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Review Bioshock Remastered (PC) – Uma sociedade afundada

Bioshock Remastered é um jogo de ação com elementos de RPG publicado pela 2K Games. Nove anos após o lançamento da versão original, o game retorna com visuais atualizados e comentários dos diretores Ken Levine e Shawn Robertson, mostrando todo o processo de criação da cidade submersa e seus personagens.

Bioshock Remastered nos leva para a cidade de Rapture, uma ideia de sociedade utópica idealizada pelo magnata Andrew Ryan onde só habitariam os mais excêntricos e esplêndidos artistas e cientistas do mundo. A ideia, entretanto, não daria muito certo, e nosso personagem chega à cidade após tudo ter se tornado um terrível caos. 

Desenvolvimento: 2K Boston, 2K Australia, Blind Squirrel
Distribuição: 2K Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, RPG
Classificação: 18 anos
Português: Não
Plataforma: PC, PS4, Xbox One e Switch
Duração: 12 horas (campanha)/22 horas (100%)

Uma ambientação fenomenal

Farol que leva à Rapture.

Mais bonito e detalhado do que nunca, Bioshock Remastered nos traz de volta à cidade de Rapture, uma maravilha escondida embaixo das águas do Oceano Atlântico que se encontra completamente arruinada e tomada pelos terríveis Splicers, outrora cidadãos de Rapture que perderam a sanidade após o consumo de um soro que prometia dar poderes àqueles que o tomavam, os Plasmids – através de alteração genética.

Apesar do cenário se manter consistente em seu tema aquático com um estilo de Art Déco, Rapture apresenta diversas seções que variam desde um grande cassino até uma floresta – que provê o oxigênio para a cidade. Uma das coisas mais frequentes que fiz durante o jogo foi parar o que estava fazendo para observar a vista da cidade pelas janelas, com seus arranha-céus direto dos anos 20, repletos de algas e peixes nadando pelas águas.

A decadência de uma utopia

Vista da cidade de Rapture.

Ao cair de um avião após um acidente misterioso, o jogador se encontra em um farol que o leva até Rapture, que já se encontra aos pedaços. Tudo ao seu redor está destruído e lotado de Splicers, que não hesitarão em lhe atacar assim que te virem. É fácil ficar perdido em meio a tanto caos, mas, através de diários de áudio encontrados pelo cenário, o jogador pode ouvir sobre os acontecimentos que ocorreram antes de sua chegada. Boa parte da história é contada através desses áudios, que são essenciais para quem quer entender o que está acontecendo e o que levou a isso.

Apesar de todos os inimigos humanos – torretas e robôs de segurança também atrapalharão sua jornada – serem Splicers, existe uma certa variedade entre eles. Splicers podem atacar com armas brancas ou de fogo, caírem do teto em surpresa ou desaparecerem num piscar de olhos. Cada inimigo possui uma fraqueza que pode ser descoberta tirando uma foto deles com uma câmera que é adquirida um pouco depois do início do jogo.

Tiroteios, hackeamentos e Plasmids

Big Daddy ataca o personagem

Para um produto de 2007 Bioshock possui uma gameplay bem variada em seus aspectos. O jogador terá armas como uma pistola, metralhadora, escopeta, lança granadas, lança chamas e uma besta, além da icônica chave inglesa como arma branca.

Outro fator importante da jogabilidade é o sistema de hacks, em que é possível fazer as máquinas trabalharem para o seu lado. Câmeras e torretas podem atacar o inimigo em vez de você, máquinas de venda podem oferecer preços melhores e portas e cofres trancados podem ser abertos. Tudo através de um minigame no qual é preciso conectar um ponto a outro através de canos que podem ser movidos. Alternativamente, é possível usar um item para “hackear” automaticamente, mas esses são bem escassos.

O maior diferencial do jogo são os Plasmids, soros feitos a partir de uma substância chamada ADAM, que altera o material genético de quem a injeta. Encontrados pelos mapas ou comprados em máquinas de venda, os Plasmids dão variados poderes ao jogador, que podem ser: incinerar ou congelar objetos, telecinese, lançar abelhas pelas mãos, dentre vários outros. 

Os Plasmids podem ser melhorados em máquinas em troca de ADAM, que podem ser coletados capturando as Little Sisters, garotinhas fadadas a coletar ADAM de corpos por Rapture. Mas cuidado, elas sempre estarão protegidas por um Big Daddy, uma pessoa geneticamente alterada cujos órgãos foram atrelados a um antigo traje de mergulho.

Ainda vale a pena?

Entrada da cidade.

Muitos jogos dos anos 2000 mantém um lugar em nossos corações por pura nostalgia, uma vez que não envelheceram muito bem comparados ao padrão dos jogos de hoje em dia. Bioshock, entretanto, se mantém jogável com uma experiência bastante agradável, com pouquíssimas limitações da época. 

A versão remasterizada do game não se arrisca em mudanças muito bruscas, mas foca em pequenas alterações de iluminação e do cenário que – ao comparar com o original – fazem toda a diferença em tornar a ambientação mais crível e bonita. Além das texturas atualizadas, esta versão possui uma série de vídeos de entrevista com os criadores, explicando sobre detalhes da criação do jogo, que podem ser encontrados explorando o cenário.

Bioshock Remastered se destaca como um dos mais importantes dos First Person Shooters, com sua ambientação única, trilha sonora memorável e sua história imprevisível cheia de detalhes e reviravoltas. Uma recomendação imperdível para todos que se dizem fãs dos jogos em primeira pessoa.

Esta review foi feita com uma cópia de PC adquirida pelo autor.

Revisão: Jason Ming Hong

Bioshock Remastered

9

Nota final

9.0/10

Prós

  • Atmosfera fenomenal
  • História impactante e imprevisível
  • Jogabilidade envelheceu bem
  • Duração satisfatória

Contras

  • Sem tradução para o português
  • Loadings demorados