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Review Tinykin (PC) – Merecia mais atenção

Descobrir uma obra-prima que passou despercebida no mundo dos games é uma satisfação e frustração ao mesmo tempo: ora você fica feliz pela descoberta, ora sente um gosto amargo ao pensar que aquele jogo não teve seu devido reconhecimento. E isso ocorreu quem vós escreve esta análise de Tinykin – game desenvolvido pela empresa Splashteam e distribuído por tinyBuild Inc com forte influência da série Pikmin, da Nintendo. De imediato, a semelhança é notada já pelo título, mas aqui temos um charme próprio que vai muito além de uma simples inspiração.

Desenvolvimento: Splashteam
Distribuição: tinyBuild Inc
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, Plataforma, Puzzle
Classificação: Livre
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S, Switch
Duração: 6 horas (campanha)/9 horas (100%).

Embarcando nessa aventura

Milo e os Tinykins (aparentemente) fazendo a festa

Aqui, estamos na pele de Milo, o qual é um arqueólogo que vive em um planeta que não é nosso que conhecemos e habitamos, e está disposto a conhecer a origem da raça humana. Em um de seus experimentos, ele acaba escutando um misterioso sinal humano vindo de um planeta distante. Com isso, o protagonista parte com sua nave atrás de respostas, mas acaba por ter que fazer um pouso forçado no planeta e acordando dentro de uma casa onde tudo é enorme, como se ele tivesse encolhido. Ejá é assim que o jogo começa, sem maiores detalhes.

Ao acordar, Milo conhece um ser chamado Leami que promete o ajudar a voltar para casa se o humano encontrar as seis peças para consertar uma misteriosa máquina. Não somente Leami estará na casa, mas diversos insetos como formigas, besouros, entre outros que também irão te ajudar de alguma forma. Há um culto pelo antigo morador da casa chamado Adwin e os insetos o tratam como uma divindade, fazendo você ouvir bastante sobre essa figura no decorrer da gameplay.

Mãos à obra

Alcançando pontos mais altos

Como um bom jogo de plataforma 3D, o maior brilho de Tinykin é sua gameplay, deixando a história como segundo plano, mas tendo o cuidado ao saber contá-la quando necessário. Depois do título do game, outra familiaridade que, ao menos para mim, lembrou outra série de games muito famosa: Toy Story. Sim, essa percepção que você está dentro de uma casa e não é muito maior que um inseto, causa esse ótimo dejavú. Você pode questionar que em Toy Story os bonecos facilmente seriam maiores que Milo, contudo, as dificuldades continuam sendo as mesmas, como poder subir em uma cômoda, usar escova de dentes para atravessar de um lado para outro, e ter toda uma estratégia para alcançar a maçaneta de uma porta para abri-la.

Para conseguir progredir no game, Milo por si só tem apenas seu pulo que é um pulo único, mas que, ao segurar o mesmo botão, consegue fazê-lo planar por um curto tempo dentro de uma espécie de bola de sabão – ou bola gravitacional, como outros jogadores a chamam. De início, você fica por poucos segundos dentro dela e, ao conseguir fazer desafios extras, consegue ter um upgrade de ter mais bolas para te auxiliar a alcançar partes mais distantes da casa. Outro acessório que é muito útil é a prancha de sabão que você pode usar livremente sobre áreas planas, sendo muito útil para ter mais velocidade ao ir de um ponto ao outro do mapa, devido a Milo não correr muito rápido e atravessar linhas que são liberadas por um inseto que parece ser um bicho-de-seda. Essas linhas desbloqueiam caminhos para alcançar novos cômodos e também ajudam como atalhos, caso você caia do local – aí não precisa refazer todo o caminho.

Tinykin

Os tinykins verdes são os melhores

Até aqui, você pode questionar se o game tem poucos comandos e se eles se sustentam conforme você avança na gameplay, mas aí que temos os astros do jogo que são as criaturas que te ajudarão das mais diversas formas, e elas são chamadas de Tinykin. Ao total da aventura você irá encontrar 5 tipos diferentes destes bichinhos, cada um com sua cor.

De início, você terá os rosas que carregaram objetos pesados, como se fossem um grupo de formigas; depois os vermelhos que funcionam como bombas para abrir caminhos específicos; os verdes que você sobe como uma escada improvisada para alcançar locais altos e que não tem auxílio do bicho-de-seda – lembrando bastante o Goomba do Mario Bros; os azuis que são condutores de energia para você religar alguns aparelhos eletrônicos nas tomadas que foram cortadas e, por último, os amarelos que criam caminhos improvisados para pode passar com algum objeto grande.

Daria um ótimo desenho em 2D

Toda vez que você conhecer um novo tipo de Tinykin, aparecerá uma curta animação 2D muito fofa de apresentação daquele ser. É importante avisar que, geralmente, você estará fazendo mais de uma coisa ao mesmo tempo, então enquanto um grupo estará carregando um objeto grande, este precisará que os outros Tinykins tenham criado a passagem para poder chegar no seu destino e resolver o enigma. De início, dá a impressão que a gameplay fica muito confusa com tantos bichinhos coloridos te acompanhando, mas essa impressão rapidamente se dissipa no decorrer que você entende a dinâmica do jogo.

Acessível

Podemos trocar a roupa de Milo, mas a original é tão boa

Artisticamente, o jogo é bastante convidativo, com escolhas de paletas de cores ideais com ambientes em 3D contrastando com os personagens em 2D, principalmente Milo que sempre parece estar de frente para você independentemente da direção que você o está levando, lembrando um pouco o visual de Paper Mario. A trilha sonora é outro ponto alto do game, pois parece ser feita para acalmar qualquer ânimo e nunca enjoar. Falando em sons, também temos efeitos sonoros para cada objeto que você adquire, e até mesmo quando você usa os tinykins, seja jogando-os para destruir barragens ou construindo a escada.

A campanha, se você optar por fazer apenas as missões principais, não dura muito mais do que 5 horas, e pode chegar a 8 horas se quiser os colecionáveis de todos os cômodos. Uma dica valiosa é, se você apertar o R3, o jogo fica em primeira pessoa e dedura interações e missões secundárias que antes não estavam de fácil visualização. Como as legendas são em português brasileiro, é interessante conhecer mais a fundo as histórias das diversas civilizações dos insetos como as formigas, os besouros, as pulgas, e assim sucessivamente. Há bastante desavenças entre estes insetos que não chegam a ter embates físicos. Aliás, não há inimigos aqui mas, no máximo, armadilhas do próprio ambiente.

Explodindo coisas

Não podemos esquecer que estamos falando de um jogo indie e, assim como até jogos de grandes produtoras, ele está suscetível a bugs pontuais como quedas de frames bruscas, mas que foram ocasionais. No PC, também temos opções gráficas ausentes até em jogos AAA, como travas de quadros em 30, 60 e 144 fps para cada resolução escolhida. E o tamanho que ocupará em hd não chega a 5GB. Lembrando que o game não se limita apenas aos computadores, pois também tem versões para Xbox One e Series, Playstation 4 e 5, e Switch. O bônus é que para PC e Xbox, o game entrou na Gamepass em day one.

Um dos melhores games que você não jogou em 2022

Tinykin pode ser sim uma aventura rápida, mas que irá entregar uma experiência ímpar. É de se estranhar que não ganhou mais notoriedade e passou batido por muita gente – foi até difícil de achar na própria Steam, precisando colocar o nome completo do game para aparecer, como se estivesse escondido. Fico pensando se ele fosse um game da Nintendo se teria mais popularidade. Todavia, este é um jogo que está disponível a todos e, em meio a tantos games com orçamentos milionários, é uma boa opção para quem quer algo quase terapêutico e barato em um ano um pouco morno para jogos de plataforma, diferentemente do que ocorreu em 2021. Vamos dar uma chance para Tinykin?

Cópia de PC adquirida pelo autor

Revisão: Jason Ming Hong

Tinykin

10

Nota final

10.0/10

Prós

  • Gameplay fluída
  • Personagens carismáticos
  • Trilha sonora

Contras

  • Quedas bruscas de framerate