XIII Capa

Review XIII Remake (Xbox One) – Um produto desrespeitoso

XIII conta a história de Steve Rowland, mais conhecido como agente XIII, que perdeu a memória recentemente e acaba se metendo em uma situação complicada. Steve acorda numa praia e é socorrido por uma salva-vidas, que acaba sendo fuzilada em seu posto local enquanto cuidava dos ferimentos do agente. Steve então precisa fugir e sobreviver, enquanto lapsos de memória surgem em sua mente o tempo todo.

Desenvolvimento: Play Magic
Distribuição: Microids
Jogadores: 1-4 (local)
Gênero: Ação, Tiro
Classificação: 16 anos
Português: Não
Plataforma: Xbox One, PS4 e PC
Duração: 6.5 horas (campanha)/8.5 horas (100%)

Ridiculamente divertido

Dando aquele zoom

XIII é um jogo de tiro cult em primeira pessoa originalmente lançado na era PS2 e GameCube, mas que voltou com tudo em 2020 através de uma versão completamente refeita com alguns retoques aqui e ali. Seus gráficos possuem uma grande inspiração em histórias em quadrinhos, apresentando visuais bem puxados para o cartunesco e fora da realidade, contando até mesmo com a inclusão de onomatopeias que saltam na tela ao se ouvir colisão de objetos ou passos dos inimigos. A trilha sonora de forma geral é fenomenal e passam a sensação total de se estar assistindo um filme B de ação, mas de forma alguma isso é um demérito às músicas de fundo. Porém, os efeitos sonoros das armas são bem ruins, principalmente os das pistolas que soam como uma arma de brinquedo e tiram até mesmo o peso do tiro.

Suas mecânicas são completamente focadas em ação, com o objetivo de eliminar tudo aquilo que se move à frente, pegar munição que inimigos mortos derrubarem, abrir portas e usar elementos do ambiente para desacordar os oponentes – cadeiras, telhas, etc. Fora isso, também é possível usar pessoas de escudo para evitar tiros, ou então realizar um ataque furtivo que desmaia o inimigo instantaneamente. Mantendo-se agachado é possível ouvir passos de outros personagens mesmo estando distante, o que adiciona um elemento de furtividade muito bacana à jogabilidade.

Virou presunto

Ataques corpo-a-corpo são de longe os mais fracos do jogo, funcionando de uma forma lenta e nada efetiva em dificuldades mais altas. Para se ter uma ideia, apenas para selecionar os punhos do personagem levamos cerca de 4 segundos. A sorte é que na dificuldade padrão o protagonista aguenta uma leva de tiros bastante alta, não se tornando exatamente um problema os socos desferidos de forma extremamente desajeitada. De qualquer forma, senti falta demais de uma forma de dar uma coronhada no inimigo, cuja ação normalmente passa bastante a sensação de agilidade por ser um golpe bastante rápido e fazer o serviço necessário.

Decepção em lotes

Gráficos belíssimos

Apesar de bastante divertido, XIII chegou em todas as plataformas com bastantes problemas de performance como screen tearing (cortes constantes na tela), quedas frequentes de quadros por segundo, muitos bugs nos modelos 3d dos personagens e até mesmo problemas que impedem o progresso numa fase. É muito comum ver pessoas entrando em objetos ou deslocando o pescoço de uma forma bastante bizarra e fora do comum, mesmo para um jogo mais cartunesco.

As imagens também são bem saturadas e serrilhadas em alguns momentos, e o ajuste de gamma é possível de ser feito apenas no menu principal do jogo. As texturas também não são tão boas e se encontram em baixa resolução em certos objetos, ou até mesmo nas roupas de coadjuvantes. Cutscenes também não permitem com que o jogador as pule, forçando assistir o conteúdo até o fim.

Fases gélidas serrilhadas

Porém, o mais irritante mesmo, como mencionado, é a taxa de quadros que cai de forma abrupta e faz com que XIII fique injogável. Imagine a experiência de mirar em uns 15 fps. Pra piorar, os três pacotes de atualização que tive a oportunidade de baixar desde o lançamento do jogo fizeram com as coisas ficassem piores.

As armas deixaram de carregar automaticamente quando um pente chega ao fim, por vezes não conseguimos alternar o equipamento em mãos, a pistola atira de forma extremamente lenta e nada responsiva, mas o pior de tudo foi o bug que me impediu de interagir com portas e botões em um certo momento sem que eu pudesse progredir no jogo. Resultado: tive que voltar a missão do zero. Não entendo também por que existe um save manual, sendo que o game over leva ao último checkpoint da fase.

Simplesmente frustrante

Escutando os passos inimigos

O que vou dizer é triste: XIII é um jogo bastante divertido, porém a quantidade absurda de bugs que veio acompanhando o produto final é simplesmente ridícula. Geralmente, não sou tão exigente com certos problemas, mas ,em XIII, isso é algo tão irritante que me tirou a paciência ao ter que lidar com vários defeitos ao mesmo tempo.

Cheguei a pensar que as pessoas na internet estavam exagerando e se queixando pelo fato de que o XIII original de 2003 as fisgam mais por conta da nostalgia, mas pude comprovar com meus próprios olhos e resolvi abandonar este péssimo remake lançado sem o menor cuidado e consideração com os consumidores desse excelente jogo de tiro tão cativante. Uma pena.

Esta review foi feita com uma cópia de Xbox One cedida pelos produtores

Revisão: Kiefer Kawakami

XIII Remake

3

Nota final

3.0/10

Prós

  • Jogo de tiro divertidíssimo
  • Várias armas
  • Gráficos revitalizados

Contras

  • Bugs tornam XIII injogável
  • Animações grotescas
  • Multiplayer apenas local sem bots