Capa do jogo The Uncertain: Light At The End

Review The Uncertain: Light At The End (PC) – A última esperança da humanidade

Desenvolvido pela New Game Order, Light At The End é a segunda parte da série The Uncertain. Num futuro distópico onde os robôs subjugaram os humanos, uma jovem esperançosa junto a um grupo de sobreviventes tenta entender o que aconteceu com as inteligências artificiais. Com gráficos bem trabalhados e uma história envolvente, o título encontra-se disponível para PC.

Desenvolvimento: New Game Order
Distribuição: META Publishing
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura
Classificação: 14 anos
Português: Interface e Legendas
Plataformas: PC
Duração: Sem registros

Um outro ponto de vista

The Uncertain: Light At The End é a continuação de Last Quiet Day. No primeiro título, a história era contada do ponto de vista de RT, um robô inventor que se aliou a um pequeno grupo de máquinas que ajudavam os poucos humanos remanescentes do mundo. Já neste segundo episódio, o foco de desenvolvimento é uma garota chamada Emily, que fazia parte do grupo ajudado pelo RT.

Assim como na maioria dos jogos focados na narrativa, a segunda parte da franquia The Uncertain tenta expandir seu próprio universo com um enredo interessante, mesmo que inconclusivo. Através de diálogos entre a protagonista e seu grupo, descobrimos como cada um lidou com o fim do mundo, e como eles se encontraram. Contudo, esse é o máximo de recursos utilizados para nos dar detalhes sobre os personagens secundários, já que não há missões ou situações capazes de gerar empatia entre o jogador e os demais sobreviventes.

Opções de diálogo do jogo

Ainda sobre diálogos, um ponto a se destacar é a qualidade da dublagem, que é bem superior a de muitos games do mesmo gênero. A maneira como os dubladores conseguem expressar os sentimentos dos personagens contribui positivamente na imersão e influencia nas decisões que tomamos em determinadas situações. É difícil dizer não a um pedido feito pelo Brian, por exemplo.

Um pós-apocalíptico de respeito

Os cenários e a ambientação de Light At The End talvez sejam o seu maior atrativo. O Unity foi fundamental na criação dos prédios, das ruas iluminadas pelo sol nas manhãs e na riqueza de detalhes dos ambientes fechados, como o abrigo inicial ou o Geekspot. A atenção e o cuidado que os desenvolvedores tiveram com os gráficos são recompensadores para os jogadores.

Emily no interior do Geekspot

A trilha sonora também foi um acerto, já que “casa” perfeitamente com a ambientação. Em lugares iluminados, a música de fundo é alegre, e em lugares escuros, a trilha fica um pouco mais melancólica e puxada para o suspense. Na cena do pesadelo da Emily, por exemplo, os pequenos jumpscares só são possíveis graças ao trabalho em conjunto do cenário e da trilha sonora.

Somos todos robôs?

Falando sobre jogabilidade, o sistema utilizado em The Uncertain lembra bastante o de títulos semelhantes, como os da franquia Life is Strange. O jogador pode explorar todo o ambiente, interagindo com itens e coletando-os para concluir missões e destravar caminhos que antes encontravam-se intransponíveis. A personagem principal também faz comentários sobre os itens com os quais consegue interagir, muitas vezes dando pistas sobre como utilizá-los. Tudo o que é coletado pode ser visualizado no inventário, que é acessado através do smartwatch que a protagonista recebe no decorrer da narrativa.

Opções do Smartwatch da Emily

Além de mostrar o inventário, o equipamento digital também é capaz de interagir com o ambiente de diversas maneiras, seja armazenando anotações e áudios encontrados pelas fases, tirando fotos de lugares que possam ser úteis na jornada e até concedendo acesso aos minigames disponíveis no jogo. Para as pessoas familiarizadas com o sistema de RPG, tal adição talvez não seja exatamente uma novidade, porém é interessante que os desenvolvedores tenham pensado numa forma diferente de exibir essas informações mais gerais do que simplesmente apertando um botão no teclado.

Entretanto, se tratando de movimentação dos personagens, o segundo título da série deixa muito a desejar. Mesmo nas cutscenes, os movimentos que a Emily e os demais membros do grupo de sobreviventes realizam são quase exatamente iguais aos de um robô, com viradas de direção travadas e pouca fluidez em ações como pegar e segurar objetos. Isso sem contar com a falta de expressão em seus rostos que afeta negativamente na experiência.

Luz no fim do túnel

The Uncertain: Light At The End é uma agradável continuação da história do RT. Finalmente, todo o mistério envolvendo o desaparecimento dos humanos e o porquê das máquinas terem se revoltado parece estar chegando ao seu desfecho. Apesar de alguns bugs nas legendas e em algumas missões, e o fraco desenvolvimento dos coadjuvantes, o jogo oferece alguma diversão, principalmente com seus puzzles – que conseguem ser complexos o suficiente para que percamos alguns minutos com eles – e é uma boa opção para os fãs do gênero.

Esta review foi feita com uma cópia de PC cedida pelos produtores

Revisão: Bia Bock

The Uncertain: Light At The End

7.5

Nota final

7.5/10

Prós

  • Bons gráficos
  • Boa história
  • Boa trilha sonora
  • Puzzles desafiadores

Contras

  • Movimentação travada
  • Expressões faciais superficiais
  • Bugs na legenda
  • Pouco desenvolvimento de coadjuvantes