capa do game

Review The Last Hero of Nostalgaia (Xbox Series X) – Paródia Souls

The Last Hero of Nostalgaia é um jogo que chamou a atenção de muitos pela sua irreverência e proposta bem humorada, e prendeu a atenção com sua mecânica bem feita e jogabilidade sólida. 

Essa é uma paródia de Dark Souls e Bloodborne, mas tão bem feita que supera e muito vários souls-like que vimos na última década. O Youtuber Iron Pineapple está sempre testando toneladas de games influenciados por Demon Souls, e, bem, essa sátira, que chega agora em várias plataformas, sai melhor que muitos jogos que se levam a sério. 

Desenvolvimento: Over the Moon
Distribuição: Coatsink
Jogadores: 1 (local) e 1-2 (online)
Gênero: Aventura, Ação 
Classificação: 16 anos
Português: Não
Plataformas: PC, Switch, Xbox One, Xbox Series X/S 
Duração: Não há registros 

Que diabos é Nostalgaia? 

A bela e sombria Nostalgaia

Nostalgaia é a terra dos videogames. Um mundo que vai a cada dia caindo no esquecimento e esquecendo seus heróis, e cabe ao jogador – que no começo é somente um palito com itens pixelizados – salvar esse mundo. Sua missão é trazer de volta as memórias, colocar tudo em ordem, enfim, esse cliché aí. A diferença vai pra narrativa, que nos é dada por meio de memórias que recebemos das nossas armas e armaduras, que, aos poucos, como um quebra-cabeça, se encaixam. 

Entretanto, Nostalgaia não faz isso de um jeito sério, pomposo e soturno como Dark Souls, por mais que ele tenha momentos meio amedrontadores, com uma atmosfera de humor ácido, mas o game tem como um de seus pilares o humor. Contamos com uma narração explicando sobre a história, fazendo piadinhas e instruindo um pouco durante todo o jogo. A ideia da narração engraçadinha certamente veio de Fenyx Rising da Ubisoft, mas confesso que ela não consegue seu objetivo de divertir e acaba sendo mais irritante que engraçada. 

As outras bases de The Last Hero of Nostalgaia são a sua jogabilidade super sólida e o estilo de arte que tira boas risadas e dá um charme todo especial. Isso dado ao fato de que temos um estilo artístico que mistura pixels, modelagem em 3D e polígonos do PS1, simplesmente maravilhoso e que conta mais sobre a história e sobre a atmosfera da obra do que a narração “chatinha”. 

Um souls-like de respeito 

Muito bem feito

Como dito acima, Nostalgaia se baseia em três pilares, dos quais a direção artística é o que mais chama atenção, mas não podemos deixar a jogabilidade de lado. Muitos que tentam imitar a fórmula souls falham em tentar inovar demais sem ter recursos, ou falham fazendo um serviço nojento sem o menor polimento. Esse Demon Souls pseudo-engraçado é prazeroso de ser jogado, e, diferente da narração do jogo, não estou de brincadeira. 

É gostoso sair matando os monstros pixelizados em 2D e poligonais que encontramos no mundo de Nostalgaia. Cada golpe tem seu peso, sua cadência, e é fácil de defender e tudo isso seguindo a fórmula souls da melhor maneira possível. A jogabilidade é incrivelmente semelhante à de Dark Souls 2 ao meu ver, só que mais polida ainda. Óbvio que em uns momentos temos uns erros de hitbox aqui e acolá, porém, como um todo, a gameplay é ótima. 

Tal qual suas influências, The Last Hero of Nostalgaia segue o modo “cuidado, qualquer inimigo pode te matar com três golpes” e tem um game design meio confuso, como todo bom souls-like. O problema é que talvez nesse título aqui ele seja demasiadamente confuso, e isso pode causar certo estresse nos jogadores menos atentos. Quanto à dificuldade dos chefes e subchefes, pode ficar tranquilo, pois nada está além da curva de aprendizagem aqui – lembre-se que ele é um souls-like e você vai morrer muito -, mesmo ele sendo fácil em comparação a Nioh 2 e Sekiro. Não se esqueça de que caso se encontre travado em algum boss, você pode aproveitar a delícia da gameplay pra “farmar” mais um pouco e em seguida ir fazendo seu caminho e explorando cada vez mais. 

Em adição o título conta com um modo cooperativo que tem tudo pra ser divertido, mas complicado – ao menos por enquanto – de ser realizado e eu explicarei o porquê. Talvez isso mude em algum tempo, mas a tarefa de achar outro jogador é árdua, pois poucos jogadores tem acesso ao produto, entretanto o sistema para chamar um amigo para jogar é razoavelmente fácil e lembra muito o de Dark Souls, você usa um item e espera alguém chegar.

The Last Hero of Nostalgaia conta também com um bom leque de possibilidades de build, armas, e armaduras, bem feitas e seguindo o estilo artístico da obra. Óbvio que poderíamos ter mais possibilidades, mas é um jogo que não quer ser o próximo Elden Ring e sim brincar com essa fórmula toda. Se você quer títulos mais pesados e densos do tipo, talvez Last Hero não seja pra você ainda. 

Super bem feito 

Em The Last Hero of Nostalgaia vemos uma coisa interessante, fora do comum e que ainda por cima serve como uma aula de como fazer um bom indie. No mar de jogos independentes, esse game não vai ser somente uma “marolinha”, mas ele talvez também não seja uma avalanche como Hades ou Stanley Parable, mas possui potencial para chegar perto disso.

Então falo com propriedade que temos aqui um produto muito divertido, gostoso de jogar, com alguns defeitos técnicos que podem ser suprimidos por meio de atualização e com um gigante potencial. 

Cópia de Xbox Series X/S cedida pelos produtores

Revisão: Ailton Bueno

The Last Hero of Nostalgaia

9

Nota final

9.0/10

Prós

  • Ideia muito curiosa
  • Ótima jogabilidade
  • Boa curva de aprendizagem
  • Direção de arte top
  • Muita variedade de itens

Contras

  • Cooperativo é complicado
  • Alguns problemas técnicos e bugs