Blasphemous II é a continuação do excelente metroidvania lançado em 2019 pela desenvolvedora espanhola The Game Kitchen. O que temos agora é algo maior e melhor, trazendo tudo de bom do primeiro título, mas com a adição de novos elementos e desafios que resultam mais uma vez em uma ótima experiência para os fãs do gênero.
Desenvolvimento: The Game Kitchen
Distribuição: Team17
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, ação
Classificação: 18 anos
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC, Switch, PS5, Xbox Series X/S
Duração: 15 horas (campanha)/22 horas (100%)
O retorno do Penitente a um mundo sombrio e melancólico
Blasphemous II mostra o retorno do Penitente, o protagonista da primeira aventura, em uma nova terra e lançado novamente no eterno ciclo de vida, morte e ressurreição, condenado a explorar este perigoso mundo. A estética de Blasphemous é medieval e todos os elementos do jogo – visuais, músicas, temática, personagens, diálogos – criam com primor essa atmosfera de idade média e sofrimento. Tudo faz com que você se sinta num mundo miserável eternamente preso em uma luta entre o bem e o mal. A dublagem padrão do jogo em espanhol é excelente, e eu recomendo jogar assim, mesmo o game também vindo com uma tradicional dublagem em inglês.
Apesar de superficialmente parecer idêntico ao primeiro, Blasphemous II traz novidades. De cara, a maior diferença para o primeiro jogo é que agora temos três armas. Além da espada do primeiro jogo, temos acesso a uma arma mais forte e pesada e outra mais rápida e leve. Além do combate, cada uma das armas tem aplicações específicas para resolver puzzles e acessar novas áreas. É possível revezar entre as armas a qualquer momento, ao toque de um botão. Fica ao gosto do jogador que arma utilizar durante os combates, ou mesmo revezar entre elas para encarar um mesmo inimigo.
Personalização para aprimorar sua capacidade de combate
Inimigos, aliás, não faltam no game. A variedade de monstros é grande e todos são cheios de personalidade. Não se deve subestimar os oponentes comuns espalhados pelos cenários, pois alguns podem te matar em poucos ataques, caso você não esteja atento. Ou seja, cada monstro exige pelo menos alguma dedicação para observar seu padrão de ataque e planejar como abordar o combate. Além disso, é claro, temos os grandiosos chefes. Eles entregam batalhas épicas e que, em alguns momentos, podem chegar a frustrar, devido a dificuldade talvez exagerada de alguns.
Um dos destaques de Blasphemous II é a personalização. Você pode: equipar o Rosário com itens que trazem benefícios como melhorar a defesa; equipar duas orações por vez, que são golpes mágicos que utilizam uma barra de magia; o Retábulo das Benesses, que são estátuas que podem ser equipadas para fornecer diferentes benefícios, como o Rosário; dar upgrades nas armas, escolhendo em quais gastar seus recursos para aprimorar sua habilidades.
Exploração, itens, colecionáveis
Também é possível dar upgrades nas barras de vida e magia, além de aumentar os frascos utilizados para recuperar vida, tudo a partir de itens coletados pelas áreas do jogo. Além disso, existem alguns colecionáveis espalhados pelos cenários, como os anjos, que retornam do primeiro jogo. Montar o seu personagem pode ser a diferença entre ter grande dificuldade ou não perante os desafios do combate do jogo. São sistemas bastante amplos, que fazem você experimentar para chegar a um resultado melhor nas lutas.
Um dos meus elementos favoritos de jogos do estilo metroidvania é a exploração, e nisso Blasphemous II também não decepciona. A exploração aqui é bastante recompensadora pois você sempre encontrará novos itens e elementos para a sua personalização ou upgrades, aumentando o poder do Penitente – algo que, acredite, você vai querer, para encarar os difíceis chefes e mesmo atravessar partes do mapa infestadas de monstros. Temos também as habilidades conquistadas ao longo da história e que vão te dando acesso a novas áreas, como esperado de um jogo do estilo.
Sem novidades em termos de gráficos
Os gráficos pixelados do jogo são bastante semelhantes aos do primeiro, o que é ok – são bonitos, fluidos e a direção de arte é ótima, entregando a atmosfera sombria e melancólica que o título se propõe. Uma novidade é que agora algumas cenas são apresentadas em animações em alta definição, e não pixeladas como no primeiro título. Essas cenas podem causar um pouco de estranheza pois destoam do estilo do resto do jogo, mas são muito bonitas de qualquer forma. Fechando o pacote, o som também é ótimo – tanto as músicas, quanto a dublagem.
Obrigatório para fãs de metroidvanias
Blasphemous II entrega uma experiência semelhante ao primeiro, mas que é, basicamente, melhor em tudo. Há diversas mecânicas de personalização, uma ótima e recompensadora exploração, combate refinado e chefes grandiosos. Em resumo, tudo que se espera de um metroidvania de qualidade, sendo muito recomendado para todos que apreciam o estilo ou jogos de ação/aventura 2D em geral.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro