review-prince-of-persia-the-lost-crown-ps5-1

Review Prince of Persia: The Lost Crown (PS5) – Retornando à Pérsia como um Metroidvania

Depois de mais de 10 anos sem um jogo principal, a série Prince of Persia retorna às suas raízes 2D reformulada como um metroidvania em Prince of Persia: The Lost Crown. O resultado é excelente, entregando um dos melhores jogos já lançados do gênero, apresentando ótimo combate, exploração, história e visual.

Desenvolvimento: Ubisoft Montpellier
Distribuição: Ubisoft
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura
Classificação: 12 anos
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series X|S
Duração: 15,5 horas (campanha)/26 horas (100%)

Príncipe da Pérsia sem o príncipe

Porém, poderiam haver mais pontos de transporte rápido
Cenários são grandes e variados

Prince of Persia: The Lost Crown serve como um novo reboot da série, não tendo ligação direta com a série original, a série Sands of Time ou o reboot de 2008. Dessa vez, não controlamos o príncipe, mas sim Sargon, um dos sete Imortais, grupo de guerreiros que defende o reino da Pérsia. O príncipe Ghassan é sequestrado e o grupo parte para o Monte Qaf para salvá-lo, onde diversas reviravoltas esperam o jovem protagonista.

À primeira vista, o jogo parece uma aventura semelhante aos clássicos 2D da série, lançados há mais de 30 anos. Mas logo vemos que, na verdade, trata-se de um jogo no estilo metroidvania: temos um mapa gigante e contínuo para explorar, novas habilidades que são adquiridas para acessar novas áreas e auxiliar no combate, inúmeros itens e recursos escondidos pelos cenários, entre outras características desse gênero. Essa mudança caiu muitíssimo bem à série, criando uma ótima aventura que incorpora elementos dos jogos clássicos: temos vários cenários onde Sargon precisa realizar acrobacias e vencer armadilhas para chegar na próxima parte ou alcançar algum item – esses desafios são mais difíceis e podem exigir diversas tentativas para serem vencidos.

Combate engajante e personagem aprimorável

Existem desafios mais simples e mais complexos, geralmente escondendo itens preciosos
Como esperado na série, acrobacias e armadilhas estão presentes

Como não poderia deixar de ser, o combate é parte importante do jogo, e também é ótimo. Sargon inicia possuindo apenas suas duas espadas, e os combos realizados com elas são o principal elemento do seu repertório de combate até o final do jogo. Porém, o seu arsenal aos poucos vai aumentando e se torna bastante amplo: há golpes especiais, flechas, defesa e parry, possibilidade de coletar inimigos e projéteis do cenário e usar a seu favor, entre outras ações. A variedade de inimigos normais não é tão grande comparada com outros jogos do gênero, mas são variados e divertidos de se enfrentar. O destaque mesmo vai para os chefes: são vários, e eles vão exigir que você pense em usos criativos para todas habilidades ao seu dispor.

Também é possível equipar amuletos com as mais diversas funcionalidades e equipar dois ataques especiais por vez, que causam grande dano aos inimigos. Os amuletos, assim como sua vida máxima e outras características, podem ser aprimoradas com uso de recursos coletados derrotando inimigos e explorando o mapa.

Exploração com uma grande novidade

Explorar completamente os segredos do mapa requer tempo e esforço
O mapa é grande e funcionalidade de salvar capturas de tela ajuda muito no backtracking

Outra característica fundamental de metroidvanias, a exploração, também é bastante bem implementada. Os elementos tradicionais estão aqui: o (enorme) mapa que registra por onde você já passou, pontos de salvamento e de viagem rápida, diversos segredos escondidos, itens e áreas que só podem ser acessadas quando se conquistar alguma nova habilidade.

Aliás, sobre o backtracking, temos a inovação mais incrível deste Prince of Persia: com o toque de um botão, o jogo captura um print da tela atual e o salva no mapa, podendo ser consultado a qualquer momento. Essa funcionalidade é praticamente revolucionária para quem há décadas vem tentando salvar mentalmente onde viu um determinado item ou porta que não poderia ser acessado na hora. É comum em vários jogos poder incluir um marcador no mapa, mas a possibilidade de salvar diretamente uma captura da tela facilita muitíssimo a vida na hora da exploração. Esse recurso é uma das melhores inovações nos últimos tempos em metroidvanias, e espero que se torne padrão daqui em diante.

Longo e divertido

Praticamente todas as habilidades de Sargon são úteis nas batalhas contra chefes
Chefes são um dos destaques do game

Visualmente, o jogo não é um primor, claramente não tendo o mesmo orçamento das grandes produções da Ubisoft. De qualquer forma, os gráficos, animações e efeitos são bons, com destaque para os cenários. O vasto mapa possui diversos ambientes e todos são muito bonitos, passando por florestas, cidades, esgotos, templos, mares, entre outros. O design dos personagens e chefes também são ótimos, com Sargon sendo bem vindo como a nova cara da série. Vale destacar que o game possui dublagem no idioma persa, o que ajuda na imersão.

O jogo é relativamente longo para uma aventura do estilo, mas não chega a cansar – pelo contrário, é bastante viciante como todo bom metroidvania. O mapa é grande e a funcionalidade do print da tela incentiva ainda mais a exploração a cada vez que conquistamos uma nova habilidade. Só é uma pena que, apesar de existirem no mundo e fazerem parte do enredo, não controlamos as areias do tempo nessa aventura. Quem sabe em uma continuação?

Um grande retorno à Pérsia

Prince of Persia: The Lost Crown é uma grata surpresa da Ubisoft, retomando uma clássica série com renovações para um novo estilo que resultam em um dos melhores metroidvanias já lançados.

Cópia de PS5 cedida pelos produtores

Revisão: Julio Pinheiro

Prince of Persia: The Lost Crown

9.5

Nota final

9.5/10

Prós

  • Combate divertido
  • Muitos itens e segredos escondidos
  • Funcionalidade de salvar captura de tela no mapa
  • Grande variedade de ações que podem ser realizadas

Contras

  • Combos poderiam ser mais variados
  • Pontos de transporte rápido poderiam ser mais frequentes