Battle Hunters capa

Review Battle Hunters (Switch) – Simplicidade e boa execução

Battle Hunters é um dos jogos de RPG mais simples e inesperadamente incríveis que já joguei. Feito por apenas duas pessoas, o indie não se preocupa em criar um universo gigantesco, mas procura entregar uma proposta de RPG com batalhas completamente intuitivas e viciantes. Sua história é bem clichê e seu nome dá a entender que se trata de algo bem genérico, mas serve basicamente para dar um sentido ao jogo e criar um senso de missão.

Desenvolvimento: Phase Two Games
Distribuição: Phase Two Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, Estratégia, RPG
Classificação: 10 anos
Português: Não
Plataformas: PC e Switch
Duração: Sem registro

Um ode aos RPGs das antigas

Batalhas estratégicas

A história conta sobre um poder maligno que está tentando se libertar nas terras do reino, e o mais antigo e sábio mago disponível acaba pedindo ajuda de outros personagens para lutar contra as forças do mal. Você viajará por um mundo fantasioso em Battle Hunters, encontrando muitos NPCs por aí que estarão completamente felizes em se juntar a você sem qualquer relutância.

O enredo entrega ao jogador três personagens jogáveis iniciais: um guerreiro, um mago e um arqueiro. Cada um possui habilidades próprias e formas diferentes de atacar, sendo necessário usar estratégia e realizar movimentações constantes de todos numa batalha. Os confrontos são resolvidos similarmente a uma estratégia em tempo real, em que selecionamos a ação de cada um dos integrantes da equipe a partir do momento que sua última ação foi executada e finalizada.

Distribuição de pontos

Ao término de uma batalha, todos os personagens vivos recebem pontos de experiência, até completar a barra representada pela cor amarela que dá a possibilidade de subir de nível. Cada nível progredido dá direito à cerca de 5 pontos que podem ser distribuídos entre todos os atributos padrões de títulos de RPG – força, destreza, saúde, etc -, ou então adicionados em outros elementos como chance de ataque crítico, tempo de recarga de habilidade ou efetividade de ataques especiais.

Apesar de ser um RPG, os confrontos são estratégicos e não trazem nenhum aspecto de ação. O sistema lembra um pouco do Active Time Battle presente em Final Fantasy VII, ainda mais porque existe um tempo de recarga dedicada à cada habilidade dos integrantes da equipe. Quando qualquer habilidade chega ao seu estado de prontidão, é possível utilizá-la e aguardar até que a próxima também se restabeleça. Isso permite uma alternância divertida entre todos os golpes disponíveis dos personagens, mas o maior problema é ficar de olho e acompanhar a ação de todos enquanto presta atenção na saúde de cada um para evitar um game over.

Mercador

Por toda a terra do reino é possível encontrarmos NPCs passando por alguma situação específica que podem oferecer uma missão qualquer, muitas vezes recompensando o jogador com uma chave para abrir baús ou dinheiro.

Acessibilidade

Ataques especiais

Battle Hunters é um jogo bem ágil e até mesmo inteligente quando se trata de recursos que melhoram a vida de quem está jogando, justamente features que são comumente chamadas de “qualidade de vida” – originalmente, um termo vindo do inglês. Ao longo dos cenários são liberados pontos de viagem rápida em diversos locais convenientes, como também há mercadores espalhados por aí que provêm itens necessários para uso numa batalha.

De forma geral, posso afirmar que Battle Hunters é um produto bem simples e acessível, que permite a fácil compreensão de qualquer um que jogue. O jogo também estimula a troca constante de personagens em sua equipe, fazendo com que a alternância sempre favoreça quem não está na ativa ao restabelecer a saúde dos que estão “descansando”.

O que incomoda

Caiam na porrada!

Apesar de divertido, intuitivo e bastante acessível, Battle Hunters podia ser melhor em alguns aspectos. As batalhas precisavam de uma forma automatizada ou contínua de tomada de ação, já que o ritmo é constantemente quebrado porque  é exigido que o jogador execute seu próximo passo uma vez que um personagem finaliza seu ataque.

Tudo acaba sendo meio repetitivo depois de algumas horas, realizando o mesmo ciclo de jogabilidade de forma que não pode ser disfarçada: derrotar um grupo de inimigos, explorar uma dungeon com uma provável chave ou item necessário para progredir, avançar no mapa, eliminar chefes e assim por diante. Como não é um jogo de mundo aberto ou com a intenção de dar qualquer tipo de liberdade, Battle Hunters pisa na bola ao exagerar em sua linearidade e nem mesmo restaurar inimigos já derrotados. É preciso ficar explorando o mapa a torto e direito para encontrar grupos ainda não eliminados.

Uma nova heroína se junta ao grupo

A navegação entre os menus também é algo relativamente ruim, e muitas vezes não permite alternar entre um personagem e outro de forma ágil e fácil. É necessário voltar, selecionar o próximo e realizar o que precisa. Pontos de experiência também não são bem claros no sentido de quantidade necessária para chegar ao próximo level. Por fim, heróis que não estão ativos no momento não sobem de nível, o que inevitavelmente obriga o jogador a estar sempre alternando entre todos personagens adquiridos. Habilidades preenchidas numa batalha também não continuam prontas num próximo confronto, o que quebra bastante o senso de estratégia ao impedir elementos cumulativos que expandiriam a estratégia.

Simples, mas poderia ser melhor

Battle Hunters é divertido e fácil de se dominar. Felizmente existem diferentes níveis de dificuldade, o que permite com que qualquer pessoa jogue e pegue o jeito em poucas batalhas. Alguns problemas secundários podem ser solucionados através de opções extras vindas em atualizações futuras, porém, mesmo no estado atual o jogo já é incrivelmente legal e bem empolgante.

Talvez a repetição das batalhas incomode a maioria das pessoas por não permitir algo mais estratégico ou dinâmico sem precisar pausar a todo momento, mas a quantidade de personagens disponíveis para ingressar na equipe certamente é um dos maiores diferenciais de Battle Hunters – mesmo que a maioria deles não seja tão única assim.

Esta review foi feita com uma cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Kiefer Kawakami

Battle Hunters

7

Nota final

7.0/10

Prós

  • Batalhas divertidas
  • Muitos personagens disponíveis
  • Simples e intuitivo
  • Estratégia para vencer
  • Viagem rápida

Contras

  • Meio repetitivo
  • Heróis inativos não recebem XP
  • Habilidades resetam após fim da luta