Turok é uma franquia com a qual tive meu primeiro contato aos 6 anos, numa época em que tínhamos um Nintendo 64 em casa, acompanhado de apenas três jogos. Dada as limitações técnicas e de controle da era dos 32 bits, foi consideravelmente desafiador para uma criança como eu pegar e jogar algo assim. Lembro-me como se fosse ontem da dificuldade que tive com a lógica de um jogo de tiro em primeira pessoa, especialmente com o único analógico do joystick do Nintendo 64. Hoje em dia, quando um jogo dessa época tem um retorno em forma de remaster ou remake, espero que este venha com layouts de controle modernizados e jogabilidade renovada. Enfim, vejamos o que esse terceiro título da franquia Turok tem a oferecer na era atual.
Desenvolvimento: Nightdive Studios
Distribuição: Nightdive Studios
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Tiro, Ação
Classificação: 16 anos
Português: Não
Plataformas: Switch, PC, Xbox One, Xbox Series X|S, PS4, PS5
Duração: 5 horas (campanha)/9 horas (100%)
O ponto fora da curva
Turok 3: Shadow of Oblivion Remastered é provavelmente o jogo menos favorito entre os três títulos de Turok da era N64, e isso definitivamente se deve à sua história que ocorre em uma realidade multidimensional, na qual o/a protagonista vai com a ajuda de um viajante do tempo para se vingar daqueles que mataram Josh – o personagem principal original de Turok. Após este evento inicial, podemos jogar tanto como a irmã mais velha de Josh quanto como seu irmão mais novo. E embora eu tenha mencionado a abordagem futurística das histórias, ainda podemos ver criaturas pré-históricas aqui e ali.
A irmã de Josh, Michelle, tem a habilidade de usar todos os tipos de armas e oferece uma abordagem mais fechada para o combate, além de ser super habilidosa ao saltar e ao manejar armas de forma geral. Enquanto isso, o irmão mais novo, Joseph, pode se mover silenciosamente sem atrair inimigos para ele, devido ao seu alto nível de furtividade. Ele também está equipado com óculos de visão noturna, portanto, tem tal habilidade de ver no escuro, sem mencionar sua proficiência com rifles de precisão.
Honestamente, embora tenhamos quatro personagens jogáveis no total (dois dos quais sendo desbloqueáveis), o trajeto de cada personagem é apenas ligeiramente diferente do outro. A coisa mais importante e distinguível é o fato de podermos controlar um raptor após terminar a campanha, o que muda um pouco as coisas devido à sua mecânica baseada em garras. Fora isso, apenas as armas serão um fator de mudança.
Em geral, podemos jogar Turok 3 como um game de tiro em primeira pessoa bastante moderno, apesar do fato de que trocar de armas é muito ruim pra quem joga no controle. Você pode pressionar a direção esquerda ou direita no D-pad, o que troca as armas muito lentamente. Se preferir, pode percorrer todo o seu inventário num formato circular segurando o botão R, mas infelizmente a ação não pausa. Pelo menos o jogo desacelera e fica em câmera lenta um pouco para que você tenha tempo suficiente para tomar uma decisão. Porém, o formato “roda de armas” funciona mais com mouse e teclado.
A Experiência Remasterizada
O game design aqui é algo que mostra a idade porque não nos aponta na direção do próximo objetivo. Em vez disso, ele exibe o que precisa ser feito na tela e você pode revisitar isso entrando na respectiva seção no menu de pausa. Na maior parte do tempo, é entediante ter que descobrir seu próximo ponto de interação, o que definitivamente é algo que não sinto falta dos títulos antigos.
Por outro lado, o fator de exploração é gratificante e oferece armas para compor seu arsenal, o que gosto. Resumindo, acaba sendo uma espada de dois gumes, que simultaneamente joga contra e a favor de quem está segurando os controles.
Os gráficos são estilosos até hoje e desempenham um papel fundamental no remaster, agindo como o charme nostálgico. Há várias opções para habilitar ou desabilitar no menu gráfico para fazer o game se assemelhar a algo voltado às suas raízes ou transformá-lo em uma versão emulada, porém melhor de si mesmo. Você pode escolher de acordo com sua preferência. O efeito CRT, por outro lado, é grosseiro e não consegui encontrar nenhum uso para ele, já que acaba sendo irritante e impede que você basicamente veja qualquer coisa à sua frente.
Finalmente, a maior reclamação aqui é o fato de o modo multijogador ter sido removido. Isso é uma decepção porque um recurso como este era extremamente limitado apenas naquela época (anos 90), especialmente quando você tem quatro jogadores competindo uns contra os outros em uma TV minúscula. Com o advento da internet, é um deleite jogar esses clássicos com amigos online, mas no remaster, até mesmo o modo versus local não é uma realidade. Dito isso, não posso elogiar o produto em sua totalidade por causa de uma decisão como esta.
Um retorno agradável com pequenos desleixos
O terceiro game da franquia, em sua versão remaster, é uma experiência do passado trazida para nós com um toque moderno. No entanto, um recurso grandioso e amado foi removido do produto original, sendo este o modo multijogador. Com a internet de hoje, teria sido uma experiência incrível revisitar Turok 3 mais uma vez e seu modo versus, mas com a capacidade de jogar com pessoas ao redor do mundo – ou mesmo localmente, eu não reclamaria. Fora isso, Turok 3 é um game sólido que ainda consegue nos proporcionar muitos momentos divertidos, mesmo que sua duração gire em torno da marca de 4-5 horas. Pessoalmente, gosto disso.
Cópia de Switch cedida pelos produtores