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Review The Touryst (Xbox Series S) – Vamos viajar

Não existe, ao menos na minha modéstia opinião, algo mais relaxante e renovador do que viajar. As coisas melhoram ainda mais quando adicionamos, à equação, praias paradisíacas. O sol a nos aquecer, a areia nos pés, a brisa e o barulho do mar… ahhh! É quase uma terapia. Diante da pandemia do coronavírus que transmite o COVID 19, que obrigou as pessoas a se isolarem em suas residências, essa possibilidade – no mundo real – foi colocada de lado. Mas, graças aos céus que temos os nossos amados videogames.

Desenvolvido e publicado pelo estúdio alemão Shin’en Multimedia GmbH e lançado em novembro de 2019 para o Nintendo Switch, em julho do ano passado, para PC, Xbox One e em novembro para Xbox Series S/X, The Touryst promove de forma divertida e descompromissada uma forte sensação de escapismo dos problemas que nos cercam. Se o mundo real nos impõe barreiras, no game podemos viajar por ilhas monumentais e experimentar algo que, pelo menos por enquanto, não mais é possível. Talvez por isso o jogo seja tão agradável.

Desenvolvimento: Shin’em Multimedia GmbH
Distribuição: Shin’em Multimedia GmbH
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação e Aventura
Classificação indicativa:
 Livre
Português: Não
Plataformas: PC, Switch, Xbox One e Xbox Series X/S
Duração: 5 horas (campanha)/6.5 horas (100%)

Turistando por ilhas paradisíacas

Explore ilhas paradisíacas.

Em The Touryst, como o próprio nome entrega, somos um turista. Um tiozão de meia idade com um bigode generoso, que resolveu tirar merecidas férias e viajar por ilhas paradisíacas (me identifico). Cada uma das ilhas que visitamos guardam desafios super divertidos que devemos solucionar e um monumento antigo que abriga uma espécie de templo alienígena. Solucionar os puzzles dessas dungeons, recheada de elementos de plataforma, libera acesso às demais ilhas do jogo. Somente dessa forma, ou seja, desbravando as pequenas ilhas é que avançamos na jogatina.

A jogabilidade é simples e funcional. Os controles respondem extremamente bem, principalmente nos momentos de plataforma, em que devemos ser precisos. Conforme vamos completando os desafios, novas habilidades são implementadas em nosso personagem como, por exemplo, uma corrida marota que abre grutas secretas com o impacto ou pulos duplos, no maior estilo metroidvania. Cada um dos puzzles das diferentes ilhas são listadas em formas de objetivos que devem ser cumpridos e que podemos acessar a qualquer momento no menu de pausa. Completar esses desafios nos garantem moedinhas douradas (uma clara referência aos jogos da franquia do Mario, assim como o nosso personagem) que podem ser usadas em algumas lojinhas para desbloquear itens e novas habilidades.

Desafios diversos e visual cartunesco

Os desafios – nem muito fáceis, nem muito difíceis – são diversificados, divertidos e inteligentes. Podemos, por exemplo, bater uma bola com um ex-jogador de futebol, que fica em Ibiza, com a camisa da seleção da Argentina, de nome Diego (sacaram a referência? Sacaram, né?!); fotografar os monumentos das ilhas; ajudar a encontrar os ingredientes para fazer um refrescante suco ou um delicioso sorvete; encontrar peças perdidas de um museu; tocar piano numa banda de jazz; dançar ao som de vários ritmos; surfar (no maior estilo Califórnia Games); jogar fliperama e por aí vai.

O visual cartunesco casa perfeitamente com a proposta do jogo. De forma bem resumida ele é um misto de LEGO com Minecraft. As ilhas, apesar de serem bem pequenas, são ricas em detalhes e possuem um level design bem diferente umas das outras. Os gráficos, no Xbox Series S, são lindíssimos e contam, inclusive, com ray tracing. Sério! Os efeitos de refração da luz do sol e a projeção das sombras são muito bem feitas. O design SD dos personagens são um charme e dão um ar “fofo” aos mesmos. Em igual proporção os efeitos sonoros (como o barulho das ondas quebrando ou som dos pássaros sobrevoando a orla) preenchem o jogo de um jeito a passar de fato a sensação de estarmos numa ilha.

Escapismo efêmero

Os puzzles são inteligentes.

Apesar do game brilhar, The Touryst não está longe de problemas. Duas coisas, em especial, chamaram minha atenção. Primeiro que o jogo é curto demais. Temos um leque de desafios que depois de completos só nos permitem reprisá-los ou passear livremente pelas ilhas. O pior é que se focarmos apenas no objetivo principal, teremos cerca de cinco horas de jogo apenas. Outro problema é que não há um modo multiplayer seja ele local ou online. Se divertir pelas ilhas, dar um mergulho nas praias, passear de bote e completar os desafios com mais alguém iria abrilhantar ainda mais o escapismo que The Touryst proporciona.

Cheio de referências e puzzles inteligentes e divertidos, o jogo de aventura e exploração se encontra disponível no catálogo do Game Pass e ainda possui “Entrega Inteligente”, que garante a otimização para o Xbox Series S/X de forma gratuita. Apesar da fórmula não ser original (e qual game, hoje em dia, é?), The Touryst faz muito bem aquilo que se propõe: entreter. Então, está esperando o quê? Faça as suas malas e vá viajar!

Cópia de Xbox Series S adquirida pelo autor

Revisão: Jason Ming Hong

The Touryst

9

Nota final

9.0/10

Prós

  • Belos gráficos
  • Cenários belíssimos
  • Puzzles inteligentes
  • Controles precisos

Contras

  • Curto demais
  • Sem multiplayer