

A Terra foi de base

Assumimos aqui o controle de Aria, uma funcionária do Centro de Entropia, que é a  instalação lunar que tem como objetivo fornecer energia central suficiente para proteger o planeta Terra da destruição. Porém, algo muito ruim aconteceu no local e Aria, após perder a memória, conta apenas com sua arma DME (Dispositivo Manual de Entropia), que pode voltar objetos no tempo, e com a companhia de Astra, a inteligência artificial acoplada ao equipamento. Após aprender a utilizar corretamente o DME na resolução de alguns quebra-cabeças, Aria descobre que a Terra foi afetada por um grande cataclisma e não vê outra alternativa além de tentar consertar as coisas, resolvendo puzzles para garantir energia suficiente para a restauração do planeta. 

À exemplo de Portal, The Entropy Centre é repleto de interações com a inteligência artificial que nos guia durante a campanha. Astra protagoniza momentos extremamente engraçados, nos quais uma simples expressão cotidiana é capaz de criar diversas opiniões controversas de nossa protagonista. A maneira sincera que Astra reage às falas e acontecimentos causam frustração, tristeza e até mesmo revolta em Aria. Por diversos momentos parei durante a resolução de um puzzle apenas para prestar mais atenção nos diálogos. Como sou uma pessoa que ri de qualquer coisa, cai facilmente na risada em diversos pontos do game.

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Para resolver um quebra-cabeça devemos “rebobinar” diversos objetos, plataformas e colunas. Basta apontar para um objeto interativo e segurar o botão de ação. O interessante é que ao soltar o botão, o objeto em questão ficará congelado na posição determinada até que ele seja induzido a retroceder mais, ou que o jogador opte por cancelar a ação. Esta mecânica pode criar diversas situações em que o jogador leva um objeto a diversos lugares diferentes e, quando necessário, utilize o DME para retroceder-lo à posição anterior. A dificuldade do game está diretamente ligada às habilidades cognitivas do jogador em questão. Logo, você que não sabe como resolver a tabuada do 3, passará grandes apuros por aqui.

Estes puzzles fazem parte do universo, pois a nossa protagonista é contratada pelo Centro de Entropia para resolver estes desafios, que, após completos, geram a energia para abastecer o núcleo que protege nosso planeta da destruição. Este fato é bem explorado durante a campanha, pois encontramos diversos e-mails e arquivos nos computadores que mostram que alguns funcionários tentavam obter a resolução dos quebra-cabeças, já que estavam cansados do trabalho que enfrentavam diariamente, além de externalizar todo seu descontentamento com a forma que eram tratados.

Com o intuito de adicionar mais variações na jogabilidade, os desenvolvedores adicionaram alguns trechos de combate, que em sua esmagadora maioria são extremamente chatos, repetitivos e frustrantes, já que os comandos não respondem da maneira que esperamos. Estes segmentos consistem em derrotarmos alguns robozinhos, devolvendo os projéteis que eles lançam em Aria. Apesar de parecerem fofos, os robôs não estão de brincadeira, e bastam apenas dois golpes para falharmos. Então, tome bastante cuidado com eles.

Está na direção certa

The Entropy Centre me divertiu por horas. Com sua jogabilidade extremamente simples, puzzles que me fizeram parar para pensar e os ótimos diálogos entre Aria e Astra, o game fez com que o tempo passasse e eu nem percebesse, o que consequentemente me deixou com vontade de jogar novamente os games da franquia Portal. Não perdi tempo e corri pra Steam, pois senti como se minha vida dependesse disso.

Apesar de não apresentar gráficos exuberantes, durante minha experiência pude notar alguns serrilhados e algumas texturas ausentes. Outro problema que o título apresentou foi um bug na tradução que o deixou em uma língua aleatória, que impediu meu progresso por alguns dias. Entrei em contato com os desenvolvedores, que lançaram uma atualização, o que corrigiu o embaraço. Fora isso, o game rodou sem problemas de desempenho e entregou uma experiência sólida, que mesclou com sucesso narrativa, jogabilidade e dificuldade.

Cópia de Xbox One cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

The Entropy Centre

8.5

Nota final

8.5/10

Prós

  • Narrativa e diálogos bem desenvolvidos
  • Jogabilidade simples
  • A relação de Aria e Astra é um show à parte
  • Puzzles fazem parte da lore

Contras

  • Os gráficos apresentam instabilidade