Donkey Kong Country Returns HD capa

Review Donkey Kong Country Returns HD (Switch) – Nostalgia e Frustrações

Quando penso na minha infância, Mario e Donkey Kong vêm imediatamente à mente. A trilogia Donkey Kong Country foi crucial para mim ao longo da vida, a ponto de eu comprar o SNES da minha prima aos 13 anos só para reviver a nostalgia de jogar o primeiro título novamente. Mais tarde, Donkey Kong Country Returns me impressionou com gráficos incríveis e gameplay clássico no Wii. Agora, no fim do ciclo de vida do Switch, a Nintendo resolve do nada voltar com a versão HD de Returns. Será que esse “segundo retorno” faz jus à nostalgia?

Desenvolvimento: Nintendo
Distribuição: Nintendo
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Plataforma, Ação
Classificação: Livre (violência fantasiosa)
Português: Não
Plataformas: Switch
Duração11 horas (campanha)/31 horas (100%)

Um segundo retorno

Mecânica de soprar é um marco de ruindade
Mecânica de soprar é um marco de ruindade

A história aqui é bem simples, quase irrelevante. Instrumentos musicais místicos chegam à ilha e hipnotizam os animais para fazerem coisas ruins. É um enredo estilo Mario que serve apenas como pano de fundo, com antagonistas aparecendo apenas nas batalhas contra chefes.

No quesito jogabilidade, Returns é uma modernização da série clássica. Você joga como Donkey Kong enquanto um segundo jogador pode controlar Diddy e seu jetpack que o faz flutuar, com a opção de entrar e sair do modo co-op quando quiser (ao menos na seleção de fases). As mecânicas seguem o estilo clássico: pular, rolar no chão para atacar inimigos, quicar na cabeça deles e até mesmo dar pancada no chão para ativar mecanismos ou revelar itens escondidos.

O co-op e seus problemas irritantes

Co-op é muito divertido, mas é problemático demais
Co-op é muito divertido, mas é problemático demais

Embora divertido, há interrupções irritantes aqui que me fazem perguntar “por quê?!”, como a mecânica de soprar flores e objetos no cenário. Essa ideia veio do próprio Shigeru Miyamoto e, mesmo sendo desnecessária, acabou ficando no jogo sendo que sua equipe foi contra, na época. Felizmente, essa função foi eliminada em Tropical Freeze, o que só comprova sua inutilidade.

Outro problema evidente, especialmente no co-op, é a câmera. Ela é confusa e irritante, muitas vezes levando os dois jogadores à morte por se afastarem minimamente um do outro. Em fases rápidas, como as de carrinhos de mina ou com inimigos te perseguindo (a la a pedra gigante de Crash Bandicoot), a câmera constantemente perde o foco e se confunde em qual jogador focar, tornando a experiência frustrante. Jogar em dupla pode acabar sendo mais uma questão de “boa sorte” do que diversão.

Vantagens do HD

Certas coisas parecem que foram feitas pra te irritar
Certas coisas parecem que foram feitas pra te irritar

Apesar das falhas, jogar DKC Returns HD no Switch é um alívio em comparação à versão do Wii, em que os controles de movimento eram obrigatórios. Aqui, a jogabilidade está alinhada com a experiência mais fluida da versão de 3DS. Porém, para os masoquistas, o modo com controles de movimento ainda está disponível – e a frustração de confundir o sopro com a rolagem continua garantida.

Outro ponto fraco é a falta de variedade de montarias. O Rambi (o rinoceronte) é o único animal disponível, o que faz falta conforme você avança nos mundos. Esse elemento contribui para a sensação de que o jogo é repetitivo e preso ao passado, especialmente quando comparado ao Tropical Freeze, que introduziu novas mecânicas (como nadar) e parceiros com habilidades únicas ao longo da jornada.

A loja do Cranky também deixa a desejar. As opções são limitadas: vidas extras, o papagaio para indicar peças escondidas e itens de invencibilidade temporária. Mas o que realmente incomoda é que alguns desses itens não podem ser usados em certas fases e, mesmo assim, podem ser ativados pra te fazer perder tempo e moedas. Quem teve essa ideia? É uma decisão, no mínimo, frustrante.

Nostalgia Com um Gosto Agridoce

Essa é, basicamente, a terceira versão de DKC Returns que jogo, e a nostalgia foi um fator forte. No entanto, nem todos os produtos do passado envelhecem bem – e isso vale até para títulos da Nintendo. Comparado ao padrão que Tropical Freeze estabeleceu, Returns fica bem atrás. Problemas como mecânicas que quebram o fluxo (sopro), falta de variedade de gameplay, escassez de montarias e uma câmera péssima no co-op deixam a experiência muito aquém do esperado.

Se você jogou o original no Wii, talvez valha revisitar a versão HD, principalmente pela ausência dos controles de movimento obrigatórios. Fora isso, não espere surpresas, extras adicionados pro Switch ou memórias que realmente atendam às expectativas. Em resumo, é um game que funciona para relembrar o passado, mas que deixa claro como o futuro – na forma de Tropical Freeze – é muito mais brilhante.

Cópia de Switch cedida pela Nuuvem

Donkey Kong Country Returns HD

7

Nota final

7.0/10

Prós

  • Direção de arte continua incrível
  • Músicas e sons nostálgicos
  • Co-op é bacana, na medida do possível

Contras

  • Não inova tanto ao longo das fases
  • Câmera no co-op é uma aberração
  • Montaria deixa a desejar
  • Loja do Cranky é um pouco sem graça
  • Jogo te permite usar itens à toa