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Review Yooka-Laylee and the Impossible Lair (Switch) – Uma evolução magnífica

Se você jogou o primeiro título de Yooka Laylee e é fã de Banjo Kazooie, provavelmente deve ter adorado cada minuto daquele jogo mesmo não tendo sido nada espetacular aos olhos das críticas. Já se você, assim como eu, prefere Donkey Kong Country e afins, vai ficar maluco quando experienciar The Impossible Lair da Playtonic, com publicação pela Team 17. Absurdamente inspirado em DKC e com alguns ex-integrantes do time criativo do mesmo jogo (como na própria descrição é falado), a segunda aventura de Yooka e Laylee faz muito bem feito ao arriscar em ser criativo em vários pontos.

Ano: 2019
Jogadores: 1
Gênero: Ação, Plataforma, Aventura
Classificação indicativa:
Livre
Português: Não
Plataformas: PC, Xbox One, PS4 e Switch
Duração: 15 horas (campanha)/ 19 horas (100%)

Jogabilidade de excelência

A história consiste em você recuperar seu escudo feito de abelhas para enfrentar a fase final do jogo que carrega o nome do jogo, a qual já está disponível logo de imediato após o “tutorial” do jogo que funciona como a primeira fase. Você pode tentá-la no momento que preferir, porém é recomendado que consiga o máximo de abelhas – obtidas no final de cada fase – para arriscar em Impossible Lair, pois estas serão usadas como escudo para cada dano sofrido na fase. Acredite, é uma tarefa desafiadora se você quiser vencer o lugar comandado por Capital B sem um número bom de abelhas para se defender – apenas alguns malucos como este conseguiram a proeza e liberaram o final secreto do jogo com 0.1% do progresso.

É impossível não ficar admirado com a qualidade que existe em Yooka Laylee and the Impossible Lair. Os controles funcionam de forma totalmente responsiva, com uma fluidez digna do gorila mais famoso do mundo dos games. Yooka e Laylee juntos tem habilidades bem parecidas também com o jogo da Rare, como rolar enquanto corre para atacar inimigos e carregar objetos na boca para acertar capangas. Apesar da clara inspiração, tudo aqui tem características próprias, não se prendendo num mapa para seleção de fases, por exemplo. Fica um ponto positivo para os detalhes em cada primeiro ou segundo plano dos cenários, fazendo com que tudo exista de forma coesa sem precisar apelar para soluções preguiçosas como as famosas paredes invisíveis.

Mecânicas variadas

Para escolher sua próxima aventura, você é lançado num local com visão de cima onde pode transitar entre diferentes cenários e entrar em livros que representam as fases. Sendo quase um mapa de seleção de fases, porém com mais interação entre o personagem e o cenário. Não parando por aí, é necessário resolver alguns quebra-cabeças e fazer uso das penas e moedas escondidas, obtidas durante as fases, para ter acesso ao próximo local ou adquirir dicas para encontrar objetos perdidos.

Modificadores: uma ideia brilhante

Posso dizer que o ponto mais criativo do jogo são os modificadores. As fases podem sofrer influências da natureza ou de eventos para ter seus ambientes e formas de jogar modificadas. É possível ter um livro com o cenário totalmente inundado pela água ao deixar o riacho passar por ele, jogar fases com o clima de nevasca, adicionar inimigos que te perseguem e etc.

Isso não é usado para dar uma longevidade superficial em tudo, mas sim fazer com que as fases se transformem completamente e gerem novos desafios em conjunto com um level design incrível. Você também encontra os chamados tônicos escondidos por aí, os quais possuem diversos efeitos – alguns apenas visuais – como tela e comandos invertidos, menos ou mais checkpoints, inimigos mais fortes, etc. Apesar de alguns apenas impactarem nos gráficos (um deles até negativamente no framerate), é bastante satisfatório desafiar a si mesmo a ser capaz de passar uma fase toda com os comandos de movimento invertidos, por exemplo.

Alguns tônicos são menos extremistas, como o de menos checkpoints no cenário, mas ao mesmo tempo estes testam sua habilidade sem misericórdia alguma. Aí vai de sua escolha: quer ganhar o dobro de penas coletadas no cenário e ter menos chances de se manter vivo? Vá em frente.

Várias vezes me vi com raiva de mim mesmo por ter usado modificações que me fizeram gastar praticamente o triplo do tempo para chegar ao final de uma fase, porém o sentimento depois era muito bom e já havia se tornado uma forma de jogar. Já outros possuem efeitos punitivos em troca de vantagens, como receber 20% a menos de coletáveis ao te oferecer uma jogatina mais facilitada. Um acerto em cheio, pois a decisão fica completamente nas mãos de quem está jogando.

Longe de ser um jogo genérico

Se a impressão que fica é de Yooka Laylee and the Impossible Lair ser apenas um clone da franquia Donkey Kong, tenha a certeza de colocar as mãos no jogo e confirmar que não. O jogo esbanja personalidade, fases diversificadas com desafios variados e uma dificuldade que fica à cargo do jogador decidir. Ah, e se você morrer muito o jogo irá te oferecer de pular até o próximo checkpoint, então qualquer pessoa é capaz de se divertir independente de sua habilidade com games.

Prós

  • Um jogo de plataforma incrível
  • Level design coeso
  • Fator replay incrível das fases
  • Modificadores úteis e divertidíssimos
  • 60fps em todas as plataformas

Contras

  • Poderia ter um modo coop
  • Loadings demorados

Este review foi feito usando uma cópia para Switch cedida com carinho pela Team 17