Lançado no dia 9 de Julho de 2020, SAO: Alicization Lycoris se propõe a inserir jogadores e fãs no maravilhoso mundo de realidade virtual da Rath – o Underworld. Com muita fidelidade, momentos marcantes do anime são apresentados logo de primeira, mas será que apenas isso basta para segurar um jogo?
Desenvolvimento: AQURIA co., Ltd.
Distribuição: BANDAI NAMCO Entertainment
Jogadores: 1 (local) e 1-4 (online)
Gênero: Ação, Aventura e RPG
Classificação Indicativa: 12 anos
Português: Interface e legendas
Plataformas: PS4, Xbox One e PC
Duração: Sem registros
O Mundo Inferior
Seguindo o clímax do anime de mesmo nome, Alicization Lycoris começa na luta de Kirito contra a perversa Administrator, uma “entidade” que dominou um mundo virtual da empresa pesquisadora Rath através de manipulações com os próprios recursos daquele universo. O Underworld (ou Mundo Inferior) é um projeto que envolve a criação e “cultivo” de Fluctlights: um fragmento de alma humana. As consciências são colocadas à prova pelos cientistas em uma simulação de mundo, e seu objetivo principal é criar uma inteligência artifical autônoma para revolucionar tecnologias de guerra. Kirito fazia parte do experimento como moderador, selecionado por sua experiência com realidade virtual ao participar da terrível chacina do Sword Art Online (jogo que anos atrás prendeu os jogadores em seu mundo virtual e colocou a vida de todos em risco). Ao ser atacado na vida real por um antigo inimigo, Kirito é levado às pressas pela organização, e tem sua vida precariamente mantida por um aparelho da Rath, enquanto seu Fluctlight permanece conectado ao jogo. Com as memórias alteradas, ele conhece Eugeo, que desperta estranhas lembranças na mente do Espadachim Negro.
A história do jogo, que segue a partir desse pequeno contexto,é bem introdutória e poderia ser facilmente resumida em poucas cutscenes e momentos memoráveis. Entretanto, ainda assim, o jogo insiste em fazer uma introdução absurdamente extensa e cheia de fillers que dura aproximadamente 15 horas. Isso mesmo, 15 horas para que você finalmente possa desfrutar do que o jogo realmente se propõe a oferecer! Em minha experiência, senti um desânimo absurdo em continuar a jogar, já que além das cutscenes serem extensas, cheias de futilidades e extremamente entediantes, os problemas técnicos do jogo deixavam a única parte divertida igualmente insuportável. E, vejam bem, o jogo não é só defeitos. Sua fidelidade é agradável, o sistema de batalha é complexo e ambicioso. A questão é que os pontos baixos são tão relevantes que a gameplay se torna insustentável.
Agora você vê, agora você não vê
Logo na primeira batalha já somos capazes de perceber o principal problema: o jogo foi extremamente mal polido. Por conta do excesso de elementos em tela, a taxa de fps cai de maneira absurda, tornando a parte do combate, uma das únicas agradáveis do jogo, simplesmente terrível. Essa reclamação, infelizmente, não coube somente aos PCs, mas também a vários usuários de Xbox One e PS4. Os gráficos, que não são lá a melhor coisa da nossa geração, simplesmente não justificam uma necessidade tão grande de potência da parte do PC. Basicamente, eles poderiam entregar um trabalho muito mais refinado já que é necessária uma configuração tão poderosa para rodar o bendito jogo. Temos vários exemplos de jogos de mundo aberto que rodam com mais fps sem essas quedas de frame rate que são milhares de vezes mais bonitos do que SAO: Alicization Lycoris, tornando este uma opção fraca para quem estiver buscando algo do gênero.
Outra característica absolutamente irritante do jogo, e uma das minhas principais críticas, são as telas de carregamento. Todas. São. Intermináveis. É insuportável passar de uma área para outra no jogo, ou de uma cutscene a outra, e esperar MAIS DE 3 MINUTOS em cada tela de carregamento. Hoje em dia temos jogos que apenas carregam uma vez e desde então não possuem UMA ÚNICA TELA DE CARREGAMENTO. Enquanto isso, aqui temos SAO, que demora até mesmo quando instalado em um SSD.
Tirando esses infortúnios, algo que realmente me agradou foi o sistema de batalha, que lembra bastante o estilo Action RPG presente em Final Fantasy XV. Temos dois botões de golpes básicos e um botão destinado a defletir ou defender os ataques dos inimigos. Cada combo realizado gera finalizações com cores brilhantes, além dos golpes especiais, que são colecionáveis e personalizáveis (para cada personagem), sendo todos visualmente belíssimos. Os sistemas de skills e aprimoramento de personagens também estão presentes aqui, incluindo uma árvore de habilidades, e são essenciais para o progresso, tornando cada escolha no menu in-game uma questão de estratégia. Algo que vale a pena se observar é que os companheiros de party são um tanto quanto apáticos durante as primeiras lutas, então se realmente quiser ajuda, sempre lembre de designar os objetivos deles no início do combate (esse é um novo sistema que foi incorporado, chamado Tatical Learning AI System, no qual a inteligência artificial memoriza e ativa ações baseadas em comandos destinados a eles).
Triste conclusão
SAO: ALicization Lycoris é um jogo cheio de potenciais desperdiçados por conta das suas inúmeras falhas técnicas. Semelhantes de seu gênero apresentam desempenhos muito melhores, desenvolvimentos de enredo mais interessantes e menos lineares, e, às vezes, até preços mais em conta. Minha recomendação vai para os fãs fiéis do anime que, com muita paciência e determinação, podem talvez tirar algum proveito da experiência. Apesar de tudo, o universo apresentado é muito fiel ao material original, com a inclusão de uma intrigante história nunca vista antes.
Esta review foi feita com uma cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming
SWORD ART ONLINE: Alicization Lycoris
Prós
- História e visual fiéis
- Sistema de combate promissor
- Habilidades visualmente instigantes
Contras
- Muitas telas de carregamento
- Quedas de FPS
- História arrastada e linear
- Preço alto, desempenho baixo
