Capa de Ghostwire: Tokyo

Review Ghostwire: Tokyo (PC) – Ação e terror numa cidade fantasma

Após um ano do lançamento inicial para PS5, Ghostwire: Tokyo finalmente está disponível para os assinantes de Game Pass para PC e Xbox. Desenvolvido pelos discípulos de Shinji Mikami da Tango Gameworks, o jogo oferece uma aventura deslumbrante, mas sem muito foco devido à grande quantidade de conteúdos secundários presentes na campanha.

Desenvolvimento: Tango Gameworks

Distribuição: Bethesda Softworks

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Terror, Ação

Classificação: 14 anos

Português: Interface, dublagem e legendas

Plataformas: PC, PS5, Xbox Series X/S

Duração: 11 horas (campanha)/37 horas (100%)

A cidade fantasma

A incrível cidade de Ghostwire: Tokyo

Ghostwire põe o jogador na pele de Akito, um estudante que foi salvo de um acidente de trânsito graças a uma fusão com um ser sobrenatural denominado KK. Juntos, eles se unem para ir atrás de Hannya, um misterioso homem que sequestrou a irmã do protagonista, que estava internada em um hospital – tudo isso enquanto 99% da população desaparece, sobrando nas ruas apenas espíritos e animais.

Tokyo é a melhor personagem de Ghostwire. A representação da região que ronda Shibuya é incrível e corresponde fielmente ao mundo real. O título incorpora diversos elementos da cultura e mitologia japonesa, entregando uma experiência singular. Mesmo em um apocalipse fantasmagórico, a cidade nunca dorme, já que o jogo possui casos adicionais a serem resolvidos, que inflam o tempo de jogatina e tiram a atenção que a excelente narrativa merece ter. A história brilha em seus momentos lineares, sempre com um horror atmosférico sensacional.

Cena linear de Ghostwire: Tokyo

O mundo aberto prejudica Ghostwire, porque a sua navegação é maçante. Boa parte da campanha consiste em liberar novas áreas do mapa, cujo loop de gameplay fica entediante rapidamente. A exploração é importante para conseguir suprimentos e aprimorar as habilidades de Akito e KK, fatores vitais para suceder nos confrontos.

Os produtores se preocuparam em tornar Ghostwire em um jogo acessível para quem não tem muita afinidade com terror, pois é possível reduzir esse aspecto e curtir uma experiência tranquila. Embora os sons da ambientação não tenham sido totalmente localizados, a dublagem em português é ótima, com interpretações que entregam um elenco carismático. Porém, para se ter uma jornada coesa, é preciso jogar com o áudio em japonês ativado.

Ação estilosa com terror atmosférico

Akito e seus poderzinhos

Ghostwire é uma excelente combinação de ação com terror, com mecânicas de movimentação incríveis que dão espaço para uma ampla variedade de abordagens. Apesar da jogabilidade e as batalhas seguirem os padrões de um jogo de tiro em primeira pessoa, o combate é prazeroso graças às animações extremamente estilosas da tecelagem etera – golpes baseados nos quatro elementos da natureza, infringidos diretamente pela mão do protagonista.

Contudo, em várias fases as batalhas são limitadas por barreiras invisíveis, que removem a liberdade supostamente proporcionada por um mundo aberto. Além da exploração, novos pontos são distribuídos ao completar missões. Parte da progressão é desnecessária, já que o ideal é ter os melhores golpes possíveis liberados desde o princípio. Os desenvolvedores optaram por designar várias árvores de habilidade, criando uma experiência desnecessariamente poluída.

Visuais espetaculares

Efeitos climáticos de Ghostwire: Tokyo são sensacionais

A Tango Gameworks criou uma versão noturna de Tokyo espetacular, com ótimos e chamativos efeitos de iluminação. A implementação do ray tracing aprimora as cenas, apesar de acabar com a performance. O que impressiona são os reflexos de espaço de tela, que dão conta do recado e exibem uma cinematografia vibrante. No entanto, os modelos de personagens destoam, pois são estilizados e não combinam com os gráficos realistas.

Sem muitas opções técnicas disponíveis, a conversão para computadores tem um desempenho inconsistente. O combate é prejudicado pelos constantes travamentos e quedas de framerate que nunca foram solucionados. Não há forma de ajustar as funções do mouse, sendo necessário editar os arquivos manualmente para se ter uma sensibilidade adequada. Também é preciso utilizar ferramentas de terceiros para se ter uma boa experiência em um monitor, já que os produtores não implementaram uma funcionalidade que ajuste o campo de visão. Faltou polimento por parte do estúdio, que mandou bem em Hi-Fi RUSH.

Só o principal importa

Embora muitas missões sejam chatas por terem objetivos que se limitam a ir de um ponto para o outro, a gameplay e a cidade imersiva fazem com que Ghostwire: Tokyo seja um jogo unicamente divertido. Os responsáveis aparentam não entender que, em certos casos, menos é mais. Não houve um cuidado na dosagem entre principal e secundário, fazendo com que seja importante decidir se concentrar no que realmente interessa para, de fato, aproveitar o jogo.

Cópia de PC cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong 

Ghostwire: Tokyo

8

Nota Final

8.0/10

Prós

  • Visuais incríveis
  • Jogabilidade estilosa

Contras

  • Sem foco
  • Performance ruim no PC