Depois de estrear no PlayStation 3, ter uma remasterização no playStation 4 e ganhar uma série de sucesso na HBO, o grande sucesso da Naughty Dog chega aos computadores para a alegria do PC gaming – com muitos problemas técnicos. Aqui, o game foi rebatizado como The Last Of Us Part 1, uma espécie de remake 1:1 que é, basicamente, uma atualização gráfica. Se por um lado em time que está ganhando não se mexe, por outro, se perdeu uma grande oportunidade de ser ainda maior.
Desenvolvimento: Naughty Dog
Distribuição: Sony Interactive Entertainment
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação
Classificação: 18 anos
Português: Dublagem, legendas e interface
Plataformas: PS5, PC
Duração: 12 horas (campanha)/21 horas (100%)
História sendo contada mais uma vez

Uma pandemia causada por fungo deixou os humanos violentos fazendo-os se alimentarem um dos outros e o mundo entrou em colapso. Nesse cenário, estamos na pele de Joel, que já teve várias perdas no meio do caminho e só quer sobreviver nesse mundo inóspito. Por mais de vinte anos, tudo aconteceu dentro do esperado, até que um dia ele tem a missão de entregar em segurança uma jovem chamada Ellie, a qual fará ele ganhar sua recompensa no final. Mas Joel descobre que a jovem representa muito mais do que aparentava.
A trama acima pode parecer familiar para uns ou ser algo totalmente novo para outros, devido o game ser apresentado para um novo público que não tinha contato com a obra dos estúdios PlayStation. Se você estiver no primeiro grupo, há grandes chances de se maravilhar com esse universo, contudo, se for parte do segundo, sinto informar que você jogará mais do mesmo.
Um game novo no corpo de um jogo de PlayStation 3

A estratégia de relançar jogos com gráficos aprimorados não é novidade hoje em dia. Temos como exemplos a trilogia Crash e o primeiro Gears Of War. A diferença dos dois exemplos para este é que eles faziam sentido em suas épocas, e a jornada de Joel mais parece algo datado mesmo com a beleza do seu motor gráfico em tela.
Mas não se engane: nem tudo envelheceu terrivelmente mal. O jogo tem uma gameplay viciante junto com um roteiro que se equipara a ótimos filmes de Hollywood, e isso ninguém vai tirar. Na maior parte do tempo, jogamos com Joel que pode correr, atirar com armas de fogo, usar facas e garrafas, fabricar molotov e bombas explosivas contra seus inimigos, os quais podem ser dos mais variados infectados ou humanos que terão quase todos as mesmas armas que você tem, e isso traz um realismo na medida certa. Ora: se você pode usar um rifle que mata com um tiro só se acertar na cabeça, então, do outro lado, pode acontecer algo semelhante.
O que há de novo

Uma das adições do game são as animações que vemos ao fazer upgrades em nosso arsenal de armas, pois assistimos as habilidades do Joel para melhorar seu equipamento sobre a mesa. Outra melhoria são os cenários mais vivos que trazem possibilidades como quebrar uma janela de vidro e, ao subir nas mesas, os objetos que têm nela caem de forma bem natural. São detalhes que acrescentam e enriquecem a jogatina.
Não podemos esquecer de citar como o jogo está bonito, e que as expressões e rugas dos personagens estão muito bem trabalhadas, fazendo você por várias vezes usar o modo foto para capturar momentos incríveis. Também temos as opções de acessibilidades que são muitas pensando em não deixar ninguém de fora da experiência. Outro grande detalhe é a violência que foi para outro patamar com desmembramentos com detalhes absurdos – jogue uma bomba num inimigo e saiba do que estou falando.
A decepcionante versão para PC

Infelizmente, The Last Of Us veio com vários problemas de desempenho nos computadores. A começar pela demora de compilar os shaders que, dependendo da máquina, chegava a 2 horas e, após todo esse tempo, não era garantia de que rodaria bem. Inúmeros bugs e crashes ocorriam em pouco tempo, transformando uma experiência tão aguardada em um verdadeiro teste de paciência.
A impressão que dá é que o jogo não foi testado antes de lançarem. Nem o DLSS e FRS fazem milagres em algo tão mal portado. A experiência em uma RTX3050 mobile não foi das melhores, devido o jogo indicar que o recomendado é uma VRAM de 8GB – sim, você não leu errado.
Uma mancha para a Playstation
70% da sua campanha foi jogada somente após a grande atualização no dia 7 de abril, e ainda tem muito a melhorar. E por si só o jogo já tem uma desvantagem por conta das mecânicas já estarem batidas para um jogo em 3ª pessoa. Quase vamos para o vale da estranheza ao ver a movimentação dos personagens não casando com os gráficos primorosos. Vale a pena a compra? Quem sabe daqui a algumas atualizações junto com promoções.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão Jason Ming Hong