Wild Bastards Capa

Review Wild Bastards (Xbox Series X) – Ressuscitando o bando

Dos mesmos desenvolvedores do excelente Void Bastards, Wild Bastards nos transporta para um Velho Oeste sci-fi em uma jornada para ressuscitar um bando de criminosos sanguinários enquanto fugimos de caçadores de recompensas. Os Wild Bastards já foram a quadrilha mais perigosa de toda a galáxia, até serem abatidos, um a um, pela família do magnata Jebediah Chaste.

Com chances de sobrevivência quase nulas, os dois últimos sobreviventes unem forças com uma misteriosa nave espacial consciente chamada Drifter. Juntos, embarcam em uma missão para ressuscitar os companheiros mortos pelos filhos de Jebediah. O objetivo final? Fugir para um local onde possam finalmente descansar: uma terra prometida que oferece paz para toda a gangue.

Desenvolvimento: Blue Manchu
Distribuição: Maximum Entertainment
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura
Classificação: 14 anos (violência, linguagem imprópria, atos criminosos)
Português: Não
Plataformas: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S
Duração: 11.5 horas (campanha)

Ressuscitando um bando de foras da lei

Viajando com alguns dos integrantes do bando.
Viajando com alguns dos integrantes do bando.

Ao todo, a gangue conta com treze membros, dos quais onze foram brutalmente abatidos. Nossa missão é trazê-los de volta à vida. Para isso, a nave espacial Drifter será de vital importância, pois ela nos guiará até os sistemas planetários onde eles deram seus últimos suspiros.

A ordem para ressuscitar os integrantes não é decidida pelos sobreviventes, mas sim pela própria Drifter, que parece não se importar com a opinião dos vivos. Com isso em mente, devemos viajar por diferentes planetas para coletar os restos mortais de nossos companheiros, a fim de ressuscitá-los e reintegrá-los ao bando. É importante destacar que cada criminoso possui equipamentos, armas e habilidades, além de pontos de vista próprios – incluindo opiniões fortes sobre seus colegas e sobre o rumo que a jornada deve tomar.

Jogabilidade variada

Mandando os inimigos pelos ares.
Mandando os inimigos pelos ares.

Além de possuir comandos refinados que tornam os combates mais dinâmicos, Wild Bastard apresenta uma jogabilidade variada graças aos seus treze personagens únicos, cada um com habilidades completamente diferentes. O jogo conta com um arsenal diversificado, que inclui revólveres, pistolas a laser, rifles, metralhadoras, dinamites, facas, arcos e até mesmo um personagem que lança labaredas de fogo pelas mãos. Essa variedade faz com que cada membro da gangue seja único e se destaque em relação aos outros.

Além dos armamentos, as habilidades especiais de cada personagem agregam ainda mais originalidade ao jogo. De explosões flamejantes a escudos que refletem danos, esses ataques permitem causar o verdadeiro caos entre as linhas inimigas. Porém, para utilizar tais poderes especiais durante as batalhas, é necessário coletar um item específico que carrega o poder e o torna utilizável naquele cenário. Sempre que entramos em combate, é essencial explorar o ambiente em busca desses itens, pois eles não são transferidos entre diferentes níveis.

Um sistema planetário por vez

Explorando um dos vários sistemas planetários do jogo.
Explorando um dos vários sistemas planetários do jogo.

Assim como Void Bastards, Wild Bastard possui mapas e fases gerados de forma procedural, o que já era de se esperar vindo de um roguelike. Dessa forma, nunca iremos jogar trechos exatamente iguais, embora eles compartilhem semelhanças. A progressão da campanha ocorre com um sistema planetário sendo explorado por vez. Os jogadores são livres para escolher como avançar por cada um desses sistemas, escolhendo em qual planeta aterrissar até conseguir acessar o local onde um dos integrantes morreu.

Na tela de seleção de níveis, podemos visualizar quais inimigos encontraremos naquele local e quais recursos poderemos coletar. Isso nos permite escolher cuidadosamente qual o melhor personagem para levar, e qual dupla se sairá melhor contra os inimigos com os quais iremos nos deparar, e claro, quais itens priorizar.

Durante a exploração dos sistemas, podemos seguir por até três rotas diferentes. Ao escolhermos uma, não poderemos acessar as outras, e é por esse motivo que devemos tomar cuidado ao escolher como avançar, pois podemos acabar perdendo bons recursos que seriam de grande ajuda. Você prefere ir a um mundo que terá cartas de melhorias para os personagens, ou um que possua itens como as latas de feijão que servem para amenizar as rixas entre os integrantes do bando? Fica ao seu critério.

Sistema de relacionamento 

Interface de relacionamento da gangue.
Interface de relacionamento da gangue.

É claro que dificilmente um grupo de criminosos impulsivos com personalidades tão distintas viveria em perfeita harmonia. Durante as partidas, podemos formar duplas para explorar e progredir pelos níveis, e é nesse ponto que a mecânica de relacionamentos se destaca. Os membros da gangue podem ter relações que variam de amizade ao desafeto.

Se a relação de desafeto atingir o nível máximo, os jogadores não poderão utilizá-los no mesmo planeta. E mesmo quando o desafeto não está no nível máximo, ainda assim não é possível formar duplas entre eles. Relações neutras, por outro lado, não trazem benefícios nem penalidades. Já uma relação de companheirismo permite que um integrante da dupla intervenha nos combates com sua habilidade especial, caso seu parceiro sofra muitos ataques.

Os laços entre esses bastardos de aparência peculiar se fortalecem ou enfraquecem de maneira orgânica ao longo do jogo. Utilizá-los juntos por muito tempo pode trazer vantagens ou desvantagens. Mas o que podemos fazer para melhorar um relacionamento ruim? Durante as fases, é possível coletar latas de feijão. Ao fazer com que dois membros do grupo compartilhem uma dessas latas, a relação entre eles melhora. Contudo, é preciso ter cuidado, pois esses recursos são bastante escassos e dependem da aleatoriedade das fases, que são geradas de forma procedural.

Mantendo o padrão de qualidade

Em Wild Bastards, encontramos praticamente a mesma qualidade vista no título anterior da Blue Manchu, Void Bastards. O jogo mantém o mesmo estilo visual, que parece ter saído diretamente das páginas de um quadrinho. Com um design artístico que esbanja cores vibrantes e muita originalidade, ele reforça a identidade visual marcante do estúdio. Além dos belos gráficos, Wild Bastards oferece aos jogadores uma ótima jogabilidade, uma trilha sonora envolvente e um modo que permite estender a experiência, enfrentando desafios cada vez mais difíceis.

No entanto, nem tudo são flores. Além de não possuir tradução para o nosso idioma, após repetir o processo de viajar de planeta em planeta para ressuscitar os mortos, alguns jogadores podem sentir um certo cansaço devido à repetição da estrutura do jogo – algo que não ocorreu em Void Bastards. Ainda assim, não poderia deixar de recomendá-lo para quem busca uma boa obra de ação e aventura, repleto de combates intensos com muitos tiros, explosões e, claro, facadas.

Cópia de Xbox Series X|S cedida pelos produtores

Revisão: Júlio Pinheiro

Wild Bastards

8

Nota final

8.0/10

Prós

  • Belo estilo visual
  • Boa jogabilidade
  • Boa trilha sonora
  • Variedade de personagens

Contras

  • Pode acabar ficando bastante repetitivo
  • Falta de tradução para o pt-BR