The Rogue Prince of Persia foi disponibilizado em maio de 2024 em acesso antecipado pela Evil Empire, estúdio conhecido por lançar várias atualizações para Dead Cells, um dos pilares dos roguelites. O jogo, feito em parceria com a Ubisoft, surpreendeu e agradou mesmo inacabado, e agora, um ano depois, chega à sua versão 1.0, trazendo um estilo artístico diferente, uma gameplay mais refinada e bastante conteúdo jogável.
Desenvolvimento: Evil Empire
Distribuição: Ubisoft
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação
Classificação: 14 anos (violência)
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC, PS5, Xbox Series X|S
Duração: 15 horas (campanha)
Salvando a Pérsia

Os eventos de The Rogue Prince of Persia se desenrolam num mundo gerado proceduralmente, cujo pretexto narrativo é uma situação na qual o Príncipe necessita salvar sua cidade de uma ameaça mágica após perder uma grande batalha. O herói precisa tentar sucessivas vezes e encontrar uma forma de resolver o problema na Pérsia ao longo de uma campanha não linear, que oferece uma boa jogabilidade.
A gameplay já era agradável na edição de acesso antecipado e foi ainda mais refinada pelos produtores para essa versão finalizada. O título adota uma jogabilidade no estilo hack ‘n’ slash, que dá espadas, lanças, machados, cajados e armas de longa distância ao protagonista. As mecânicas de movimentação funcionam junto com o sistema de combate e resultam numa experiência dinâmica e sensacional.

Além disso, The Rogue Prince of Persia incorpora à sua fórmula a clássica exploração dos games dos anos 2000 da franquia, como a trilogia The Sands of Time. Então, além de lutar contra os adversários, é necessário desviar de obstáculos e escalar as paredes e barras presentes em todos os biomas do game – ao mesmo tempo em que se pode utilizar parte desses movimentos como uma arma adicional contra os oponentes. Tudo isso combina perfeitamente com a perspectiva side-scroller e os visuais 2.5D adotados pelo jogo.
É um roguelite

Durante o período de acesso antecipado, o pessoal da Evil Empire realizou várias atualizações moldadas com base no feedback da comunidade. Por conta disso, alguns sistemas foram aprimorados e estão mais completos agora. Um exemplo é o mapa, que recebeu novas informações e ícones relacionados a todos os detalhes do game, além de indicadores para orientar o jogador sobre onde seguir para progredir na narrativa principal.
Partes da jogabilidade também foram refinadas, melhorando a responsividade dos movimentos do Príncipe, além da introdução de modificadores de dificuldade, que aumentam o nível do desafio e acrescentam um valor de replay ao jogo – que permanece sendo o roguelite de sempre. Ao longo da jornada, é possível encontrar itens e equipamentos melhores em salas e baús, válidos apenas para a rodada da vez. Como a morte é uma obrigação na campanha, conteúdos inéditos da narrativa são liberados em cada tentativa, já que nenhuma rodada é igual.

É permitido escolher o caminho do personagem principal e visitar áreas diferentes em certos estágios da narrativa. Porém, algumas dessas fases contam com um design um tanto confuso e não funcionam tão bem quanto deveriam. Por vezes, é até melhor desistir de uma tentativa e partir para uma próxima, na esperança de receber níveis mais concisos e interessantes. Cada rodada resulta em mais pontos de experiência para o Príncipe, que vai se tornando um personagem mais habilidoso no decorrer de sua jornada – deixando, consequentemente, o jogo mais fácil de ser completado.
Excelente apresentação

De longe, a principal mudança entre a versão de acesso antecipado e o lançamento final é o estilo artístico adotado pelos desenvolvedores. Praticamente, toda a direção de arte foi reformulada: mais notoriamente, o Príncipe e os demais personagens encontrados nas rodadas deixaram de ter a cor roxa. Todos os mapas também foram mais detalhados, contando com cenários no plano de fundo verdadeiramente impressionantes e bem animados. Os golpes e movimentos do protagonista são um espetáculo visual à parte, e as transições entre fases e novas tentativas são incríveis.
Grande parte das falhas técnicas da versão de acesso antecipado foram corrigidas pelos desenvolvedores. Os tempos de carregamento, que antes eram um problema, estão mais rápidos, e o desempenho não sofre mais com quedas aleatórias na taxa de quadros durante a jogabilidade. Por fim, agora há o suporte para a localização em português, com a tradução de todos os diálogos da campanha, sendo um jogo satisfatório em todos os aspectos.
Um bom jogo
The Rogue Prince of Persia é um acerto excelente por parte da Ubisoft. A parceria inesperada com um estúdio que colaborou em um dos melhores games do gênero resultou em uma ótima adição à franquia – que, vale destacar, vem sendo retrabalhada após anos de inatividade com um cuidado visível pelos produtores, que estão entregando jogos de altíssima qualidade como esse e The Lost Crown.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong