Totally Spies! Cyber Mission capa

Review Totally Spies! Cyber Mission (Xbox Series S) – Uma aventura decepcionante com co-op falso

Todos se lembram da infância, sentados em frente à TV com um saco de salgadinhos antes ou depois do almoço, assistindo a Totally Spies! e outras franquias famosas da Nickelodeon e Cartoon Network. Para muitos, era uma rotina nostálgica, mas quando o assunto é videogames baseados nesses desenhos, é difícil lembrar de algum título marcante. Totally Spies! nunca teve uma presença tão expressiva no mundo dos games, e, após anos, a franquia retorna aos consoles modernos com Totally Spies! Cyber Mission. Infelizmente, o jogo não poderia ser mais genérico e decepcionante.

Desenvolvimento: Balio Studios
Distribuição: Microids
Jogadores: 1-3 (local)
Gênero: Ação, Aventura, Puzzle
Classificação: Livre
Português: Legendas e interface
Plataformas: Xbox One, Xbox Series X|S, PS4, PS5, PC, Switch
Duração15 horas (campanha)/23.5 horas (100%)

Aventura em Singapura

As três vão à Singapura resolver uns puzzes bobos
As três vão à Singapura resolver uns puzzes bobos

A história nos leva diretamente para Singapura, onde as espiãs são convocadas pela corporação WOOHP para uma nova missão. Como sempre, as garotas são equipadaa com os mais modernos gadgets do mercado de espionagem, cada um com habilidades únicas para as protagonistas.

Clover recebe um batom laser que pode abrir contêineres e desbloquear passagens. Alex ganha botas de alta velocidade que permitem que ela corra rapidamente sem ser detectada por inimigos. Já Sam, a mais estratégica do grupo, carrega um dispositivo que atira projéteis para hackear sistemas e distrair os oponentes.

Jogabilidade monótona e lenta
Jogabilidade monótona e lenta

Esses dispositivos são usados para navegar pelos cenários e resolver puzzles. Por exemplo, Clover pode liberar áreas bloqueadas abrindo contêineres, Alex pode atravessar rapidamente zonas protegidas por câmeras de segurança, e Sam consegue chamar a atenção dos inimigos ao acertar barris e outros objetos interativos. A ideia central parece promissora, mas logo fica claro que o game não consegue ir além de sua simplicidade superficial.

Além disso, é possível alternar entre as personagens conforme você avança pelos cenários. Em algumas ocasiões, você é obrigado a atravessar o estágio inteiro com apenas uma das meninas, o que pode ser irritante. O modo cooperativo, que permite até três jogadores localmente no mesmo console, parecia oferecer um potencial divertido, mas, na prática, acaba sendo apenas parcialmente mais interessante.

Os problemas do modo cooperativo falso

Segundo jogador fica no formato de um drone sem ação importante alguma
Segundo jogador fica no formato de um drone sem ação importante alguma

O modo cooperativo, em teoria, deveria ser o ponto alto aqui. No entanto, ele apresenta falhas gritantes que prejudicam seriamente a experiência. É possível que todos se distanciem uns dos outros até certo ponto, mas a câmera simplesmente não permite que isso aconteça de forma eficiente.

A câmera fixa segue apenas um dos personagens, forçando os outros a ficarem próximos ou presos fora do campo de visão. Embora seja um pouco mais divertido jogar com amigos, a limitação da câmera e a falta de liberdade tornam o modo cooperativo frustrante e mal implementado.

Modo co-op apenas finge que é co-op
Modo co-op apenas finge que é co-op

Pior ainda, existem momentos em que apenas um jogador pode realmente controlar a personagem principal, enquanto os outros são relegados a um papel secundário, assumindo uma espécie de “modo drone”. Esse drone é completamente inútil: ele não interage com o cenário, não afeta os inimigos e só pode apontar direções para o jogador em ação. Isso é praticamente um insulto para quem esperava uma experiência cooperativa mais dinâmica e colaborativa.

O maior erro, no entanto, é a ausência de assimetria no gameplay cooperativo. O game tinha a oportunidade de fazer com que cada personagem desempenhasse um papel único e essencial na resolução de desafios, promovendo uma experiência verdadeiramente colaborativa. Em vez disso, todos são obrigados a se revezar na resolução de quebra-cabeças, enquanto apenas os puzzles mais simplórios, como empurrar caixas, permitem que vocês joguem ao mesmo tempo.

Missões repetitivas e sem inspiração

Os cenários até mudam, mas tudo continua igual
Os cenários até mudam, mas tudo continua igual

Outro problema grave de Totally Spies! Cyber Mission é a falta de variedade nos objetivos das missões. Quase todas as tarefas seguem o mesmo padrão: você deve explorar o cenário, interagir com um objeto ou coletar um item e, em seguida, retornar para o grupo. Tudo isso sem combate algum. Essa fórmula se repete do início ao fim, com poucas mudanças entre as fases. A única diferença perceptível está nos NPCs e nos ambientes, mas a estrutura das missões permanece a mesma e rapidamente se torna monótona.

Além disso, os puzzles, que poderiam trazer alguma profundidade à gameplay, são extremamente simples e pouco desafiadores. A maioria deles envolve ações básicas, como empurrar coisas ou acionar interruptores, o que não exige nenhum tipo de pensamento estratégico ou habilidade avançada. Para um game que deveria explorar o tema da espionagem de forma criativa, essa simplicidade é uma grande oportunidade perdida.

Uma franquia com potencial desperdiçado

Totally Spies! é uma franquia querida e cheia de carisma, com personagens que têm personalidades distintas e inúmeras possibilidades de gameplay que poderiam ser exploradas. Infelizmente, Cyber Mission falha em quase todos os aspectos ao optar por uma abordagem excessivamente simples e genérica. Os gadgets das personagens, que poderiam ser utilizados para criar desafios complexos e variados, acabam sendo subutilizados em puzzles repetitivos e missões sem inspiração. O modo cooperativo, que deveria ser um dos maiores atrativos do jogo, é mal projetado e limita a diversão ao invés de ampliá-la. A falta de liberdade para os jogadores explorarem os cenários individualmente, somada à inutilidade do “modo drone”, torna a experiência frustrante e pouco envolvente.

Cópia de Xbox Series X|S cedida pelos produtores

Totally Spies! Cyber Mission

3

Nota final

3.0/10

Prós

  • Tem um co-op ruim, mas tem
  • Dificu
  • Cutscenes bacanas, até

Contras

  • Repetição extrema
  • Co-op funciona muito mal
  • Objetivos bobos e simplórios
  • Animações repetitivas e não-puláveis
  • O jogo é simplesmente chato