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Review The Messenger (PS4) – Uma Aventura que surpreende

The Messenger é o primeiro projeto do estúdio canadense Sabotage Games, fundado em 2016 e sediado em Quebec. Anunciado repentinamente, o jogo promete uma experiência de gênero plataforma influenciado pelos anos 80 e 90, principalmente por Ninja Gaiden.

Desenvolvedora: Sabotage Games

Distribuição: Devolver Digital

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Ação

Classificação indicativa: 10 anos

Português: Legendas e interface

Plataformas: PS4, Switch, Xbox One, PC

Duração: 11 horas (campanha)/ 13.5 horas (100%)

Uma árdua e difícil missão

Um ninja sem nome acorda para mais um dia de aula de história ensinada pelo ancião da vila. A lenda conta sobre uma maldição que ocorre a cada 500 anos, onde um rei demônio viria atacar o planeta e um herói do oeste apareceria para salvar a humanidade. 

Após o protagonista duvidar da veracidade desta história, já que nunca houve qualquer tipo de ameaça, a vila é atacada por bolas de fogo e o tão falado rei demônio finalmente surge. O herói do oeste também aparece – porém um pouco atrasado – e ataca a besta, que foge. Ele se aproxima do jovem ninja e concede uma missão de alto perigo, que envolve… ser um mensageiro e levar um pergaminho até o alto das montanhas!

Autum Hills e suas árvores escaláveis

Dê seus pulos, mensageiro!

Inicialmente, o jogo se apresenta como um jogo de plataforma comum: ir do ponto A ao ponto B, enfrentar um chefe em alguns momentos e passar para o próximo estágio. O tutorial também é super rápido e já explica a primeira mecânica diferenciada do jogo: poder pular mais uma vez ao atacar lustres ou inimigos. 

Conforme avança na fase, você encontrará pontos de retorno e em alguns deles há uma porta que, ao entrar, o mensageiro é teletransportado para uma sala com o lojista. Ele fornece melhorias em troca de time shards coletados durante a sua aventura e sempre tira sarro do mensageiro, contando histórias ou falas que tentam arrancar uma risada do jogador – e conseguem!

Caso você morra, você é salvo por uma pequena criatura chamada Sofismuto. Ele garante sua vida e retorna ao último checkpoint que você passou, porém passará a te seguir e irá requisitar uma quantidade de pedaços do tempo como pagamento, desaparecendo quando a quantia for satisfeita. Prepare-se para rir aqui também, pois o Sofismuto tira sarro de você a cada morte.

Uma das várias frases irônicas do Sofismuto

Quando você acha que tudo se encerrou…

Você chega ao topo da montanha, enfrenta o último desafio, entrega o pergaminho e imagina que é o fim do jogo. Só que não é! O jogo – depois de zombar do jogador mais uma vez – revela que a história não está terminada e transporta o jogador de um mundo 8-bit para 16-bit, incluindo mudança na trilha sonora. Agora os cenários estão mais coloridos e as animações com mais desenhos para mostrar mais fluidez.

Junto a isso, The Messenger também mostra que não é apenas um jogo de ação e plataforma linear, mas é um Metroidvania. A mudança de tempo (os gráficos definem a era que você está) ocorre em alguns pontos dos mapas ao atravessar portais, permitindo revelar locais inalcançáveis anteriormente naquela fase e impressiona pelo Level Design bem feito.

batendo em um lustre para realizar pulo duplo

Dessa vez eu acabei. E agora?

Ao terminar o jogo, o jogador tem a opção de New Game+, que carrega todos os itens do save anterior, permite escolher um item extra desde o início e aumenta a dificuldade. Você pode rejogar mais vezes e o ciclo sempre é incrementado (+2, +3, +4, etc), ficando cada vez mais difícil pelo aumento de dano e vida dos inimigos.

O ponto mais punitivo deste modo é o Sofismuto. Ele exigirá um pagamento adiantado para te reviver e, caso não tenha pedaços suficientes, você receberá uma tela de Game Over e retornará ao New Game +1, não importando se estiver no +2, +4 ou qualquer um acima. Além disso, o custo para ressuscitar aumenta bastante para cada ciclo aumentado.

Por fim, a Sabotage Games lançou uma DLC totalmente gratuita chamada Picnic Panic. Ela estará disponível ao terminar o jogo e se passa em uma dimensão alternativa, onde o mensageiro irá para uma ilha libertar os pequenos Fobitos que foram sequestrados. Caso obtenha todos os colecionáveis, há um novo modo liberado que triplica seu ataque, dobra sua vida e não há como ser ressuscitado.

montanha de fogo - área da DLC

No final, The Messenger prometeu mais do que apenas uma homenagem a Ninja Gaiden. É um jogo incrível, muito bem feito, mecânicas bem aplicadas, controles fluidos e que impressionou com sua história. Sua tradução para português brasileiro merece também ser citada e elogiada aqui, por trazer o tom humorístico e linguagem que reflete bem a personalidade dos personagens. Altamente recomendado para quem busca um jogo nostálgico de plataforma e Metroidvania.

Esta review foi feita com uma cópia de PS4 cedida pelos produtores

Revisão: Samuel Leão

The Messenger

9.5

Nota final

9.5/10

Prós

  • Bem humorado
  • Mecânicas interessantes e bem aplicadas
  • Bastante conteúdo extra
  • Level Design muito bem pensado entre alternânica de tempo

Contras

  • Dificuldade aumenta drasticamente