Troublemaker é um jogo de ação criado pela Gamecom Team, um estúdio independente localizado na Indonésia. O título retrata alguns dias da vida de Budi, um estudante transferido para uma importante escola vocacional do país que, por coincidência, também é um delinquente que nunca fica longe de brigas. Publicado pela Freedom Games, o jogo está disponível exclusivamente para computadores, através da Steam e da loja da Epic Games.
Desenvolvimento: Gamecom Team
Distribuição: Freedom Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura
Classificação: 18 anos
Português: Não
Plataformas: PC
Duração: Sem registros
Brigas, muitas brigas
Troublemaker possui todo um universo de rivalidade interclasse e violência estudantil envelopado em uma apresentação similar ao oferecido por séries como Yakuza e Shenmue. Logo após chegar na escola, o protagonista faz amizades e parte para luta, visando subir no topo da cadeia social do colégio ao participar do Raise Your Gang, um tradicional torneio anual entre gangues diferentes.
A narrativa se desenrola por meio de cutscenes com diálogos e desenhos animados que funcionam bem, apesar deles serem parados e estáticos. Produzida com microfones ruins, a dublagem é pavorosa, com direção e edição claramente feitas por amadores; algo compreensível já que estamos tratando de um jogo indie, realizado sem o suporte de grandes empresas.
Porradaria
Os sistemas de combate de Troublemaker não são tão responsivos quanto as inspirações dos desenvolvedores. Assim como em Yakuza, o personagem principal tem acesso a golpes absurdos e irreais, mas as mecânicas são mal acabadas e os inimigos não são reativos, o que faz com que os confrontos se alonguem por conta da dificuldade exagerada. O melhor jeito de curtir o jogo sem se frustrar é ativando o modo focado em história, que tem duelos mais balanceados. Vencer é simples, bastando se esquivar dos oponentes e atacar no momento certo, podendo utilizar itens e objetos para infligir danos maiores ao rival da vez. As lutas ficam repetitivas depois de um curto tempo, já que não há muitos inimigos distintos e todos possuem comportamentos semelhantes.
Na metade da campanha, Troublemaker deixa a linearidade de lado e se abre para exploração, sendo possível andar por todo o ambiente e interagir com estudantes, além de participar de minigames e poder melhorar as habilidades de Budi. O design em geral não é intuitivo, tornando a gameplay maçante e chata nas ocasiões em que a campanha pede para que Budi encontre algum item perdido no mapa, sem dar direções claras. Entender os diversos detalhes presentes na ambientação é uma tarefa complicada, já que várias frases e indicadores estão somente no idioma indonésio, sem uma tradução completa para o inglês.
Versão de PC decepcionante
Troublemaker utiliza a Unreal Engine para apresentar um estilo visual puxado para um lado cartunesco que combina com a proposta, embora os modelos projetados pelos produtores não possuam muitos detalhes ou animações de boa qualidade. Com vários travamentos e requisitos altos que não correspondem com os visuais, a versão de PC de Troublemaker tem uma otimização péssima, com constantes pop-ins nos elementos que compõem os cenários.
O suporte ao ultrawide e a campos de visão largos é ruim, pois o jogo corta a imagem na vertical para se adaptar ao formato da tela. Existem falhas técnicas graves nas opções gráficas, que acabam gerando modelos de personagens toscos, precisando ativar as configurações máximas para ter visuais aceitáveis durante toda a jogatina.
Legalzinho
Apesar de ser uma experiência amadora, Troublemaker consegue ser um jogo divertido graças à sua narrativa desbocada e despretensiosa. Porém, faltou um cuidado adicional aos polimentos gerais que acabaram impedindo o jogo de atingir todo o seu potencial, visto que a versão disponibilizada no lançamento precisa ser melhorada com atualizações incluindo ajustes pontuais nas mecânicas, performance e, principalmente, na mixagem sonora.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong