Já escolhi meu RPG de ação old-school favorito: Ys Origin. Nunca conheci nenhum outro jogo da série, então este foi meu primeiro contato com a franquia Ys. Mal consigo me lembrar quando joguei um Ys no meu antigo PSP fat, porque me diverti com ele por 1 hora ou menos, portanto acho que não conta. Em meu primeiro contato verdadeiro com Ys Origin, realmente pensei que iria encontrar algo mais centrado em RPG de ação, e parece que eu estava meio errado. Na verdade, até existem alguns elementos de RPG de ação nesta prequela, porém há muito mais uma abordagem de masmorras misturada com elementos de plataforma.
Desenvolvimento: Dotemu
Distribuição: Dotemu
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, RPG, Plataforma
Classificação: 12 anos
Português: Não
Plataformas: PC, PS4, Xbox One e Switch
Duração: 11.5h (campanha)/36.5 horas (100%)
A grande guerra
A história se passa em uma terra chamada Ys, governada pelas deusas gêmeas Reah e Feena e seus seis sacerdotes. Tudo estava calmo e as pessoas de Ys eram capazes de fazer milagres lançando magia fornecida por um artefato sagrado. De repente, um grupo de demônios veio à terra trazendo morte, e os protetores de Ys eram menos em números do que eles, resultando em uma batalha perdida. Para manter as pessoas vivas e seguras, as deusas usaram o poder do artefato sagrado para elevar Ys aos céus.
No entanto, os demônios também construíram uma enorme torre e começaram a lutar contra Ys nas alturas. Durante toda a batalha e o caos que se espalhou através da guerra, as deusas gêmeas partiram na calada da noite. Assim, sem elas a terra ficou em ruínas, o que fez com que os seis sacerdotes organizassem uma equipe de busca para encontrar estas deusas na torre do demônio – um lugar que elas possivelmente teriam ido -, reunindo os mais talentosos cavaleiros e feiticeiros de Ys.
Dois pontos de vista
Você pode escolher entre dois personagens para seguir seus respectivos enredos não tão diferentes: Yunica Tovah (combate corpo-a-corpo) ou Hugo Fact (ataques à distância). Ambos começam na parte inferior da torre construída pelos demônios, explorando cada andar e lutando contra chefes. Os controles são muito fluidos e não estamos limitados (opcionalmente) em apenas 8 eixos de movimentação. Achei a Yunica um personagem muito melhor de se controlar, já que ela possui uma jogabilidade hack ‘n slash e Ys não oferece um comando de mira nem uma forma de controlar a direção do ataque usando o botão analógico direito.
Como Hugo é o personagem de longo alcance, você vai se pegar precisando correr na direção dos inimigos para não errar os tiros. Claro, o jogo foi lançado originalmente em 2006 e não me lembro de nenhum outro que já tivesse uma funcionalidade de mira nessa idade. De qualquer forma, trazer Ys Origin de volta em 2020 poderia ter vindo acompanhado de algumas melhorias na jogabilidade de forma geral. Não é um grande problema, mas deixa Hugo em desvantagem em relação à Yunica no quesito agilidade.
Quando se trata de jogabilidade, Ys Origin faz bem feito. Matar inimigos em um ritmo ridiculamente rápido é ultra divertido, o que o jogo estimula totalmente através de um sistema de chain que aumenta sua experiência ganha em até 2x mantendo uma barra cheia. Ys Origin começa com seu personagem portando seu ataque básico e uma habilidade única, mas é possível subir de nível apesar de descobrir outras habilidades durante a trama.
No entanto, é necessário utilizar de grind antes de enfrentar os chefes, então provavelmente você morrerá se tentar vencê-los em níveis baixos. Mas Ys Origin compensa isso oferecendo uma experiência de combate sólida, trazendo de volta os inimigos toda vez que você entra em uma sala novamente, e tornando obrigatório o ato de destruir um inimigo piscnado em vermelho antes de desbloquear uma passagem para uma próxima área.
Drops aos montes
Mesmo que não haja nenhuma maneira de armazenar itens consumíveis como poções e coisas assim para usar mais tarde, os inimigos constantemente derrubam itens que curam e permitem com que você aumente o atributo de seu personagem em pontos de salvamento – então você não ficará mais forte apenas subindo de nível . Falando novamente sobre batalhas com chefes, elas são bastante desafiadoras e você precisa prestar atenção em seu padrão para encontrar a melhor estratégia e o momento certo para atacar – morri cerca de 10 vezes naquela centopéia. E esteja avisado: durante os momentos de chefe você não consegue acessar o menu do seu equipamento ou mesmo pausar o jogo.
Além da jogabilidade do masmorra, há também alguns desafios de plataforma que você precisa para passar por superfícies flutuantes cronometradas depois de pressionar um botão, nadar debaixo d’água evitando espinhos, etc. Finalmente, apesar de toda a diversão que Ys Origin possa oferecer, pode sentir um tanto repetitivo. A estrutura da torre é muito parecida e a forma de progredir é sempre a mesma: derrote o chefe, prossiga para o próximo andar, destrua os inimigos e pronto. Como eu disse antes, é um jogo de 2006 e claro que haverão alguns elementos ultrapassados que compõem sua jogabilidade.
Old-school, e talvez até demais
A jogabilidade de Ys Origin sabe segurar bem o ritmo, os visuais dos personagens cabeçudos são belos – embora os ambientes 3D de fundo não sejam – e a música é decene – mas é um jogo mais apreciado enquanto se ouve um podcast. Depois de terminar a história, você pode desbloquear um novo personagem, alguns extras como modo arena e um time attack, além de ser possível jogar tudo novamente para experimentar o ponto de vista de cada personagem.
Também há uma pequena diferença entre Hugo e Yunica em termos de história, além de alguns chefes diferentes e, claro, a jogabilidade central. No fim das contas Ys Origin vale a pena, estando um pouco distante dos últimos jogos da série. Porém, se você é um grande fã de jogos de dungeon crawlers com chefes desafiadores, vá em frente.
Esta review foi feita com uma cópia de Switch cedida pelos produtores
YS Origin
Prós
- Batalhas muito ágeis
- História de simples compreensão
- Chefes divertidos
Contras
- Repetição exagerada
- Grinding maçante
