Título do jogo

Review The Medium (PS5) – Uma experiência única

A morte é algo inevitável, independente de quem você seja. Ela pode vir bem mais cedo para algumas pessoas e interromper todo o ciclo de vida delas, mas para outros ela só vem no fim de suas vivências. O que aconteceria se alguém morresse e não conseguisse simplesmente ir embora, por ter algo ainda pendente ou estar preso em um local que já não lhe pertence mais? É esse tipo de situação que The Medium aborda e conta de uma forma bem interessante

Desenvolvimento: Bloober Team
Distribuição: Bloober Team
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Terror, Aventura
Classificação: 16 anos
Português: Legendas e interface
Duração: 8 horas (campanha)/9.5 horas (100%)

Uma garota especial

Marianne com Jack em um retrato

Marianne é a protagonista de The Medium que, em sua infância, percebeu que era diferente das demais crianças. Ela, em alguns momentos, sentia que estava em dois lugares ao mesmo tempo: o mundo real e outro onde as pessoas mortas se encontram. Por conta disso, Marianne conversa sozinha, gesticula e consegue ouvir pessoas que estão vagando no mundo, já que elas precisam finalizar algo que não conseguiram antes do falecimento.

Este poder é o que fez ela amadurecer muito rápido, ao mesmo tempo que foi o principal motivo de ser devolvida ao orfanato algumas vezes. Jack foi o único pai que entendia a condição dela como algo único e que não deveria ser visto como algo estranho, tratando-a de forma humana até o seu último dia de vida, que é onde o jogo realmente se inicia.

Durante os preparativos do funeral de Jack, Marianne recebe uma ligação de um homem chamado Thomas. Ele pede para que a jovem vá até o antigo Resort Niwa e lá ela terá todas as respostas do motivo de seus poderes sobrenaturais. Ainda incrédula e desconfiada, a protagonista decide ir até o local abandonado há muitos anos para entender o que está acontecendo.

Exploração nova e velha ao mesmo tempo

A tela se divide entre o mundo real e o mundo dos mortos

The Medium reaproveita muitas mecânicas de jogos antigos de mesmo estilo, como Silent Hill e Resident Evil. O jogador deve caminhar pelo cenário coletando itens que resolverão diversos quebra-cabeças encontrados pelo ambiente e também obter documentos que explicam mais sobre Niwa e o que ocorreu para o lugar, considerado um paraíso, ter se tornado ruínas de um passado totalmente esquecido pelo povo.

O grande ponto de The Medium, que inclusive é algo bastante comentado por todos, é a sua mecânica nunca vista em um jogo anteriormente. Ao entrar no mundo sobrenatural, a tela é dividida e o jogador controla duas Mariannes ao mesmo tempo, devendo prestar atenção em ambos os locais. Em alguns momentos, também é possível fazer com que Marianne se movimente somente no submundo para atravessar barreiras que existem apenas no mundo real, mas não por muito tempo. A forma espiritual começará a se desintegrar neste estado e, se não voltar ao seu corpo logo, a protagonista morrerá.

Surpresas e Tensões

Itens começarão a se mexer, causando tensão no ambiente

Em diversos momentos, Marianne e o próprio jogador descobrirão ao mesmo tempo que possuem poderes que antes eram desconhecidos, como observar fendas em objetos durante sua exploração. Estas fendas marcadas são memórias da última pessoa que interagiu com aquilo, com duração de alguns segundos. Eles são peças-chave para desvendar o que realmente aconteceu no Resort e testemunhar algumas situações.

Diferente das visualizações do submundo fora de Niwa, a heroína perceberá que o local é mais perigoso do que se parece. Mariposas e outras entidades poderão atacá-la e de fato matá-la, aprendendo por acaso também sua habilidade de barreira protetora. Ela será bastante importante em algumas situações, especialmente em momentos de perseguições.

Apesar de toda a ambientação tensa criada em The Medium, não é seu objetivo causar um susto repentino ou jogar qualquer coisa na tela sem motivo para amedrontar. O terror é em boa parte psicológico, e há apenas uma ou duas ocasiões em que o jogador acabará se assustando, porém, isso não é feito a todo momento para causar receio ou alerta constante. 

Uma lembrança para se guardar

O ponto mais forte de The Medium com certeza é o desenvolvimento narrativo. A história é bem construída e bem feita, trazendo inclusive dados históricos da Polônia  após a Segunda Guerra Mundial. A trama também traz personagens interessantes e que causam curiosidade, prendendo o jogador até descobrir todos os acontecimentos.

Por outro lado, o título não possui foco em ação e pode até ser considerado uma experiência interativa, como as mecânicas apresentadas em Heavy Rain. Mecânicas de ação poderiam ser muito bem-vindas aqui, e com certeza trariam uma imersão ainda mais tensa.

Mesmo assim, o jogo surpreendeu e mostrou o porquê de tantas pessoas estarem ansiosas pelo seu lançamento, além de questionarem a Bloober Team sobre o possível port em mais consoles além do Xbox futuramente. Para quem é fã de jogos de gênero Survival Horror, a desenvolvedora sempre traz títulos memoráveis e não é diferente com The Medium, o quel acabou entrando para a lista de recomendados da mesma forma.

Cópia de PS5 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

The Medium

8.5

Nota Final

8.5/10

Prós

  • História bem construída
  • Trilha e feitos sonoros muito bons

Contras

  • Poucos momentos de ação